A sociedade em Blaise Pascal
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://doi.org/10.11606/T.8.2019.tde-11122019-161530 |
Resumo: | Apesar de Blaise Pascal não ter se preocupado em elaborar uma filosofia política, suas obras estão repletas de considerações que, quando reunidas, formam um valoroso instrumental teórico a partir do qual se podem compreender os mais diversos aspectos da vida em sociedade. Assim, no intuito de clarificar as teses pascalianas que versam sobre esse tema, nos dedicamos, primeiramente, a expor alguns pontos do pensamento de Hugo Grotius e Thomas Hobbes que, por serem dois dos maiores filósofos políticos da época de nosso autor, tecem o pano de fundo sobre o qual as ideias pascalianas são desenvolvidas - e do qual geralmente destoam. Num segundo momento, analisamos a posição pascaliana concernente ao surgimento dos Estados, indicando que se sua origem se deve à violência, sua durabilidade depende da imaginação dos homens - e não de sua razão, que, como veremos, tem sua capacidade de conhecer a Verdade posta em xeque pelo filósofo. Terminamos a segunda parte de nosso trabalho evidenciando, no entanto, que o desconhecimento da Justiça não exime os governantes de exercer seu poder dentro de certos limites que não podem ser impunemente ultrapassados. Por fim, aproximandoo das teses elaboradas por Agostinho em A cidade de Deus (e marcando, de uma vez por todas, sua distância com relação a autores que, como Cícero, defendem que os indivíduos buscam a companhia de seus semelhantes por prazer), sustentamos que Pascal vê no amor - ou, mais especificamente, no amor-próprio - o verdadeiro fundamento da vida social. |
id |
USP_6700b282d63ad162ed2eb5568d57acc9 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-11122019-161530 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis A sociedade em Blaise Pascal The society according to Blaise Pascal 2019-10-10Luís César Guimarães OlivaDouglas Ferreira BarrosAndrei Venturini MartinsFranklin Leopoldo e SilvaRicardo Vinícius Ibañez MantovaniUniversidade de São PauloFilosofiaUSPBR Amor-próprio Justiça Justice Pascal Pascal Política Politics Self-love Sociedade Society Apesar de Blaise Pascal não ter se preocupado em elaborar uma filosofia política, suas obras estão repletas de considerações que, quando reunidas, formam um valoroso instrumental teórico a partir do qual se podem compreender os mais diversos aspectos da vida em sociedade. Assim, no intuito de clarificar as teses pascalianas que versam sobre esse tema, nos dedicamos, primeiramente, a expor alguns pontos do pensamento de Hugo Grotius e Thomas Hobbes que, por serem dois dos maiores filósofos políticos da época de nosso autor, tecem o pano de fundo sobre o qual as ideias pascalianas são desenvolvidas - e do qual geralmente destoam. Num segundo momento, analisamos a posição pascaliana concernente ao surgimento dos Estados, indicando que se sua origem se deve à violência, sua durabilidade depende da imaginação dos homens - e não de sua razão, que, como veremos, tem sua capacidade de conhecer a Verdade posta em xeque pelo filósofo. Terminamos a segunda parte de nosso trabalho evidenciando, no entanto, que o desconhecimento da Justiça não exime os governantes de exercer seu poder dentro de certos limites que não podem ser impunemente ultrapassados. Por fim, aproximandoo das teses elaboradas por Agostinho em A cidade de Deus (e marcando, de uma vez por todas, sua distância com relação a autores que, como Cícero, defendem que os indivíduos buscam a companhia de seus semelhantes por prazer), sustentamos que Pascal vê no amor - ou, mais especificamente, no amor-próprio - o verdadeiro fundamento da vida social. Although Blaise Pascal did not bother to elaborate a political philosophy, his works are replete with considerations that, when combined, form a valuable theoretical instrument from which one can understand the most diverse aspects of social life. Thus, in order to clarify the Pascalian theses dealing with this subject, we are primarily devoted to exposing some points of the thinking of Hugo Grotius and Thomas Hobbes, who, being two of the greatest political philosophers of our author\'s time, weave the cloth of the background on which the Pascalian ideas are developed - and of which they