A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Trans/Form/Ação (Online) |
DOI: | 10.1590/S0101-31732009000200007 |
Texto Completo: | https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011 |
Resumo: | O presente artigo pretende destacar a tese de que a natureza para Feuerbach é um existente autônomo e independente e possui primazia ante o espírito. Para ele, a natureza material, que existe, em sua diferencialidade qualitativa, independente do pensar, é diante do espírito o original, o fundamento não deduzível, imediato, não criado, de toda existência real, que existe e consiste por si mesmo. Feuerbach opõe a natureza ao espírito, pois ele a entende não como um puro outro, que só por meio do espírito foi posto como natureza, mas como o primeiro, a realidade objetiva, material, que existe fora do entendimento e é dada ao homem, por meio de seus sentidos, como fundamento e essência de sua vida. Trata-se, pois, primeiro daquela essência (luz, ar, água, fogo, plantas, animais etc.) sem a qual o homem não pode nem ser pensado nem existir. A natureza é, para Feuerbach, a pluralidade de todos os objetos e essências que realmente são. Sob esta condição, é possível conceber a natureza como a garantia da exterioridade mesma, como que um existente fora de nós, que nada sabe de si e é em si e por si mesmo; por conseguinte, ela não deve ser vista como aquilo que ela não é, isto é, nem como divina, nem como humana. A natureza sempre existiu, quer dizer, ela existe por si e tem seu sentido apenas em si mesma; ela é ela mesma, ou seja, nenhuma essência mística, pois, por trás dela, não se esconde nenhum absoluto, nada humano, nada divino, transcendental ou ideal. |
id |
UNESP-10_7c02cd293be3ef40da960251ef9dd113 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/1011 |
network_acronym_str |
UNESP-10 |
network_name_str |
Trans/Form/Ação (Online) |
spelling |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig FeuerbachO presente artigo pretende destacar a tese de que a natureza para Feuerbach é um existente autônomo e independente e possui primazia ante o espírito. Para ele, a natureza material, que existe, em sua diferencialidade qualitativa, independente do pensar, é diante do espírito o original, o fundamento não deduzível, imediato, não criado, de toda existência real, que existe e consiste por si mesmo. Feuerbach opõe a natureza ao espírito, pois ele a entende não como um puro outro, que só por meio do espírito foi posto como natureza, mas como o primeiro, a realidade objetiva, material, que existe fora do entendimento e é dada ao homem, por meio de seus sentidos, como fundamento e essência de sua vida. Trata-se, pois, primeiro daquela essência (luz, ar, água, fogo, plantas, animais etc.) sem a qual o homem não pode nem ser pensado nem existir. A natureza é, para Feuerbach, a pluralidade de todos os objetos e essências que realmente são. Sob esta condição, é possível conceber a natureza como a garantia da exterioridade mesma, como que um existente fora de nós, que nada sabe de si e é em si e por si mesmo; por conseguinte, ela não deve ser vista como aquilo que ela não é, isto é, nem como divina, nem como humana. A natureza sempre existiu, quer dizer, ela existe por si e tem seu sentido apenas em si mesma; ela é ela mesma, ou seja, nenhuma essência mística, pois, por trás dela, não se esconde nenhum absoluto, nada humano, nada divino, transcendental ou ideal.Faculdade de Filosofia e Ciências2009-01-10info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/htmlapplication/x-mobipocket-ebookapplication/epub+ziphttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/101110.1590/S0101-31732009000200007Trans/Form/Ação; Vol. 32 No. 2 (2009); 119-133TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol. 32 Núm. 2 (2009); 119-133TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol. 32 No. 2 (2009); 119-133TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; V. 32 N. 2 (2009); 119-133Trans/Form/Ação; v. 32 n. 2 (2009); 119-1331980-539X0101-3173reponame:Trans/Form/Ação (Online)instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/912https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/12984https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/13741https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/13743Copyright (c) 2021 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofiahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessChagas, Eduardo Ferreira2023-05-09T21:21:01Zoai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/1011Revistahttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptransformacao@marilia.unesp.br1980-539X0101-3173opendoar:2023-05-09T21:21:01Trans/Form/Ação (Online) - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach |
title |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach |
spellingShingle |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach Chagas, Eduardo Ferreira Chagas, Eduardo Ferreira |
title_short |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach |
title_full |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach |
title_fullStr |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach |
title_full_unstemmed |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach |
title_sort |
A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach |
author |
Chagas, Eduardo Ferreira |
author_facet |
Chagas, Eduardo Ferreira Chagas, Eduardo Ferreira |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Chagas, Eduardo Ferreira |
description |
O presente artigo pretende destacar a tese de que a natureza para Feuerbach é um existente autônomo e independente e possui primazia ante o espírito. Para ele, a natureza material, que existe, em sua diferencialidade qualitativa, independente do pensar, é diante do espírito o original, o fundamento não deduzível, imediato, não criado, de toda existência real, que existe e consiste por si mesmo. Feuerbach opõe a natureza ao espírito, pois ele a entende não como um puro outro, que só por meio do espírito foi posto como natureza, mas como o primeiro, a realidade objetiva, material, que existe fora do entendimento e é dada ao homem, por meio de seus sentidos, como fundamento e essência de sua vida. Trata-se, pois, primeiro daquela essência (luz, ar, água, fogo, plantas, animais etc.) sem a qual o homem não pode nem ser pensado nem existir. A natureza é, para Feuerbach, a pluralidade de todos os objetos e essências que realmente são. Sob esta condição, é possível conceber a natureza como a garantia da exterioridade mesma, como que um existente fora de nós, que nada sabe de si e é em si e por si mesmo; por conseguinte, ela não deve ser vista como aquilo que ela não é, isto é, nem como divina, nem como humana. A natureza sempre existiu, quer dizer, ela existe por si e tem seu sentido apenas em si mesma; ela é ela mesma, ou seja, nenhuma essência mística, pois, por trás dela, não se esconde nenhum absoluto, nada humano, nada divino, transcendental ou ideal. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009-01-10 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011 10.1590/S0101-31732009000200007 |
url |
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011 |
identifier_str_mv |
10.1590/S0101-31732009000200007 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/912 https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/12984 https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/13741 https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011/13743 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2021 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2021 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf text/html application/x-mobipocket-ebook application/epub+zip |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Filosofia e Ciências |
publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Filosofia e Ciências |
dc.source.none.fl_str_mv |
Trans/Form/Ação; Vol. 32 No. 2 (2009); 119-133 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol. 32 Núm. 2 (2009); 119-133 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol. 32 No. 2 (2009); 119-133 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; V. 32 N. 2 (2009); 119-133 Trans/Form/Ação; v. 32 n. 2 (2009); 119-133 1980-539X 0101-3173 reponame:Trans/Form/Ação (Online) instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Trans/Form/Ação (Online) |
collection |
Trans/Form/Ação (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Trans/Form/Ação (Online) - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
transformacao@marilia.unesp.br |
_version_ |
1822180751990325248 |
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv |
10.1590/S0101-31732009000200007 |