Avaliação do comportamento de vacas leiteiras num sistema voluntário de ordenha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Sandra Carneiro
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/5298
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento das vacas leiteiras em sistemas de ordenha robotizada (SOR). Desta forma, pretende-se estudar sobretudo, a frequência de ordenha destes animais ao longo de uma lactação completa, a distribuição das suas visitas ao longo de 24 horas, bem como, a influência do nível produtivo nestes parâmetros. Numa exploração leiteira com sistema de ordenha robotizada, foram recolhidos dados relativos a 162 animais, através do programa do robot, que nos forneceu o historial de visitas de cada animal ao dispositivo. Para este trabalho, foram utilizados os dados de 18 vacas, todas de primeira lactação, onde se considerou apenas os dias de lactação entre o dia 1 e 305, que foram divididas em 3 grupos com 6 animais cada. Os grupos foram constituídos em função do nível produtivo individual: baixo, médio e alto. Para a realização do tratamento estatístico recorreu-se ao programa JMP efetuando-se o cálculo da estatística descritiva e determinando-se o efeito dos diferentes fatores na frequência de ordenha, através do modelo ANOVA e do teste Tukey para comparação de médias. Os resultados mostraram que, de um modo geral, os diferentes lotes seguem o mesmo padrão, no que respeita à frequência da hora de ordenha. As visitas de ordenha foram menores nos períodos em que o robot (SOR) efetua a sua limpeza e no período em que se realiza a distribuição do alimento na manjedoura. Em contrapartida, os picos da frequência de ordenha ocorreram após a realização destas atividades e durante a condução dos animais ao SOR. Relativamente ao efeito do lote no número de ordenhas, constatou-se que, houve diferenças altamente significativas (P<0,001), onde o lote alto apresentou uma frequência de ordenha mais elevada (3,7 visitas), relativamente aos lotes médio (3,2 visitas) e baixo (2,9 visitas). Na fase crescente da curva de lactação, verificou-se que, o número médio de ordenhas, nos três lotes, aumentou. Na fase seguinte da curva, entre o dia 75 e 250, averiguou-se uma tendência para manter mais ou menos constante o número médio de visitas de ordenha. Nesta fase, notou-se claramente que, o lote alto evidenciou um maior número de visitas de ordenha. Por fim, na fase descendente da curva de lactação, observou-se um decréscimo no número de visitas, exceto no lote alto, que manteve. Segundo o modelo de Wood, a produção no pico de lactação diferiu entre o lote alto e médio, relativamente ao baixo (41,0 ± 1,1; 38,2 ± 1,1; 33,9 ± 1,1; respetivamente, com P=0,02). Quanto à produção total de leite, registaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os lotes (P=0,0010), onde o lote alto (12389,8 ± 370,7) foi significativamente diferente do lote baixo (9887,8 ± 370,7). Os dias de lactação, o dia do pico e a persistência da lactação não foram afetados pelo nível produtivo dos animais. Na estimativa da produção total de leite, pelo método de Fleischmann e pelo modelo de Wood, não foram evidenciadas diferenças significativas entre os dois modelos (P>0,05). No entanto, estes diferiram significativamente da produção real (P<0,001), uma vez que a sobrestimaram. Nesta análise, não se verificou nenhuma interação significativa entre o lote e o modelo de cálculo da produção de leite na lactação (P=0,2639).