generally disagree. In a second moment, we analyze the Pascalian position concerning the emergence of states, indicating that, if their origin is due to violence, their durability depends on the imagination of men - and not on their reason, which, as we shall see, has its capacity to know the Truth put in check by the philosopher. We conclude the second part of our work, however, showing that ignorance of justice does not exempt rulers from exercising their power within certain limits that cannot be overcome with impunity. Finally, by approaching him to the theses elaborated by Augustine in The City of God (and marking, once and for all, his distance from authors who, like Cicero, argue that individuals seek the company of their peers for pleasure), we maintain that Pascal sees in love - or, more specifically, in self-love - the true foundation of social life. https://doi.org/10.11606/T.8.2019.tde-11122019-161530info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:44:53Zoai:teses.usp.br:tde-11122019-161530Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:31:34.244209Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.pt.fl_str_mv |
A sociedade em Blaise Pascal |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
The society according to Blaise Pascal |
title |
A sociedade em Blaise Pascal |
spellingShingle |
A sociedade em Blaise Pascal Ricardo Vinícius Ibañez Mantovani |
title_short |
A sociedade em Blaise Pascal |
title_full |
A sociedade em Blaise Pascal |
title_fullStr |
A sociedade em Blaise Pascal |
title_full_unstemmed |
A sociedade em Blaise Pascal |
title_sort |
A sociedade em Blaise Pascal |
author |
Ricardo Vinícius Ibañez Mantovani |
author_facet |
Ricardo Vinícius Ibañez Mantovani |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Luís César Guimarães Oliva |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Douglas Ferreira Barros |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Andrei Venturini Martins |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Franklin Leopoldo e Silva |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ricardo Vinícius Ibañez Mantovani |
contributor_str_mv |
Luís César Guimarães Oliva Douglas Ferreira Barros Andrei Venturini Martins Franklin Leopoldo e Silva |
description |
Apesar de Blaise Pascal não ter se preocupado em elaborar uma filosofia política, suas obras estão repletas de considerações que, quando reunidas, formam um valoroso instrumental teórico a partir do qual se podem compreender os mais diversos aspectos da vida em sociedade. Assim, no intuito de clarificar as teses pascalianas que versam sobre esse tema, nos dedicamos, primeiramente, a expor alguns pontos do pensamento de Hugo Grotius e Thomas Hobbes que, por serem dois dos maiores filósofos políticos da época de nosso autor, tecem o pano de fundo sobre o qual as ideias pascalianas são desenvolvidas - e do qual geralmente destoam. Num segundo momento, analisamos a posição pascaliana concernente ao surgimento dos Estados, indicando que se sua origem se deve à violência, sua durabilidade depende da imaginação dos homens - e não de sua razão, que, como veremos, tem sua capacidade de conhecer a Verdade posta em xeque pelo filósofo. Terminamos a segunda parte de nosso trabalho evidenciando, no entanto, que o desconhecimento da Justiça não exime os governantes de exercer seu poder dentro de certos limites que não podem ser impunemente ultrapassados. Por fim, aproximandoo das teses elaboradas por Agostinho em A cidade de Deus (e marcando, de uma vez por todas, sua distância com relação a autores que, como Cícero, defendem que os indivíduos buscam a companhia de seus semelhantes por prazer), sustentamos que Pascal vê no amor - ou, mais especificamente, no amor-próprio - o verdadeiro fundamento da vida social. |
publishDate |
2019 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-10-10 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.11606/T.8.2019.tde-11122019-161530 |
url |
https://doi.org/10.11606/T.8.2019.tde-11122019-161530 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Filosofia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
USP |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
BR |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1794502669065256960 |