As intervenções do enfermeiro de uma unidade de cuidados continuados perante a dor crónica do doente paliativo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sá, José Alberto FernandesTraila Monteiro de
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/1244
Resumo: Existindo um certo vazio de oferta de cuidados ativos e personalizados a pessoas que experienciam a incurabilidade da doença e a dor crónica, os Cuidados Paliativos são um elemento essencial na sociedade moderna ao proporcionar ao doente e família um apoio ativo, especializado e humanizado, facilitando o alívio do sofrimento e dando a oportunidade de preservar a dignidade. Contudo, a maioria dos doentes que carece deste tipo de cuidados, continua internado em unidades de saúde orientados para a cura e não para um cuidar com uma visão integradora da multidimensionalidade da pessoa não curável e com dor crónica. Constitui-se objetivo deste estudo: Compreender como o Enfermeiro de uma Unidade de Cuidados Continuados intervém na Gestão da Dor Crónica do Doente Paliativo, com a finalidade de contribuir para a humanização dos cuidados nesta última fase da vida. Estudo de natureza qualitativa, com recurso a entrevistas semiestruturadas a enfermeiros em uma unidade de cuidados continuados. É um estudo de natureza descritivoexploratória em que os dados foram submetidos a análise de conteúdo segundo Bardin (2011). Os resultados obtidos evidenciam que os enfermeiros definem doente paliativo como aquele que não tem perspetiva de cura; doente terminal; doente com doença crónica, evolutiva e progressiva e doente com sintomas não controlados. Quanto ao conceito de dor definem-na como persistente no tempo; contínua no tempo; subjetiva e recorrente, indo ao encontro da literatura. Os enfermeiros perante a dor crónica valorizam vários aspetos, como: comunicação nãoverbal, dimensão psicológica, emocional, a resposta alimentar e a monitorização da dor crónica. Neste último aspeto os enfermeiros recorrem fundamentalmente a escalas analógicas (verbal e de faces). Verificou-se que o enfermeiro possui conhecimento acerca das técnicas de alívio da dor, referindo as farmacológicas e não farmacológicas. No entanto, salientam que nem sempre estas estratégias são mobilizadas devido à existência de uma multiplicidade de dificuldades que se estendem desde a alta complexidade de cuidados, a limitação de acesso a opióides ao défice de formação em cuidados paliativos.Ressaltam a necessidade de se melhorar a referenciação dos doentes, maior formação na área de cuidados paliativos e um circuito de informação e comunicação mais eficiente e eficaz. A partir dos discursos verificou-se que existe a necessidade de uma mudança mais efetiva nas políticas governamentais e na saúde em Portugal para que seja capaz de responder às necessidades dos doentes sem perspetiva de cura e com dor crónica, concedendo assim um cuidar centrado na pessoa.