Os pescadores do amanhã

• Autor(a) principal: Cardoso, Luís Fernando Cardoso e
• Data de Publicação: 1998
• Outros Autores: Furtado, Lourdes Gonçalves
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1819
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS; Pescadores; Criança

"A vida individual em qualquer que seja o tipo de sociedade, consiste em passar sucessivamente de uma idade à outra, de uma ocupação a outra, nos lugares onde as idades são separadas e também as ocupações, esta passagem é acompanhada por atos especiais" (GENNEP. 1978, 26). Com base neste referencial, dentre outros, esta pesquisa centrou-se na compreensão da inserção do menino nó trabalho da pesca e dos aspectos ritualísticos envolvendo este processo, tendo como parâmetro a vila de pescadores de Algodoal, no nordeste paraense, no município de Maracanã. O método usado foi o etnográfico, juntamente com técnicas antropológicas de pesquisa de campo, como: entrevista aberta, observação direta etc. O Estudo mostra que a entrada do menino no trabalho da pesca, representa uma das estratégias para garantir a subsistência do grupo familiar. Este contexto dar-se-á dentro de um aspecto ritualístico manifestado na primeira viagem do menino à pesca de fora, com sua inserção na tripulação, onde seu comportamento, perante aos pescadores mais velhos, evidenciará, o quanto será ou não apto para prosseguir a profissão de pescador. Isso nos indica, que os filhos de pescadores são vistos como uma forma de garantir a realização das atividades destinadas à subsistência, como mão-de-obra no cotidiano pesqueiro, excluindo, deste modo, um antigo componente da tripulação que ocasionava a fragmentação da renda proveniente desta atividade, havendo, desta forma, uma tendência à concentração do trabalho e da renda no núcleo familiar.