A ação extensionista e a pobreza rural: a ATER no programa Brasil sem Miséria na região Celeiro do RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Samborski, Tarcisio
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Manancial - Repositório Digital da UFSM
Texto Completo: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/3830
Resumo: O Brasil foi um país que teve um desempenho excepcional na redução da pobreza, chegando a atingir a meta estabelecida para 2015 nos Objetivos do Milênio da ONU ainda no ano de 2002. Essa tese aborda uma parte desse esforço de inclusão social e teve por objetivo analisar a experiência dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) na ação de Inclusão Produtiva do Programa Brasil Sem Miséria em oito municípios da Região Celeiro do Rio Grande do Sul. A modalidade de pesquisa foi qualitativa e utilizou-se de uma série de instrumentos como estatísticas oficiais, materiais informativos elaborados pelos instrumentos de monitoramento do Programa Brasil Sem Miséria, diagnósticos da situação das famílias beneficiarias, avaliações feitas pela executora da ATER, observações assistemáticas das atividades e entrevistas semiestruturadas com todos os extensionistas envolvidos e uma amostra das famílias atendidas pelo Programa nos municípios estudados. Com o auxílio da teoria da ação comunicativa de Habermas como reforço teórico para analisar a ação extensionista, busca-se compreender o nascimento e a evolução desses serviços no Brasil. Apresenta-se o campo empírico com destaque para a importância do Programa Brasil Sem Miséria nesses municípios e uma breve caracterização das famílias beneficiárias. Utiliza-se, ainda, de uma revisão teórica sobre a Extensão Rural e a pobreza, apresentando o estado da arte desse tema e os elementos existentes na atualidade para a oferta de ATER para os pobres no Brasil. Descreve-se a dinâmica da ação extensionista junto à pobreza extrema, mostrando o estranhamento inicial frente a um mundo da vida diferente e como se deu o início dessa prática profissional, principais métodos, parcerias, os projetos produtivos executados e os resultados alcançados. Tanto os técnicos como as famílias apresentam avaliações positivas do desempenho do programa, sendo que, para a maioria das famílias este significou um aumento na qualidade de vida. Os resultados indicam uma maior participação e aumento da autoestima das mulheres, melhoria na segurança alimentar através da produção e o autoconsumo de alimentos, acesso a outras políticas públicas, inserção em comércios locais, mesmo que ainda haja o predomínio do mercado informal, maior participação comunitária, enfim, uma maior inclusão dessas famílias a partir do acompanhamento da ATER. A experiência apresenta muitas novidades para a ação extensionista, entre as quais se destaca o trabalho integrado entre as áreas de Bem-Estar Social e das Ciências Agrárias, a visão do projeto de vida familiar sobressaindo-se sobre a visão setorial e a organização dos técnicos para atender suas dificuldades profissionais que podem sustentar parcialmente a hipótese de que há um avanço em direção ao entendimento e a superação da ação difusionista tradicional da Extensão Rural. Persistem as dúvidas sobre a continuidade do Programa no atual contexto político-administrativo, fato que pode restringir ou até anular os esforços inclusivos conseguidos até o momento.
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