Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juliana Passos de Almeida
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.5.2017.tde-06062017-092504
Resumo: Introdução: A lateralização atípica de linguagem (LAL) é mais frequentemente observada em indivíduos com epilepsia no hemisfério esquerdo. Pacientes com epilepsia secundária a esclerose mesial temporal (EMT) apresentam alta frequência de LAL. A presença de EMTE, diretamente ou por efeitos à distância, perturbaria a determinação típica de lateralidade de linguagem (LL). Estudos de LL com RMf, em populações homogêneas de pacientes com EMT são escassos. Os padrões regionais de reorganização, nesta população, assim como os fatores clínicos e funcionais associados à LAL são pouco conhecidos. Os objetivos deste estudo foram (1) Validar paradigma de linguagem em RMf capaz de ativar áreas frontais e temporais de linguagem (2) Avaliar LL regional, em população homogênea de pacientes com EMT e verificar o papel de variáveis clínicas e da atividade epileptiforme na determinação de LAL. Foram avaliados 46 pacientes com EMT unilateral (24 EMTE e 22 EMTD) e 24 controles saudáveis, destros. Todos os participantes foram submetidos a RMf de linguagem com paradigma de nomeação responsiva à leitura (NRL) desenvolvido em língua portuguesa. O paradigma foi eficaz em ativar áreas de linguagem. A correlação entre IL-RMf e IL-Wada foi estatisticamente significativa no GFM (0,387; p < 0,01); GFI (0,594, p < 0,001); GTS (0,357, p < 0,05); GTM (0,509, p < 0,001) e GTI (0,489, p < 0,001). Os pacientes foram classificados em discordantes e concordantes (EEG/RM), após monitorização prolongada por vídeo-EEG. As classificações individuais de LL do teste de Wada e RMf foram concordantes em 84%(GFM), 86% (GFI), 74%(GTS), 83%(GTM) e 86%(GTI) dos casos. A frequência de LAL variou de 17 a 33%, para EMTE; 14 a 17%, para EMTD e de 0 a 10%, no grupo controle. Os grupos EMTEc e EMTEd apresentaram menores valores de IL-RMf, em relação ao grupo controle no GFM e GFI (p <= 0.05). Adicionalmente, o grupo EMTEd apresentou menor IL-RMf no GTM (p <= 0.01) e GTI (p <= 0.05). O grupo EMTDd apresentou menor IL-RMf no GFM; GFI; GTM e GTI (p <= 0.05). A ocorrência de mais de 5 descargas/hora no período interictal associou-se a LAL no GFM (p <= 0.01). Início da epilepsia, maior tempo de epilepsia e presença de IPI não foram associadas a LAL. Concluiu-se que a presença de EMT associou-se a LAL nas regiões frontais e temporais, sugerindo reorganização de linguagem envolvendo amplas regiões cerebrais, distantes da zona epileptogênica. O achado de LAL observada no grupo EMTDd sugere que a atividade epileptiforme temporal esquerda pode influenciar a reorganização de linguagem, independentemente da presença de lesão estrutural à esquerda. A maior frequência de descargas à esquerda associou-se a LAL
id USP_9fb9c7a4d30f4bf9c3121c72d9cbc7f5
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-06062017-092504
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal FMRI language lateralization in patients with epilepsy secondary to mesial temporal sclerosis 2017-03-28Luiz Henrique Martins CastroLeticia Lessa MansurRosa Maria Figueiredo ValerioJuliana Passos de AlmeidaUniversidade de São PauloNeurologiaUSPBR Epilepsia do lobo temporal Esclerose mesial temporal Functional MRI Imagem por ressonância magnética Language Language lateralization Lateralidade de linguagem Linguagem Mesial temporal sclerosis Temporal lobe epilepsy Introdução: A lateralização atípica de linguagem (LAL) é mais frequentemente observada em indivíduos com epilepsia no hemisfério esquerdo. Pacientes com epilepsia secundária a esclerose mesial temporal (EMT) apresentam alta frequência de LAL. A presença de EMTE, diretamente ou por efeitos à distância, perturbaria a determinação típica de lateralidade de linguagem (LL). Estudos de LL com RMf, em populações homogêneas de pacientes com EMT são escassos. Os padrões regionais de reorganização, nesta população, assim como os fatores clínicos e funcionais associados à LAL são pouco conhecidos. Os objetivos deste estudo foram (1) Validar paradigma de linguagem em RMf capaz de ativar áreas frontais e temporais de linguagem (2) Avaliar LL regional, em população homogênea de pacientes com EMT e verificar o papel de variáveis clínicas e da atividade epileptiforme na determinação de LAL. Foram avaliados 46 