DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Ana Filipa dos Santos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/958
Resumo: Introdução: A DPOC é uma doença complexa e heterogénea. A iniciativa GOLD veio uniformizar a abordagem linguística e terapêutica em termos de estratificação de gravidade da doença. O grau de limitação do fluxo aéreo nos doentes com DPOC está pouco relacionado com o nível de dispneia e capacidade de exercício. A reabilitação respiratória é uma medida terapêutica com indicação em todos os estadios do GOLD, sempre que o doente esteja optimizado em termos terapêuticos e continue a referir dispneia. A identificação de fenótipos clínicos pelo uso de novos índices de avaliação tem-se revelado fundamental na identificação de subgrupos, correlação com a resposta terapêutica e prognóstico da doença. Deste modo procedeu-se à caracterização multifacetada de doentes com DPOC, seguidos no sector de reabilitação respiratória do Hospital Sousa Martins. Objectivos: Correlacionar o grau de obstrução do fluxo aéreo (FEV1%) na DPOC com a capacidade funcional (avaliada pela prova de marcha, e escalas de dispneia), dos doentes seleccionados. Material e Métodos: Avaliação retrospectiva de informação clínica de 77 doentes com diagnóstico de DPOC. Foram incluídos todos os doentes com obstrução do fluxo aéreo de intensidade ligeira a muito grave, com registo dos valores de índice de massa corporal, provas funcionais respiratórias, prova de marcha de 6 minutos e classificação do grau de dispneia pelas escalas mMRC e Borg, no período compreendido entre 1 de Fevereiro de 2007 e 1 de Fevereiro de 2011. Doentes classificados no estadio IV do GOLD por diagnóstico de cor pulmonale, insuficiência respiratória crónica, ou com padrão obstrutivo na espirometria, com diagnóstico de bronquiectasias ou sequelas de tuberculose, foram excluídos. Resultados: Não se verificou correlação estatisticamente significativa (p ≤0.05) entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e o nível de dispneia avaliado pelas escalas aplicadas, nem entre o grau de dispneia avaliado pela escala mMRC e a distância percorrida na PM6. Verificou-se correlação negativa estatisticamente significativa entre a distância percorrida na PM6 e a dispneia avaliado pela escala de Borg. Não houve significado estatístico na relação entre a estratificação de gravidade da doença pelo GOLD e a distância percorrida na PM6. O índice BODE correlacionou-se significativamente com o grau de obstrução no grupo de doentes dos estadios I/II de gravidade. Identificou-se igualmente uma correlação positiva estatisticamente significativa entre os scores das escalas de dispneia Borg e mMRC e entre estes e o índice de BODE. Conclusões: Não existe correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade de exercício, nem entre o primeiro parâmetro e o grau de dispneia, na amostra estudada. O índice BODE correlaciona-se de modo significativo com o grau de obstrução nos doentes dos estadios I/II de gravidade, bem como com a dispneia avaliada pelas escalas mMRC e Borg.
