Produção de blocos de concreto a partir do reaproveitamento do lodo de uma indústria de curtume

• Autor(a) principal: Mapelli, Gracieli
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27009
• topic: CNPQ::ENGENHARIAS::ENGENHARIA SANITARIA; Curtimento; Cromo; Resíduos industriais; Tanning; Chromium; Factory and trade waste

O desenvolvimento tecnológico aliado ao crescimento dos processos produtivos vem proporcionando melhorias na qualidade de vida da população, entretanto, este avanço vem produzindo cada vez mais resíduos. As indústrias de curtume vêm produzindo um dos resíduos considerados mais agressivos ao meio, pois no seu processo de curtimento ocorre a utilização de sais de cromo, o qual geralmente se encontra no estado trivalente, podendo ser oxidado a cromo hexavalente, facilmente solúvel e tóxico. Visando a reutilização adequada deste resíduo, proporcionando a diminuição de um passivo e, transformando-o em um ativo ambiental, o presente trabalho tem como objetivo verificar a possibilidade da produção de blocos de concreto com a incorporação de lodo de cromo, proveniente do processo de curtimento de uma indústria de couro. O lodo de cromo foi cedido por uma Indústria de curtume, localizada no norte do estado do Paraná, o qual foi caracterizado quanto a sua composição físico-química. Posteriormente o lodo foi seco, para a elaboração dos corpos de provas com adição de diferentes concentrações de lodo de cromo T1 (0%), T2 (5%), T3 (10%) e T4 (15%), com um traçado dos materiais 1:3. Com a caracterização do resíduo, foi possível classificá-lo como Classe I (Perigosos), pois encontrou-se elevadas concentrações de metais. As análises realizadas nos blocos obtidos, foram de resistência à compressão, inspeção visual e absorção de água. Como resultado foi possível verificar que houve perca de compressão com a adição do lodo, porém estes ainda ficaram enquadrados na classificação C de blocos com ou sem função estrutural. Em relação à absorção de água pôde-se observar que quanto mais lodo menor a absorção, obtendo resultado médio de 4%. Pela análise de inspeção visual verificou-se que os blocos não ficaram em conformidade com a normativa, possuindo trincas, e furos, provavelmente referentes à má compactação dos agregados, provocando perda da resistência. Apesar disso, pode-se concluir que o método de encapsulamento do resíduo na matriz cimentícia é viável, pois atendeu os parâmetros de resistência e absorção de água, além de promover a utilização de um resíduo com elevado potencial tóxico, produzindo um novo produto com valor agregado.