pacientes com EMT unilateral (24 EMTE e 22 EMTD) e 24 controles saudáveis, destros. Todos os participantes foram submetidos a RMf de linguagem com paradigma de nomeação responsiva à leitura (NRL) desenvolvido em língua portuguesa. O paradigma foi eficaz em ativar áreas de linguagem. A correlação entre IL-RMf e IL-Wada foi estatisticamente significativa no GFM (0,387; p < 0,01); GFI (0,594, p < 0,001); GTS (0,357, p < 0,05); GTM (0,509, p < 0,001) e GTI (0,489, p < 0,001). Os pacientes foram classificados em discordantes e concordantes (EEG/RM), após monitorização prolongada por vídeo-EEG. As classificações individuais de LL do teste de Wada e RMf foram concordantes em 84%(GFM), 86% (GFI), 74%(GTS), 83%(GTM) e 86%(GTI) dos casos. A frequência de LAL variou de 17 a 33%, para EMTE; 14 a 17%, para EMTD e de 0 a 10%, no grupo controle. Os grupos EMTEc e EMTEd apresentaram menores valores de IL-RMf, em relação ao grupo controle no GFM e GFI (p <= 0.05). Adicionalmente, o grupo EMTEd apresentou menor IL-RMf no GTM (p <= 0.01) e GTI (p <= 0.05). O grupo EMTDd apresentou menor IL-RMf no GFM; GFI; GTM e GTI (p <= 0.05). A ocorrência de mais de 5 descargas/hora no período interictal associou-se a LAL no GFM (p <= 0.01). Início da epilepsia, maior tempo de epilepsia e presença de IPI não foram associadas a LAL. Concluiu-se que a presença de EMT associou-se a LAL nas regiões frontais e temporais, sugerindo reorganização de linguagem envolvendo amplas regiões cerebrais, distantes da zona epileptogênica. O achado de LAL observada no grupo EMTDd sugere que a atividade epileptiforme temporal esquerda pode influenciar a reorganização de linguagem, independentemente da presença de lesão estrutural à esquerda. A maior frequência de descargas à esquerda associou-se a LAL Atypical language lateralization (ALL) is associated with left hemisphere epilepsy, especially in epilepsy secondary to left mesial temporal sclerosis (MTS). Recent findings indicate that MTS, directly or by an at-distance effect may disrupt typical language lateralization (LL). Language-fMRI investigations in homogeneous MTS populations are scarce. Frontal and temporal language reorganization patterns in this population remain incompletely understood, as well as clinical factors associated with ALL. Our objectives were (1) To validate an fMRI paradigm effective to activate frontal and temporal language areas (2) To evaluate regional LL patterns in a homogeneous population of MTS patients and to investigate clinical factors associated with ALL. We studied forty-six right-handed patients (24 left MTS and 22 right MTS) and 24 controls. Patients and controls were similar in age and gender. Left and right MTS groups were comparable in terms of clinical variables. All participants underwent a language fMRI with reading response-naming paradigm (RRN) task developed in Brazilian Portuguese. The task effectively activated frontal and temporal language areas, with a high concordance with the Wada test. All patients were classified as concordant and discordant after video-EEG monitoring. Correlation between Wada test and fMRI LIs was significant in MFG (0.387; p < 0.01); IFG (0.594, p < 0.001); STG (0.357, p < 0.05); MTG (0.509, p < 0.001) e ITG (0.489, p < 0.001). Individual LI classifications with Wada test and fMRI were concordant in 84%(MFG), 86% (IFG), 74%(STG), 83%(MTG) e 86%(ITG). The frequency of ALL was 17-33%, in left MTS; 14-17%, in right MTS and 0-10%, in controls. Both concordant and discordant-left MTS patients presented lower LI than controls in MFG and IFG (p<=0.05). Additionally, discordant left MTS group presented lower LI in MTG (p<=0.01) and ITG (p<=0.05). Discordant right MTS group presented lower LI in MFG; IFG; MTG and ITG (p <= 0.05). Interictal left-sided spike frequency (< 5/h) was associated with lower LI (p <= 0.01) in MTG. In conclusion, MTS was associated with frontal and temporal language reorganization. Presence of ALL in discordant RMTS group suggests that left temporal epileptic activity may influence language reorganization, even in the absence of a left structural lesion. Higher left-sided spike frequency in MTS was associated with a left-right shift of speech representation https://doi.org/10.11606/T.5.2017.tde-06062017-092504info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:19:47Zoai:teses.usp.br:tde-06062017-092504Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:13:31.936416Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
