Controle do bicho - mineiro do cafeeiro, Perileucoptera coffeella (Guérin - Mèneville, 1842) (lepidoptera, lyonetiidae) com inseticidas sistêmicos granulados aplicados no solo

• Autor(a) principal: Nilton Degáspari
• Data de Publicação: 1978
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.11.1978.tde-20231122-100919

O controle do bicho-mineiro, Perileucoptera coffeella (Guérin - Mèneville, 1842), tem sido realizado, geralmente através de pulverizações com produtos organofosforados. Mais recentemente, devido à alta incidência dessa praga nos cafezais e o perigo que as aplicações em pulverizações representam aos agricultores, vem sendo preconizado o emprêgo de inseticidas sistémicos granulados aplicados no solo. No presente estudo, procurou-se avaliar a eficiência de diversos inseticidas sistêmicos granulados sobre a praga bem como a sua ação residual; outros fatores também foram pesquisados como a umidade do solo necessária ao bom funcionamento dos produtos, as diferenças de eficiência entre aplicação em “meia-lua” incorporado e não incorporado, efeito do tipo de solo, a influência do método de aplicação em solo arenoso e argiloso, ação do aldicarb sobre os endoparasitos do bicho-mineiro e sintomas de fitotoxicidade dos inseticidas em condições de vaso. Os ensaios foram instalados em cafezais (Coffea arabica L.) utilizando-se os seguintes inseticidas: acephate 5G. aldicarb 10G, carbofuran 5G, dimethoate 5G, disulfoton 2,5G, mephosfolan 10G, oxamyl 10G, phorate 5G e thiofanox 10G. Inicialmente observou-se a eficiência dos inseticidas através da porcentagem de folhas lesionadas em ramos previamente marcados. Dos produtos testados os que se mostraram mais eficientes foram: aldicarb, carbofuran, disulfoton, mephosfolan, phorate e thiofanox. Após as observações preliminares, novos ensaios foram instalados, onde através da porcentagem de lagartas mortas, e por meio de notas atribuídas a aparência das plantas, avaliaram-se: o efeito da umidade do solo e dos tipos de aplicação “meia-lua” incorporado e não incorporado. Verificou-se que a umidade do solo, assim como outros fatores fisiológicos da planta são componentes que devem ser considerados ao se aplicar um inseticida sistêmico granulado no controle ao bicho-mineiro. Não houve diferença na eficiência dos produtos quando aplicados em “meia-lua” incorporado ou não incorporado. Até 140 dias da aplicação, a atuação do carbofuran, mephosfolan e aldicarb foi a mesma na dosagem de 0,64 g de ingrediente ativo/cova/idade em plantas recapadas. Com relação ao tipo de solo, foram instalados ensaios em solo arenoso e argiloso, observando-se uma melhor reação do inseticida em solo arenoso. A influência do método de aplicação com aldicarb, e, a ação de endoparasitos, foi avaliada em 2 ensaios instalados em terra arenosa e argilosa, através da porcentagem de lagartas mortas e porcentagem de lagartas parasitadas, respectivamente. Observou-se que o produto pode ser aplicado em sulco ao redor da cova ou em área total entre plantas, indiferentemente. O uso de aldicarb 10G na dosagem de 0,4G de ingrediente ativo/cova/idade não afetou o micro himenópteros endoparasitos do bicho-mineiro. Quando se avaliou a ação fitotóxica dos produtos sistêmicos granulados em plantas sobre vasos, com 9 meses de idade, verificou-se que, os sintomas apresentados constaram de manchas necróticas no ápice das folhas mais velhas, que se tornaram secas e caíram posteriormente, exceto para mephosfolan e dimethoate cujos sintomas não foram os mesmos, portanto a recomendação para esses produtos deverá ser feita com critério, em se tratando de plantas jovens.