Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113264 |
Resumo: | Este ensaio pretende abordar o enfoque preemptivo no campo das práticas preventivas em saúde, espe cialmente quanto à ideia de ataque antecipatório no enfrentamento dos riscos que nos ameaçam. Há perspectivas que apontam para uma suposta imprecisão teórica do conceito "medicalização". Mesmo sendo este ponto de vista passível de dis cussões, propomos a expressão "terapeuticalização" para designar práticas relacionadas ao cuidado em saúde, com especial ênfase nas tecnologias de au tomonitoramento da saúde que coletam dados que permitem às pessoas um esquadrinhamento cons tante de funções biológicas como forma somática de produção de subjetividade. Parece haver uma abrangência que está se ampliando gradualmente para o uso de automonitoramento, que provavelmen te deve se expandir, na medida em que um crescente número de organizações e instâncias se dê conta do potencial dos dados produzidos a partir dessas práticas. O automonitoramento pode ser visto como uma estratégia biopolítica utilitarista que coloca o "si mesmo liberal" como um cidadão responsável, com vontade e capacidade de tomar cuidado de si, de sua felicidade, de seus autointeresses. |
id |
USP-6_f18f3d9bdbb16f7401d50d66d90573da |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/113264 |
network_acronym_str |
USP-6 |
network_name_str |
Saúde e Sociedade (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada Therapeuticalization and preemptive dilemmas within individualized public health Este ensaio pretende abordar o enfoque preemptivo no campo das práticas preventivas em saúde, espe cialmente quanto à ideia de ataque antecipatório no enfrentamento dos riscos que nos ameaçam. Há perspectivas que apontam para uma suposta imprecisão teórica do conceito "medicalização". Mesmo sendo este ponto de vista passível de dis cussões, propomos a expressão "terapeuticalização" para designar práticas relacionadas ao cuidado em saúde, com especial ênfase nas tecnologias de au tomonitoramento da saúde que coletam dados que permitem às pessoas um esquadrinhamento cons tante de funções biológicas como forma somática de produção de subjetividade. Parece haver uma abrangência que está se ampliando gradualmente para o uso de automonitoramento, que provavelmen te deve se expandir, na medida em que um crescente número de organizações e instâncias se dê conta do potencial dos dados produzidos a partir dessas práticas. O automonitoramento pode ser visto como uma estratégia biopolítica utilitarista que coloca o "si mesmo liberal" como um cidadão responsável, com vontade e capacidade de tomar cuidado de si, de sua felicidade, de seus autointeresses. This essay aims to address the preemptive approach in the field of preventive health practices, especially regarding the idea of anticipatory attack in dealing with risks that threaten us. There is a concern that purports that the concept of "medicalization" is af fected by lack of theoretical precision. Even being an arguable point of view, we propose the term "thera peuticalization" to describe such practices, with special emphasis on health self-tracking technolo gies, that collect data that allow people to perform a constant follow-up of biological functions as a somatic self-enterprise. There seems to be a gradual expansion of the use of self-monitoring that tends to grow, as an increasing number of organizations and authorities realize the potential of the data gathered from these practices. Self-monitoring can be seen as an utilitarian biopolitical strategy that put the liberal self as a responsible citizen, willing and able to take care of himself/herself, his/her happiness, his/her self-interests. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2016-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/11326410.1590/S0104-12902016142788Saúde e Sociedade; v. 25 n. 1 (2016); 96-107Saúde e Sociedade; Vol. 25 No. 1 (2016); 96-107Saúde e Sociedade; Vol. 25 Núm. 1 (2016); 96-1071984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113264/111222Copyright (c) 2016 Saúde e Sociedadeinfo:eu-repo/semantics/openAccessCastiel, Luis DavidMoraes, Danielle Ribeiro dePaula, Igor Juliano de2016-03-28T11:36:35Zoai:revistas.usp.br:article/113264Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2016-03-28T11:36:35Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada Therapeuticalization and preemptive dilemmas within individualized public health |
title |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada |
spellingShingle |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada Castiel, Luis David |
title_short |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada |
title_full |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada |
title_fullStr |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada |
title_full_unstemmed |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada |
title_sort |
Terapeuticalização e os dilemas preemptivistas na esfera da saúde pública individualizada |
author |
Castiel, Luis David |
author_facet |
Castiel, Luis David Moraes, Danielle Ribeiro de Paula, Igor Juliano de |
author_role |
author |
author2 |
Moraes, Danielle Ribeiro de Paula, Igor Juliano de |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Castiel, Luis David Moraes, Danielle Ribeiro de Paula, Igor Juliano de |
description |
Este ensaio pretende abordar o enfoque preemptivo no campo das práticas preventivas em saúde, espe cialmente quanto à ideia de ataque antecipatório no enfrentamento dos riscos que nos ameaçam. Há perspectivas que apontam para uma suposta imprecisão teórica do conceito "medicalização". Mesmo sendo este ponto de vista passível de dis cussões, propomos a expressão "terapeuticalização" para designar práticas relacionadas ao cuidado em saúde, com especial ênfase nas tecnologias de au tomonitoramento da saúde que coletam dados que permitem às pessoas um esquadrinhamento cons tante de funções biológicas como forma somática de produção de subjetividade. Parece haver uma abrangência que está se ampliando gradualmente para o uso de automonitoramento, que provavelmen te deve se expandir, na medida em que um crescente número de organizações e instâncias se dê conta do potencial dos dados produzidos a partir dessas práticas. O automonitoramento pode ser visto como uma estratégia biopolítica utilitarista que coloca o "si mesmo liberal" como um cidadão responsável, com vontade e capacidade de tomar cuidado de si, de sua felicidade, de seus autointeresses. |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016-03-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113264 10.1590/S0104-12902016142788 |
url |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113264 |
identifier_str_mv |
10.1590/S0104-12902016142788 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113264/111222 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2016 Saúde e Sociedade info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2016 Saúde e Sociedade |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
Saúde e Sociedade; v. 25 n. 1 (2016); 96-107 Saúde e Sociedade; Vol. 25 No. 1 (2016); 96-107 Saúde e Sociedade; Vol. 25 Núm. 1 (2016); 96-107 1984-0470 0104-1290 reponame:Saúde e Sociedade (Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Saúde e Sociedade (Online) |
collection |
Saúde e Sociedade (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
saudesoc@usp.br||lena@usp.br |
_version_ |
1800237461204369408 |