Função cardíaca: predição da carga de treinamento muscular inspiratório e correlação com dados pneumofuncionais de indivíduos com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LIMA, Peterson Filipe Pinheiro de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27092
Resumo: Existe uma associação entre fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), strain longitudinal global (SLG) e o consumo máximo de oxigênio (VO2max) com o declínio da função respiratória, sobretudo no desenvolvimento de disfunções musculares inspiratórias e no comprometimento da qualidade de vida de indivíduos com insuficiência cardíaca (IC). Estes marcadores cardíacos podem ser uma importante ferramenta para a determinação da carga de treinamento muscular inspiratório (TMI) nesta população. Esta dissertação é composta por dois artigos originais, cujos objetivos foram avaliar a reprodutibilidade do PowerBreathe® KH2 para a avaliação da pressão inspiratória máxima (PImax) em adultos saudáveis e comparar as cargas de TMI determinadas pela manovacuometria digital e eletrônica em adultos jovens saudáveis (Artigo 1); e avaliar a influência da FEVE, do SLG e do VO2max na determinação da PImax e prescrição da carga de TMI em indivíduos com IC (Artigo 2). Artigo 1: Realizou-se um estudo transversal que randomizou o uso de dois equipamentos para avaliação da PImax de adultos jovens saudáveis do ponto de vista pneumofuncional. Todos os voluntários realizaram, no mínimo, três manobras aceitáveis em cada teste, segundo os critérios de reprodutibilidade da American Thoracic Society/European Respiratory Society (ATS/ERS). Para a avaliação da reprodutibilidade intraobservador e da concordância, foram utilizados o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e o método Bland-Altman, respectivamente. Participaram 36 voluntários. O PowerBreathe® KH2 apresentou reprodutibilidade adequada. Encontrou-se viés entre o manovacuômetro GlobalMed MVD-300 e o PowerBreathe® KH2 (viés=5,83; IC95%= -8,82 a 20,49), e o manovacuômetro GlobalMed MVD-300 e o PowerBreathe® Breathe-Link (viés=5,14; IC95%= 13,37 a 23,65). Não houve concordância entre os métodos digital e eletrônico em adultos saudáveis (viés=5,32; IC95%= -10,10 a 20,74). Artigo 2: Realizou-se um estudo transversal com 37 indivíduos com IC avaliados pela FEV e pelo SLG fornecidos pela ecocardiografia, e pelo VO2max obtido pela ergoespirometria. O SLG apresentou correlação com a carga de TMI calculada pelos métodos convencional (r=0,367; p=0,030) e eletrônico (r=0,397; p=0,018) e, o VO2max, com a carga de TMI calculada pelo método convencional (r=0,395; p=0,015). Na análise de regressão, o SLG e o VO2max apresentaram influência estatisticamente significativa sobre a PImax e a carga de TMI. Conclui-se que o PowerBreathe® KH2 e o PowerBreathe® Breathe-Link são reprodutíveis e não apresentaram concordância com o manovacuômetro digital GlobalMed® MVD-300 para avaliação da PImax em adultos saudáveis. Logo, os métodos digital e eletrônico para a determinação da carga de TMI não apresentaram concordância em adultos saudáveis e pacientes com IC. Em pacientes cardiopatas, o SLG e o VO2max podem modificar a carga de TMI. Apesar do PowerBreathe® KH2 e do PowerBreathe® Breathe-Link não poderem substituir o manovacuômetro digital GlobalMed® MVD-300, sugere-se a introdução deste novo equipamento na prática clínica e na pesquisa científica como teste complementar da função respiratória em adultos saudáveis e indivíduos com IC.