A construção e o conflito de identidade em " Os Famosos e os Duendes da Morte”, de Ismael Caneppele

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Poncio, Amanda
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG
Texto Completo: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2999
Resumo: Um adolescente sem nome que vive em uma pequena cidade do interior tem sua identidade fragmentada ao ser atingido por um choque de realidade. O choque partiu do monótono cotidiano, das provocações do melhor amigo dizendo-lhe que ele jamais se libertaria da vida na pequena cidade, do sentir-se deslocada, isolada e inexistente nesse lugar, e de descobrir uma saída dali. A saída está no mundo virtual, no longe, nos amigos virtuais nos quais ele enxerga semelhança, aceitação, liberdade. Ele encontra-se dividido entre um lugar e outro, entre a tradição cultural da sua cidade e a modernidade da cidade grande, observada por ele no mundo virtual. Esse adolescente anônimo e sua identidade conflitante habitam o romance Os famosos e os duendes da morte, escrito por Ismael Caneppele, que também dedica a sua arte ao cinema e ao teatro. Em um texto repleto de lacunas, crise de identidade, melancolia e Bob Dylan, Caneppele poeticamente ergueu as quatro paredes da vida de um adolescente e seus questionamentos sobre si mesmo e como fazer para se libertar delas. A construção da identidade do sujeito tem se destacado em diversas áreas do conhecimento, sendo a literatura uma delas. Este projeto tem como objetivo analisar, tanto no romance Os famosos e os duendes da morte quanto em sua adaptação homônima para o cinema, ambos escritos por Ismael Caneppele, a construção da identidade e o conflito entre o tradicional e o moderno, baseando-se em teóricos como Zygmunt Bauman (2005) e Stuart Hall (2006), devido ao fato de ambos explicarem como a identidade do indivíduo encontra-se em um constante processo de modificação, de ressignificação da realidade que o cerca. Sendo estas duas obras de Caneppele também um cenário para a dialética entre os costumes que passam de geração em geração e hábitos postos em prática recentemente na sociedade como o frequente uso da internet, e para o hibridismo identitário que provem do ponto de encontro entre essas oposições, uma fusão que exemplifica o que Hall e Bauman afirmam em relação à construção da identidade do sujeito.