Poéticas da masculinidade em ruínas: o amor em tempos de AIDS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alós, Anselmo Peres
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Andreta, Bárbara Loureiro, Dalcol, Mônica Saldanha, Silva, Rosimeri Aquino da, Ribeiro, Fernanda Bittencourt, Caetano, Marcio, Silva Junior, Paulo Melgaço da, Goulart, Treyce Ellen Silva, Foster, David William, Garcia, Paulo César, Lopes, Fábio Henrique, Nigro, Cláudia Maria Ceneviva, Chatagnier, Juliane Camila, Ourique, João Luis Pereira, Almeida, Ana Luiza Nunes, Pocahy, Fernando, Postal, Ricardo, Silvestre, Emerson, Werlang, Gérson, Matos, Xênia Amaral
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Manancial - Repositório Digital da UFSM
Texto Completo: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/19094
Resumo: Grande parte da ficção latino-americana contemporânea que problematiza a questão das sexualidades dissidentes, das homossexualidades e das masculinidades, concomitantemente, dialoga com a questão da pandemia global de HIV/AIDS. Alguns críticos chegam a falar em narrativas de AIDS, discursivização da epidemia, e mesmo de AIDS literature. Algo bastante recorrente nas narrativas de/sobre AIDS é que elas muitas vezes parecem pertencer a um outro mundo, ou, melhor dizendo, a um outro tempo. Um tempo de limitações que por vezes parece já esquecido até mesmo pela minha própria geração, que teve suas primeiras experiências sexuais sob as sombras das asas da Peste. Não havia celulares, não havia internet nem world wide web, não havia websites de relacionamento ou redes sociais. Tampouco havia coquetel antirretroviral. Havia telefonia convencional, havia telefones públicos e havia – hoje praticamente peças de museu – fichas telefônicas. Havia pornografia impressa, vendida quase que clandestinamente nas bancas de jornais, sendo que as revistas em papel couché impressas a cores eram abusivamente mais caras do que as em preto-e-branco, impressas em papel de jornal de baixa qualidade. Ao invés de redes sociais e das salas de chat, a socialização de gays, lésbicas, bissexuais e travestis dava-se em bares e danceterias ocultos por fachadas iscretas, pertencentes a um roteiro compartilhado pela comunidade (que àquela época não possuía qualificativos: não era gay, nem lésbica, nem queer) e praticamente desconhecido por aqueles que não entendiam. Em um tempo no qual a expressão entendido era gíria para se referir a um homem homossexual, entender, em sentido restrito, terminava por se configurar como um comprometimento com alguma forma de dissidência sexual subversiva.
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