Apendicite aguda: a percepção dos médicos assistencialistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: de Souza, Vitória Corchak
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Lorençon, Henry Sauerbronn, Lombardi, Welington, dos Santos, Vitória Vasconcellos, Andreo, Bruna Galdorfini Chiari, Lombardi, Luciana Borges, Marchetti, Laura de Oliveira, Marcinkevicius, Jéssica Aparecida, Bocchi, Marcella Pagnano, Borges, João Ramalho, Sena, Mariana Pasqualotti, Salve, Helena Gabriela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/64827
Resumo: O apêndice vermiforme órgão de morfologia tubular e fundo cego, pode ser acometido pelo processo patológico conhecido como apendicite aguda, a qual tem elevada prevalência na população e corresponde à grande incidência de intervenções cirúrgicas. Essa patologia decorre de uma obstrução da luz desse órgão por diversas possíveis causas, sendo por fecálitos a principal. Essa obstrução pode resultar em ulceração da mucosa, gangrena e a ruptura de sua parede, comprometendo, de forma infecciosa e inflamatória, o peritônio. A gravidade do prognóstico piora com a evolução da doença, tendo importância o diagnóstico e a terapêutica precoce. Com base no exposto, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a percepção dos médicos acerca dos seus métodos diagnósticos e terapêuticos preferenciais a respeito dessa patologia e suas demais percepções sobre esse tema. Essa pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa para sua realização. Foram empregados questionários preparados no Google Forms com divulgação desse por meio de instrumentos da internet destinados a médicos que atuam na terapêutica da apendicite aguda. Os dados obtidos foram tabulados por meio do programa Excel para constatação dos resultados obtidos.  A faixa etária de maior frequência entre os participantes corresponde a 31 a 35 anos e 36 a 40 anos. O tempo médio de formados foi de 11 anos. A especialidade mais prevalente observada no questionário foi cirurgia geral. A quantidade de apendicectomias realizadas pelos participantes foi de mais de 101 procedimentos. O sintoma característico da apendicite, auxiliar no diagnóstico, foi de dor em fossa ilíaca direita seguido por náusea e vômitos. O exame mais citado foi o Hemograma, sendo que como de imagem, o mais prevalente foi a tomografia computadorizada. A complicação de maior prevalência observada foi a infecção de ferida operatória. A maioria dos voluntários informou que prescreve antibióticos apenas casos específicos. Com relação ao tempo de espera entre o diagnóstico e a realização do procedimento, a maioria dos participantes informou que não é uma prática comum deixar o procedimento para o dia seguinte, porém, a segunda resposta mais citada foi a de aguardar o dia seguinte “devido a mais de uma razão”. A frequência em que, ao realizar o procedimento cirúrgico, o diagnóstico de apendicite aguda não se confirmou, foi a mais citada entre os médicos participantes que informaram que, ainda assim, a cirurgia “ocorreu e o apêndice foi removido”. A videolaparoscopia foi o método terapêutico com maior número de escolhas. Quanto à solicitação de exames de imagem para a confirmação diagnóstica a maioria dos voluntários apontou que a realiza “frequentemente” e, a segunda resposta mais escolhida entre os respondentes foi “em todos os casos”. Assim, os dados apontam que a apendicectomia é uma prática cirúrgica frequente entre os profissionais, sendo que a videolaparoscopia foi o método cirúrgico de escolha da maioria, independente do tempo de atuação do cirurgião. A conduta perante o uso da antibioticoterapia no sistema particular de saúde é mais frequentemente utilizada do que quando comparadas ao seu uso no sistema público. Além disso, quase todos os médicos constataram que já presenciaram casos de apendicectomia negativa, o que evidencia a importância de um diagnóstico preciso. Entretanto, é surpreendente que mesmo com todos os dados já comprovados pela literatura de que diagnóstico e tratamento precoces estão relacionados a menor índice de complicações, ainda 65% dos cirurgiões relatam o adiamento dessa cirurgia do dia para a noite.
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Essa pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa para sua realização. Foram empregados questionários preparados no Google Forms com divulgação desse por meio de instrumentos da internet destinados a médicos que atuam na terapêutica da apendicite aguda. Os dados obtidos foram tabulados por meio do programa Excel para constatação dos resultados obtidos.  A faixa etária de maior frequência entre os participantes corresponde a 31 a 35 anos e 36 a 40 anos. O tempo médio de formados foi de 11 anos. A especialidade mais prevalente observada no questionário foi cirurgia geral. A quantidade de apendicectomias realizadas pelos participantes foi de mais de 101 procedimentos. O sintoma característico da apendicite, auxiliar no diagnóstico, foi de dor em fossa ilíaca direita seguido por náusea e vômitos. O exame mais citado foi o Hemograma, sendo que como de imagem, o mais prevalente foi a tomografia computadorizada. A complicação de maior prevalência observada foi a infecção de ferida operatória. A maioria dos voluntários informou que prescreve antibióticos apenas casos específicos. Com relação ao tempo de espera entre o diagnóstico e a realização do procedimento, a maioria dos participantes informou que não é uma prática comum deixar o procedimento para o dia seguinte, porém, a segunda resposta mais citada foi a de aguardar o dia seguinte “devido a mais de uma razão”. A frequência em que, ao realizar o procedimento cirúrgico, o diagnóstico de apendicite aguda não se confirmou, foi a mais citada entre os médicos participantes que informaram que, ainda assim, a cirurgia “ocorreu e o apêndice foi removido”. A videolaparoscopia foi o método terapêutico com maior número de escolhas. Quanto à solicitação de exames de imagem para a confirmação diagnóstica a maioria dos voluntários apontou que a realiza “frequentemente” e, a segunda resposta mais escolhida entre os respondentes foi “em todos os casos”. Assim, os dados apontam que a apendicectomia é uma prática cirúrgica frequente entre os profissionais, sendo que a videolaparoscopia foi o método cirúrgico de escolha da maioria, independente do tempo de atuação do cirurgião. A conduta perante o uso da antibioticoterapia no sistema particular de saúde é mais frequentemente utilizada do que quando comparadas ao seu uso no sistema público. Além disso, quase todos os médicos constataram que já presenciaram casos de apendicectomia negativa, o que evidencia a importância de um diagnóstico preciso. Entretanto, é surpreendente que mesmo com todos os dados já comprovados pela literatura de que diagnóstico e tratamento precoces estão relacionados a menor índice de complicações, ainda 65% dos cirurgiões relatam o adiamento dessa cirurgia do dia para a noite.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2023-11-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/6482710.34119/bjhrv6n6-130Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 No. 6 (2023); 28198-28215Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 Núm. 6 (2023); 28198-28215Brazilian Journal of Health Review; v. 6 n. 6 (2023); 28198-282152595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/64827/46440de Souza, Vitória CorchakLorençon, Henry SauerbronnLombardi, Welingtondos Santos, Vitória VasconcellosAndreo, Bruna Galdorfini ChiariLombardi, Luciana BorgesMarchetti, Laura de OliveiraMarcinkevicius, Jéssica AparecidaBocchi, Marcella PagnanoBorges, João RamalhoSena, Mariana PasqualottiSalve, Helena Gabrielainfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-11-16T13:18:33Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/64827Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2023-11-16T13:18:33Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false
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