Duração da imunidade pós-vacinação contra febre amarela em crianças: estudo complementar sobre imunidade humoral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Noronha, Tatiana Guimarães de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18242
Resumo: A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, cujo agente etiológico é um Arbovírus pertencente ao gênero Flavivirus, transmitido principalmente por mosquitos dos gêneros Haemagogus, Sabethes e Aedes. Em função da sua gravidade clínica e potencial de disseminação, é objeto do Regulamento Sanitário Internacional. A vacinação é a medida mais importante para prevenção e controle da doença no homem. É indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aplicação em moradores de áreas endêmicas, idealmente, nos calendários rotineiros de vacinação das crianças entre 9 e 12 meses de idade, além de campanhas de imunização em massa e vacinação de viajantes para áreas de risco com idade mínima de 9 meses. Até 2013, estavam indicadas doses de reforço dessa vacina a cada 10 anos, mas a OMS retirou essa recomendação, indicando dose única como suficiente para proteção a longo prazo. O presente estudo justifica-se pela necessidade de avaliar a duração da imunidade após a primovacinação contra febre amarela em crianças. Em função dos questionamentos a respeito dessa decisão e dos resultados de um estudo de duração da imunidade em adultos realizado no Brasil, identificou-se a necessidade de avaliar a duração da imunidade para febre amarela em crianças de 9 meses a 12 anos primovacinadas nos dois primeiros anos de vida, objetivo do presente estudo. Foi realizada análise da frequência do status sorológico (negativo, indeterminado e positivo), média geométrica dos títulos de anticorpos neutralizantes contra febre amarela obtidos pelo método de PRNT (Plaque Reduction Neutralization Test), estratificadas por categoria de tempo após a vacinação contra febre amarela, e razão de chances (OR) para soropositividade. A categoria de referência foi a composta por indivíduos com período pós-vacinal de 0 a 6 meses. Observou-se uma redução na proporção de soropositividade (SP), média geométrica de títulos de anticorpos e OR, a medida que aumenta o tempo pós-vacinação, com destaque para a queda mais acentuada a partir dos 31 meses pós-vacinação. Na categoria de 31 a 72 meses pós-vacinação (mediana de 51 meses ou 4,25 anos), a proporção de SP foi de 59 por cento com OR para soropositividade de 0,22 (IC95 por cento: 0,13; 0,39). Esses dados reforçam não só a necessidade de revacinação das crianças residentes em área de risco para febre amarela, primovacinadas nos dois primeiros anos de vida, como também indicam a necessidade de revacinação em um intervalo inferior aos 10 anos anteriormente recomendados pela OMS, idealmente, até 4 anos após a dose inicial.
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É indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aplicação em moradores de áreas endêmicas, idealmente, nos calendários rotineiros de vacinação das crianças entre 9 e 12 meses de idade, além de campanhas de imunização em massa e vacinação de viajantes para áreas de risco com idade mínima de 9 meses. Até 2013, estavam indicadas doses de reforço dessa vacina a cada 10 anos, mas a OMS retirou essa recomendação, indicando dose única como suficiente para proteção a longo prazo. O presente estudo justifica-se pela necessidade de avaliar a duração da imunidade após a primovacinação contra febre amarela em crianças. Em função dos questionamentos a respeito dessa decisão e dos resultados de um estudo de duração da imunidade em adultos realizado no Brasil, identificou-se a necessidade de avaliar a duração da imunidade para febre amarela em crianças de 9 meses a 12 anos primovacinadas nos dois primeiros anos de vida, objetivo do presente estudo. Foi realizada análise da frequência do status sorológico (negativo, indeterminado e positivo), média geométrica dos títulos de anticorpos neutralizantes contra febre amarela obtidos pelo método de PRNT (Plaque Reduction Neutralization Test), estratificadas por categoria de tempo após a vacinação contra febre amarela, e razão de chances (OR) para soropositividade. A categoria de referência foi a composta por indivíduos com período pós-vacinal de 0 a 6 meses. Observou-se uma redução na proporção de soropositividade (SP), média geométrica de títulos de anticorpos e OR, a medida que aumenta o tempo pós-vacinação, com destaque para a queda mais acentuada a partir dos 31 meses pós-vacinação. Na categoria de 31 a 72 meses pós-vacinação (mediana de 51 meses ou 4,25 anos), a proporção de SP foi de 59 por cento com OR para soropositividade de 0,22 (IC95 por cento: 0,13; 0,39). Esses dados reforçam não só a necessidade de revacinação das crianças residentes em área de risco para febre amarela, primovacinadas nos dois primeiros anos de vida, como também indicam a necessidade de revacinação em um intervalo inferior aos 10 anos anteriormente recomendados pela OMS, idealmente, até 4 anos após a dose inicial.Yellow fever (YF) is an acute febrile infectious disease caused by an arbovirus belonging to the genus flavivirus, transmitted by mosquitoes such as Haemagogus, Sabethes and Aedes. Because of its clinical severity and potential for spread, it is subject of the International Health Regulations. Vaccination is the most important measure for prevention and control of disease in humans. It is indicated by World Health Organization (WHO) for use in residents of endemic areas, ideally in the routine schedules of children vaccination between 9 and 12 months of age, for immunization mass campaigns and vaccination of travelers moving to risk areas from 9 years of age. Until 2013, booster doses were given every 10 years, however, the WHO removed this recommendation, indicating a single dose as sufficient for long-term protection. This study is justified by the need to assess the duration of immunity after primary vaccination against yellow fever in children. Considering the discussion about this decision and the results of a study regarding duration of immunity in adults, held in Brazil, we identified the need to assess the duration of immunity to yellow fever in children aged 9 months to 12 years who received the first dose during the first two years of life, which is the purpose of this study. The frequency of serologic status (negative, indeterminate and positive), geometric mean titers of neutralizing antibodies against yellow fever obtained by PRNT method (Plaque Reduction Neutralization Test), stratified by category of time after yellow fever vaccination, and odds ratio (OR) for seropositivity were calculated. The reference category was composed by individuals with post-vaccine period of 0-6 months. There was a reduction in the proportion of seropositivity (SP), geometric mean antibody titers and OR, as there was an increase in the post-vaccination time, with more accentuated decline from 31 months after vaccination. At the 31-72 post-vaccination months group (median 51 months or 4.25 years), the proportion of SP was 59 percent and the OR for seropositivity was 0.22 (95 percent CI: 0.13, 0.39). These data reinforce the need for revaccination of children living in risk areas for yellow fever, primarily vaccinated for yellow fever in the first two years of life, in a lower range than 10 years (which was previously recommended by WHO), suggesting a booster dose 4 years following the first dose as an ideal schedule.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porVacina contra febre amarelaDuração da imunidade em criançasYellow fever vaccineDuration of immunity in children.Febre Amarela/diagnósticoFebre Amarela/epidemiologiaFebre Amarela/etiologiaFebre Amarela/prevençäo & controleFebre Amarela/transmissäoVacina contra Febre AmarelaImunidade HumoralDuração da imunidade pós-vacinação contra febre amarela em crianças: estudo complementar sobre imunidade humoralDuration of immunity after vaccination against yellow fever in children: further study of humoral immunityinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/18242/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL84.pdfapplication/pdf5673279https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/18242/2/84.pdfd36cab5e705fa714a0ee66a5bd1181deMD52TEXT84.pdf.txt84.pdf.txtExtracted texttext/plain255633https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/18242/3/84.pdf.txt225655577f7c3e85056b3a712c2b598fMD53icict/182422023-01-17 11:32:46.641oai:www.arca.fiocruz.br:icict/18242Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T14:32:46Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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