id RCAP_3f85b31ca89cb56fd2c35ed85a8cfd04
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/958
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónicaDoença pulmonar obstrutiva crónicaDoença pulmonar obstrutiva crónica - Fluxo aéreoDispneiaIntrodução: A DPOC é uma doença complexa e heterogénea. A iniciativa GOLD veio uniformizar a abordagem linguística e terapêutica em termos de estratificação de gravidade da doença. O grau de limitação do fluxo aéreo nos doentes com DPOC está pouco relacionado com o nível de dispneia e capacidade de exercício. A reabilitação respiratória é uma medida terapêutica com indicação em todos os estadios do GOLD, sempre que o doente esteja optimizado em termos terapêuticos e continue a referir dispneia. A identificação de fenótipos clínicos pelo uso de novos índices de avaliação tem-se revelado fundamental na identificação de subgrupos, correlação com a resposta terapêutica e prognóstico da doença. Deste modo procedeu-se à caracterização multifacetada de doentes com DPOC, seguidos no sector de reabilitação respiratória do Hospital Sousa Martins. Objectivos: Correlacionar o grau de obstrução do fluxo aéreo (FEV1%) na DPOC com a capacidade funcional (avaliada pela prova de marcha, e escalas de dispneia), dos doentes seleccionados. Material e Métodos: Avaliação retrospectiva de informação clínica de 77 doentes com diagnóstico de DPOC. Foram incluídos todos os doentes com obstrução do fluxo aéreo de intensidade ligeira a muito grave, com registo dos valores de índice de massa corporal, provas funcionais respiratórias, prova de marcha de 6 minutos e classificação do grau de dispneia pelas escalas mMRC e Borg, no período compreendido entre 1 de Fevereiro de 2007 e 1 de Fevereiro de 2011. Doentes classificados no estadio IV do GOLD por diagnóstico de cor pulmonale, insuficiência respiratória crónica, ou com padrão obstrutivo na espirometria, com diagnóstico de bronquiectasias ou sequelas de tuberculose, foram excluídos. Resultados: Não se verificou correlação estatisticamente significativa (p ≤0.05) entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e o nível de dispneia avaliado pelas escalas aplicadas, nem entre o grau de dispneia avaliado pela escala mMRC e a distância percorrida na PM6. Verificou-se correlação negativa estatisticamente significativa entre a distância percorrida na PM6 e a dispneia avaliado pela escala de Borg. Não houve significado estatístico na relação entre a estratificação de gravidade da doença pelo GOLD e a distância percorrida na PM6. O índice BODE correlacionou-se significativamente com o grau de obstrução no grupo de doentes dos estadios I/II de gravidade. Identificou-se igualmente uma correlação positiva estatisticamente significativa entre os scores das escalas de dispneia Borg e mMRC e entre estes e o índice de BODE. Conclusões: Não existe correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade de exercício, nem entre o primeiro parâmetro e o grau de dispneia, na amostra estudada. O índice BODE correlaciona-se de modo significativo com o grau de obstrução nos doentes dos estadios I/II de gravidade, bem como com a dispneia avaliada pelas escalas mMRC e Borg.Introduction: COPD is a complex and heterogeneous disease. GOLD standardized it for stratification of disease severity. Degree of airflow obstruction in COPD doesn´t seem to be related with dyspnea and exercise capacity. Pulmonary reabilitation is a respiratory therapy indicated in all GOLD stages, when patients are optimized in terms of therapy and continue with dispnea. The identification of clinical phenotypes by using the new evaluation indices has proved critical for identifying subgroups, correlation with response to therapy and prognosis. Thus we proceeded to characterize the patients with COPD followed in the respiratory rehabilitation in Sousa Martins Hospital. Objectives: To correlate the degree of airflow obstruction (FEV1%) in COPD with functional capacity (assessed by walk test, and dyspnea scales) of selected patients. Material and Methods: Retrospective evaluation of clinical information from 77 patients with COPD. We included all patients with airflow obstruction mild to very severe, with record values of body mass index, lung function tests, 6-minute walk test and classification of dyspnea by Borg and mMRC scales in period from February 2007 to February 2011. Patients classified in stage IV for diagnosis of cor pulmonale or chronic respiratory failure, or obstructive pattern on spirometry, with a diagnosis of bronchiectasis or tuberculosis sequelae, were excluded. Results: There was no statistically significant correlation (p ≤ 0.05) between degree of airflow obstruction and level of dyspnea, nor between the degree of dyspnea by the mMRC and distance in 6MWT. There was statistically significant correlation between the distance in 6MWT. There was no statistical significative relationship between severity disease by GOLD and distance in 6MWT. BODE correlated well with obstruction in GOLD stages I/II. It was also identified a positive correlation between Borg and mMRC dispnea scales and between them and BODE index. Conclusions: There was no significant correlation between degree of airflow obstruction and exercise capacity, and between first and dyspnea. BODE index correlated significantly with airflow obstruction in patients in I/II, according to GOLD, and with the level of dyspnea by mMRC and Borg scale.Universidade da Beira InteriorLuis, Maria Filomena Simão FernandesuBibliorumMatos, Ana Filipa dos Santos2013-01-23T16:26:32Z2011-062011-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/958porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:22Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/958Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:55.250819Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
title DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
spellingShingle DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
Matos, Ana Filipa dos Santos
Doença pulmonar obstrutiva crónica
Doença pulmonar obstrutiva crónica - Fluxo aéreo
Dispneia
title_short DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
title_full DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
title_fullStr DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
title_full_unstemmed DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
title_sort DPOC: correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade funcional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
author Matos, Ana Filipa dos Santos
author_facet Matos, Ana Filipa dos Santos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Luis, Maria Filomena Simão Fernandes
uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Matos, Ana Filipa dos Santos
dc.subject.por.fl_str_mv Doença pulmonar obstrutiva crónica
Doença pulmonar obstrutiva crónica - Fluxo aéreo
Dispneia
topic Doença pulmonar obstrutiva crónica
Doença pulmonar obstrutiva crónica - Fluxo aéreo
Dispneia
description Introdução: A DPOC é uma doença complexa e heterogénea. A iniciativa GOLD veio uniformizar a abordagem linguística e terapêutica em termos de estratificação de gravidade da doença. O grau de limitação do fluxo aéreo nos doentes com DPOC está pouco relacionado com o nível de dispneia e capacidade de exercício. A reabilitação respiratória é uma medida terapêutica com indicação em todos os estadios do GOLD, sempre que o doente esteja optimizado em termos terapêuticos e continue a referir dispneia. A identificação de fenótipos clínicos pelo uso de novos índices de avaliação tem-se revelado fundamental na identificação de subgrupos, correlação com a resposta terapêutica e prognóstico da doença. Deste modo procedeu-se à caracterização multifacetada de doentes com DPOC, seguidos no sector de reabilitação respiratória do Hospital Sousa Martins. Objectivos: Correlacionar o grau de obstrução do fluxo aéreo (FEV1%) na DPOC com a capacidade funcional (avaliada pela prova de marcha, e escalas de dispneia), dos doentes seleccionados. Material e Métodos: Avaliação retrospectiva de informação clínica de 77 doentes com diagnóstico de DPOC. Foram incluídos todos os doentes com obstrução do fluxo aéreo de intensidade ligeira a muito grave, com registo dos valores de índice de massa corporal, provas funcionais respiratórias, prova de marcha de 6 minutos e classificação do grau de dispneia pelas escalas mMRC e Borg, no período compreendido entre 1 de Fevereiro de 2007 e 1 de Fevereiro de 2011. Doentes classificados no estadio IV do GOLD por diagnóstico de cor pulmonale, insuficiência respiratória crónica, ou com padrão obstrutivo na espirometria, com diagnóstico de bronquiectasias ou sequelas de tuberculose, foram excluídos. Resultados: Não se verificou correlação estatisticamente significativa (p ≤0.05) entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e o nível de dispneia avaliado pelas escalas aplicadas, nem entre o grau de dispneia avaliado pela escala mMRC e a distância percorrida na PM6. Verificou-se correlação negativa estatisticamente significativa entre a distância percorrida na PM6 e a dispneia avaliado pela escala de Borg. Não houve significado estatístico na relação entre a estratificação de gravidade da doença pelo GOLD e a distância percorrida na PM6. O índice BODE correlacionou-se significativamente com o grau de obstrução no grupo de doentes dos estadios I/II de gravidade. Identificou-se igualmente uma correlação positiva estatisticamente significativa entre os scores das escalas de dispneia Borg e mMRC e entre estes e o índice de BODE. Conclusões: Não existe correlação entre o grau de obstrução do fluxo aéreo e a capacidade de exercício, nem entre o primeiro parâmetro e o grau de dispneia, na amostra estudada. O índice BODE correlaciona-se de modo significativo com o grau de obstrução nos doentes dos estadios I/II de gravidade, bem como com a dispneia avaliada pelas escalas mMRC e Borg.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-06
2011-06-01T00:00:00Z
2013-01-23T16:26:32Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/958
url http://hdl.handle.net/10400.6/958
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade da Beira Interior
publisher.none.fl_str_mv Universidade da Beira Interior
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136329518284800