Avaliação do estado de saúde bucal de pacientes com fibrose cística

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chapper, Ana
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/30923
Resumo: Esse estudo transversal avaliou a saúde bucal de 36 pacientes com fibrose cística (FC). Um questionário foi aplicado para obter informações sobre autocuidados e outros aspectos que pudessem influenciar os resultados. Os exames, realizados por examinadora treinada e calibrada, foram placa visível (IPV), sangramento gengival (ISG), profundidade de sondagem (PS), perda de inserção (PI), exsudato à sondagem (SS), presença de sítios com cálculo dental, experiência de cárie (ceo/CPO-D + MBA) e número de dentes com sinais de anomalias no esmalte. Os resultados das variáveis clínicas foram comparados (P<0,05), segundo dois extratos de idade e segundo a experiência de cárie positiva (EC+) ou não (EC-), por meio dos testes t de Student ou U de Mann-Whitney. O teste de Spearman foi usado para identificar possíveis correlações entre os achados. Para as idades 12 anos e > 12 anos os resultados foram: IPV (65,40±35,13% e 58,90±34,51%), ISG (14,00±21,61% e 26,51±27,09%) e presença de cálculo dental (21,59±28,96% e 11,97±9,29%), sem diferenças significativas entre os grupos. As médias de PS foram 1,30±0,32mm e 1,70±0,30mm (P=0,00) e de SS foram 3,89±9,92% e 7,72±20,04% (P=0,09). A média de PI, somente presente no grupo >12 anos, foi 0,15±0,35mm. Os valores do índice ceo/CPO-D+MBA foram 1,74±3,33/1,20±1,74 e 5,14±4,26, respectivamente. A presença de anomalias de esmalte variou de nenhum até todos os dentes com sinais, em ambos os grupos. A comparação dos grupos EC+ e EC- revelou que os valores do IPV (70,52±30,92% e 52±37,50%) e ISG (25,13±29,40% e 10,09±10,04%), não diferiram significativamente, ao contrário dos percentuais de cálculo, com valores de 9,97±10,06% e 28,86±32,05% nos grupos, respectivamente. Placa bacteriana (r=0,50; P=0,02), e preferência por alimentos doces (r=0,48; P=0,02) relacionaram-se positivamente com experiência cárie na dentição decídua, assim como o histórico de dor (r=0,48; P=0,03), que também teve relação positiva com a dentição permanente (r=0,52; P=0,02). Correlação positiva foi observada entre a perda de inserção e a percepção da gengiva já ter sangrado anteriormente (r=0,51; P=0,00). Os níveis de escolaridade da mãe e do pai relacionaram-se negativamente com a EC nas crianças FC (r=-0,57; r=-0,71). Conclusões: Nessa amostra, manifestações de cárie foram observadas a partir de sinais incipientes de perda mineral, sendo que a experiência de cárie foi semelhante àquela observada na população do sul do Brasil. A remoção de cálculo dental para tratamento da gengivite não deve ser priorizado no atendimento de pacientes císticos com atividade de cárie. Atenção odontológica deve ser direcionada à prevenção e ao tratamento da doença cárie.