Caracterização Morfológica e Biologia Reprodutiva e Alimentar de Dendrophidion dendrophis (FITZINGER, 1843) (Serpentes, Colubridae) da Amazônia Oriental, Pará

• Autor(a) principal: Pereira, Carlos Eduardo Yamashina
• Data de Publicação: 2006
• Outros Autores: Prudente, Ana Lucia da Costa
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2364
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA::MORFOLOGIA DOS GRUPOS RECENTES; Dendrophidion dendrophis; Serpentes; Colubridae

DendroPhidion dendrophis é uma espécie que apresenta corpo, ligeiramente comprimido, cabeça distinta do corpo, olhos grandes, pupilas redondas e cauda longa. Apresenta hábito diurno e semi-arborícola. Considerada ovípara e alimenta-se de pequenos anfíbios. Distribui-se comum ente pela porção oriental da Amazônia, onde pode ser encontrada na mata primária, secundária e capoeira. Os dados morfológicos de alimentação e reprodução sobre a espécie são pontuais e escassos. Assim, esse trabalho forneceu dados sobre a morfologia externa e interna, biologia reprodutiva e alimentar desta espécie. Foram analisados 89 espécimes (55 machos e 39 fêmeas) depositados na coleção Herpetológica do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, Pará. Foram levantados dados sobre procedência, escutelação, medidas cefálicas e corporais, descrição de hemipênis e crânio, presença de conteúdo no trato digestivo, comprimento e espessura dos testículos, condição dos duetos deferentes (machos) e dos folículos vitelogênicos (fêmeas) e quantidade de ovos encontrados. D. dendrophis difere das demais espécies do gênero por apresentar: dorsal17 -17 -15; 140- 172 ventrais; 140-192 subcaudais; corpo marrom-castanho, com conjuntos de faixas amarelas que se estendem do pescoço até a cauda. Não foi observado dimorfismo sexual nos dados de escutelaçâo e nem dos dados de morfometria craniana e corporal. O hemipênis é curto, unilobado, subcilíndrico, unicaliculado e unicapitado, com sulco espermático profundo e centrolinear, cujo capítulo ocupa aproximadamente 30% do órgão em ambas as faces, sendo ornamentado por quatro fileiras de cálices papilares e espinhosos; enquanto o corpo do hemipênis é recoberto por espinhos de diferentes tamanhos e formas. Machos com comprimentos rostro-c1oacal acima de 456 mm foram considerados maduros, enquanto que as fêmeas atingem a maturidade sexual acima de 492 mm. O maior macho maduro apresentou CRC igual a 668 mm e a maior fêmea madura igual a 693 mm. Três fêmeas com folículos vitelogênicos foram capturadas em abril, julho e agosto, e duas com ovos em julho e outubro. Todos os itens alimentares analisados pertencem à família Leptodactylidae (Anura), com maior frequência do gênero Adenomera (47,9%), seguido por Physalaemus.