Padrões de questionamento em aulas de ciências no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Knaesel, Angela Eliane Mello
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/9928
Resumo: O questionamento deve fazer-se presente nas aulas de ciências, principalmente quando atribuímos ao ato de questionar a busca de soluções para situações-problema e consequentemente o desenvolvimento cognitivo. Ao questionarmos, estabelecemos novos conceitos e traçamos diferentes caminhos em busca do conhecimento. Este estudo visa diagnosticar o padrão e o perfil questionador de professores e alunos de duas escolas do sul do Brasil, nomeadamente em aulas do Ensino Fundamental do 1º ao 5º Ano. Desta forma passaremos a conhecer, em termos gerais, como questiona este grupo em estudo. Este estudo assenta-se em uma metodologia naturalista e qualitativa, com base em dados não-numéricos e não-estruturados, mas que considerará alguns aspectos quantitativos e em contexto estimulado na sua análise. Foram realizadas observações e gravações em áudio de 10 aulas de ciências, além da aplicação de um questionário. Os dados foram transcritos e analisados através de técnicas de análise de conteúdos e com o apoio dos software WebQDA e SPSS. Como resultados deste estudo, encontramos que os professores perguntam muito, e os alunos quase não perguntam, com uma razão aproximada de 15 para 1. Identificamos que apesar do elevado número de perguntas abertas (cerca de metade) o nível cognitivo detectado foi baixo. Além disso, a grande maioria das perguntas é meramente não-científica e acadêmica. Já em contexto estimulado (através de texto e imagens) os professores forneceram apenas perguntas científicas. Para além disso, relativamente ao perfil de questionamento, identificamos que cerca de 25% dos alunos diz ser tímido, ou ter receio da reação dos professores ou colegas, e por isso não faz perguntas. Tanto para eles quanto para os professores, os principais motivos para perguntar foram o de encontrar respostas e tirar suas dúvidas. Outro achado foi que 70% dos alunos disse ter por vezes dificuldade em entender a pergunta do professor, tanto por não entender o sentido da pergunta, quanto por não ter tido tempo de pensar em uma resposta. Dados similares encontrados na literatura também são reportados e analisados. Por fim, apontamos que os professores das turmas analisadas pouco conheciam sobre o questionamento, e percebemos que apesar dos professores reconhecerem que há necessidade e vantagens no aprendizado dos alunos ao se utilizar de técnicas e incentivos para uma abordagem mais ativa, há pouco incentivo para que isto ocorra na prática. Os resultados sugerem que algo precisa ser feito neste sentido de modo a melhorar a qualidade de ensino, e que o questionamento ativo é uma importante ferramenta que pode ser utilizada para atingir este objetivo.
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Foram realizadas observações e gravações em áudio de 10 aulas de ciências, além da aplicação de um questionário. Os dados foram transcritos e analisados através de técnicas de análise de conteúdos e com o apoio dos software WebQDA e SPSS. Como resultados deste estudo, encontramos que os professores perguntam muito, e os alunos quase não perguntam, com uma razão aproximada de 15 para 1. Identificamos que apesar do elevado número de perguntas abertas (cerca de metade) o nível cognitivo detectado foi baixo. Além disso, a grande maioria das perguntas é meramente não-científica e acadêmica. Já em contexto estimulado (através de texto e imagens) os professores forneceram apenas perguntas científicas. Para além disso, relativamente ao perfil de questionamento, identificamos que cerca de 25% dos alunos diz ser tímido, ou ter receio da reação dos professores ou colegas, e por isso não faz perguntas. Tanto para eles quanto para os professores, os principais motivos para perguntar foram o de encontrar respostas e tirar suas dúvidas. Outro achado foi que 70% dos alunos disse ter por vezes dificuldade em entender a pergunta do professor, tanto por não entender o sentido da pergunta, quanto por não ter tido tempo de pensar em uma resposta. Dados similares encontrados na literatura também são reportados e analisados. Por fim, apontamos que os professores das turmas analisadas pouco conheciam sobre o questionamento, e percebemos que apesar dos professores reconhecerem que há necessidade e vantagens no aprendizado dos alunos ao se utilizar de técnicas e incentivos para uma abordagem mais ativa, há pouco incentivo para que isto ocorra na prática. Os resultados sugerem que algo precisa ser feito neste sentido de modo a melhorar a qualidade de ensino, e que o questionamento ativo é uma importante ferramenta que pode ser utilizada para atingir este objetivo.Questioning must be present in science classes, mainly when we assign the search of solutions to problem situations and cognitive development to the act of questioning. By questioning, we establish new concepts and trace different paths in pursuit of knowledge. The main goal of our study is to diagnose the questioning patterns and profiles of teachers and students in the first five years of elementary schools in the south of Brazil. This study is based on a qualitative and naturalistic methodology, grounded in non-numerical and non-structured data, but will consider some quantitative aspects and in stimulated context in its analysis. Observations and audio recording of 10 science classes were made, as well as the application of a questionnaire. Data was transcribed and analysed with the support of SPSS and WebQDA. As results of this study, we found that the teachers ask too much, and the students rarely ask, with a ratio of 15 to 1. We identified that although the number of open questions was high, the cognitive level was low. Beyond that, the majority of these questions are non-scientific and academic. In stimulated context (through text and images), the teachers provided only scientific questions. In addition, as far as the questioning profile is concerned, we identified that about 25% of the students said to be shy or have afraid of the reactions of both teachers and class colleagues, thus they don´t make any questions at all. For both (students and teachers) the main reasons to ask are to find answers to their questions and try to minimize their doubts. Another finding is that around 70% of the students sometimes have difficulties to understand teachers' questions, because they don't understand the meaning of the question at all, or to don´t have time to think in an answer. Similar findings were also found in the literature and were analysed and discussed. Finally we would like to point out that the teachers of the analysed groups knew little or nothing about questioning techniques and we recognize that although these teachers know that there are many advantages of using an active approach on learning and questioning, there is little incentive for this to occur in practice. Results suggests that something must be done in this sense in order to improve the quality of teaching and learning, and the active questioning is an important tool that can be used to achieve these goals.Universidade de Aveiro2013-03-19T15:43:00Z2012-01-01T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/9928porKnaesel, Angela Eliane Melloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:17:14Zoai:ria.ua.pt:10773/9928Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:46:39.287321Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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