Criminologia midiática e a campanha “Crack, nem pensar”: refletindo sobre a falta de pensamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Böes, Guilherme Michelotto
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Amaral, Augusto Jobim do
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Faculdade de Direito UFPR (Online)
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/direito/article/view/62382
Resumo: Qualquer abordagem criminológica que pretenda refletir sobre a mídia deve ter, entre as suas preocupações centrais, os processos que capitalizam tais meios mediante as imagens que propagam na elaboração das suas construções sociais. Neste aspecto, talvez o campo da política criminal de drogas seja um dos mais privilegiados, em especial desde a análise da montagem das figuras associadas aos usuários de certas drogas tornadas ilícitas, bem como em relação aos mecanismos de controle seletivo que neles recaem. Para tanto, nesta linha, buscamos compreender a campanha chamada “Crack, nem pensar”, veiculada pelo Grupo RBS em 2009, como representante da enorme força simbólica e do impacto que tais plataformas podem trazer diante das demandas proibicionistas. Apresentando os desdobramentos desta dinâmica publicitária, constatam-se os efeitos de exclusão social e demonização de determinados grupos sociais dispostos como alvos da peça, numa franca cruzada moral de guerra às drogas, a despeito dos estudos científicos mais apurados sobre a falência de tal política.
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spelling Criminologia midiática e a campanha “Crack, nem pensar”: refletindo sobre a falta de pensamentoMedia criminology and the campaign “Crack, nem pensar”: Reflecting on a lack of thoughtCriminologia; Sociologia; DireitoCriminologia. Política criminal. Drogas. Mídia.Criminology. Criminal policy. Drugs. Media.Qualquer abordagem criminológica que pretenda refletir sobre a mídia deve ter, entre as suas preocupações centrais, os processos que capitalizam tais meios mediante as imagens que propagam na elaboração das suas construções sociais. Neste aspecto, talvez o campo da política criminal de drogas seja um dos mais privilegiados, em especial desde a análise da montagem das figuras associadas aos usuários de certas drogas tornadas ilícitas, bem como em relação aos mecanismos de controle seletivo que neles recaem. Para tanto, nesta linha, buscamos compreender a campanha chamada “Crack, nem pensar”, veiculada pelo Grupo RBS em 2009, como representante da enorme força simbólica e do impacto que tais plataformas podem trazer diante das demandas proibicionistas. Apresentando os desdobramentos desta dinâmica publicitária, constatam-se os efeitos de exclusão social e demonização de determinados grupos sociais dispostos como alvos da peça, numa franca cruzada moral de guerra às drogas, a despeito dos estudos científicos mais apurados sobre a falência de tal política.Any criminological approach that seeks to reflect on the media must have, among its central concerns, the processes that capitalize such media through the images they propagate in the elaboration of their social constructions. In this regard, perhaps the field of criminal drug policy is one of the most privileged, especially since the analysis of the mounting of the figures associated with the users of certain illicit drugs, as well as with the selective control mechanisms that fall within them. In order to do so, we aim to understand the campaign called “Crack, nem pensar”, presented by the RBS Media Group in 2009, as representative of the enormous symbolic force and the impact that such platforms can bring to the prohibitionist demands. The effects of social exclusion and demonization of certain social groups that are set forth as targets of the play, in a frank moral crusade of drug war, are evident, despite the scientific, more accurate studies on the bankruptcy of such policy..Böes, Guilherme MichelottoAmaral, Augusto Jobim do2019-04-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/direito/article/view/6238210.5380/rfdufpr.v64i1.62382Revista da Faculdade de Direito UFPR; v. 64, n. 1 (2019); 63-952236-72840104-331510.5380/rfdufpr.v64i1reponame:Revista da Faculdade de Direito UFPR (Online)instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/direito/article/view/62382/38402https://revistas.ufpr.br/direito/article/downloadSuppFile/62382/36500Direitos autorais 2019 Revista da Faculdade de Direito UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-04-30T20:25:42Zoai:revistas.ufpr.br:article/62382Revistahttp://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direitoPUBhttp://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/direito/oai||revistadireito@ufpr.br2236-72840104-3315opendoar:2019-04-30T20:25:42Revista da Faculdade de Direito UFPR (Online) - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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