dc.title.alternative.en.fl_str_mv FMRI language lateralization in patients with epilepsy secondary to mesial temporal sclerosis
title Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
spellingShingle Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
Juliana Passos de Almeida
title_short Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
title_full Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
title_fullStr Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
title_full_unstemmed Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
title_sort Avaliação de linguagem por ressonância magnética funcional em indivíduos com epilepsia do lobo temporal secundária a esclerose mesial temporal
author Juliana Passos de Almeida
author_facet Juliana Passos de Almeida
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Luiz Henrique Martins Castro
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Leticia Lessa Mansur
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Rosa Maria Figueiredo Valerio
dc.contributor.author.fl_str_mv Juliana Passos de Almeida
contributor_str_mv Luiz Henrique Martins Castro
Leticia Lessa Mansur
Rosa Maria Figueiredo Valerio
description Introdução: A lateralização atípica de linguagem (LAL) é mais frequentemente observada em indivíduos com epilepsia no hemisfério esquerdo. Pacientes com epilepsia secundária a esclerose mesial temporal (EMT) apresentam alta frequência de LAL. A presença de EMTE, diretamente ou por efeitos à distância, perturbaria a determinação típica de lateralidade de linguagem (LL). Estudos de LL com RMf, em populações homogêneas de pacientes com EMT são escassos. Os padrões regionais de reorganização, nesta população, assim como os fatores clínicos e funcionais associados à LAL são pouco conhecidos. Os objetivos deste estudo foram (1) Validar paradigma de linguagem em RMf capaz de ativar áreas frontais e temporais de linguagem (2) Avaliar LL regional, em população homogênea de pacientes com EMT e verificar o papel de variáveis clínicas e da atividade epileptiforme na determinação de LAL. Foram avaliados 46 pacientes com EMT unilateral (24 EMTE e 22 EMTD) e 24 controles saudáveis, destros. Todos os participantes foram submetidos a RMf de linguagem com paradigma de nomeação responsiva à leitura (NRL) desenvolvido em língua portuguesa. O paradigma foi eficaz em ativar áreas de linguagem. A correlação entre IL-RMf e IL-Wada foi estatisticamente significativa no GFM (0,387; p < 0,01); GFI (0,594, p < 0,001); GTS (0,357, p < 0,05); GTM (0,509, p < 0,001) e GTI (0,489, p < 0,001). Os pacientes foram classificados em discordantes e concordantes (EEG/RM), após monitorização prolongada por vídeo-EEG. As classificações individuais de LL do teste de Wada e RMf foram concordantes em 84%(GFM), 86% (GFI), 74%(GTS), 83%(GTM) e 86%(GTI) dos casos. A frequência de LAL variou de 17 a 33%, para EMTE; 14 a 17%, para EMTD e de 0 a 10%, no grupo controle. Os grupos EMTEc e EMTEd apresentaram menores valores de IL-RMf, em relação ao grupo controle no GFM e GFI (p <= 0.05). Adicionalmente, o grupo EMTEd apresentou menor IL-RMf no GTM (p <= 0.01) e GTI (p <= 0.05). O grupo EMTDd apresentou menor IL-RMf no GFM; GFI; GTM e GTI (p <= 0.05). A ocorrência de mais de 5 descargas/hora no período interictal associou-se a LAL no GFM (p <= 0.01). Início da epilepsia, maior tempo de epilepsia e presença de IPI não foram associadas a LAL. Concluiu-se que a presença de EMT associou-se a LAL nas regiões frontais e temporais, sugerindo reorganização de linguagem envolvendo amplas regiões cerebrais, distantes da zona epileptogênica. O achado de LAL observada no grupo EMTDd sugere que a atividade epileptiforme temporal esquerda pode influenciar a reorganização de linguagem, independentemente da presença de lesão estrutural à esquerda. A maior frequência de descargas à esquerda associou-se a LAL
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-03-28
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.11606/T.5.2017.tde-06062017-092504
url https://doi.org/10.11606/T.5.2017.tde-06062017-092504
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.publisher.program.fl_str_mv Neurologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv USP
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1794502515454115840