Contribuição para o estudo de doenças metabólicas no pós-parto em bovinos leiteiros da ilha de São Miguel, Açores

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Mariana Soledade
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/8784
Resumo: O período de transição é considerado um período crítico, sendo uma fase em que a vaca leiteira passa por um balanço energético negativo causado pelo final da gestação e início da lactação. Nesta fase, há um desequilíbrio no que toca ao metabolismo energético, bem como o metabolismo mineral e vitamínico. Como consequência deste desequilibro, a vaca leiteira torna-se suscetível de desenvolver doenças metabólicas que, por sua vez, acarretam um grande prejuízo económico para os produtores. De entre as doenças metabólicas mais comuns encontradas nesta fase estão a hipocalcemia, que muitas vezes faz-se acompanhar por hipofosfatemia ou hipomagnesemia e a cetose, bem como poderá haver o aparecimento de outros problemas tais como retenções placentárias e deslocamento do abomaso. Todas estas doenças implicam não só um enorme gasto em serviços Médico-Veterinários como também afetam gravemente a produção de leite e poderão, em certos casos, levar ao aumento do intervalo entre partos, refugo dos animais, infertilidade e contribuir para o aumento da taxa de mortalidade nas explorações. Este estudo teve como objetivo contribuir para a avaliação da incidência de doenças metabólicas no primeiro mês pós-parto em bovinos de leite da ilha de São Miguel- Açores, relacionando a ocorrência deste tipo de doenças com o tempo pós-parto, a paridade e o maneio e nutrição das vacas no período de transição, sendo que a recolha de dados foi feita durante o estágio curricular realizado na AASM, entre os meses de Outubro e Janeiro, e que demonstra ser comum a incidência deste tipo de doenças na ilha, sugerindo que esta temática deverá ser novamente abordada e aprimorada no futuro. Com este estudo pôde-se verificar que as vacas multíparas foram mais suscetíveis de desenvolver hipocalcemia do que as primíparas; a probabilidade de encontrar hipocalcemia foi bastante elevada até ao terceiro dia pós-parto; a probabilidade de ocorrer cetose foi maior nas primeiras duas semanas pós-parto e que vacas afetadas por mais do que uma doença metabólica foram sempre recorrentes nas mesmas. Também foi possível verificar que, apesar dos benefícios de ter pastagem natural todo o ano, os produtores tendem a manter dietas muito pouco energéticas durante o período seco, constituídas essencialmente por erva e sem alimento concentrado. Isto agrava o metabolismo da vaca leiteira no período de transição e torna-a mais suscetível de desenvolver doenças metabólicas no período pós-parto.
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Todas estas doenças implicam não só um enorme gasto em serviços Médico-Veterinários como também afetam gravemente a produção de leite e poderão, em certos casos, levar ao aumento do intervalo entre partos, refugo dos animais, infertilidade e contribuir para o aumento da taxa de mortalidade nas explorações. Este estudo teve como objetivo contribuir para a avaliação da incidência de doenças metabólicas no primeiro mês pós-parto em bovinos de leite da ilha de São Miguel- Açores, relacionando a ocorrência deste tipo de doenças com o tempo pós-parto, a paridade e o maneio e nutrição das vacas no período de transição, sendo que a recolha de dados foi feita durante o estágio curricular realizado na AASM, entre os meses de Outubro e Janeiro, e que demonstra ser comum a incidência deste tipo de doenças na ilha, sugerindo que esta temática deverá ser novamente abordada e aprimorada no futuro. Com este estudo pôde-se verificar que as vacas multíparas foram mais suscetíveis de desenvolver hipocalcemia do que as primíparas; a probabilidade de encontrar hipocalcemia foi bastante elevada até ao terceiro dia pós-parto; a probabilidade de ocorrer cetose foi maior nas primeiras duas semanas pós-parto e que vacas afetadas por mais do que uma doença metabólica foram sempre recorrentes nas mesmas. Também foi possível verificar que, apesar dos benefícios de ter pastagem natural todo o ano, os produtores tendem a manter dietas muito pouco energéticas durante o período seco, constituídas essencialmente por erva e sem alimento concentrado. Isto agrava o metabolismo da vaca leiteira no período de transição e torna-a mais suscetível de desenvolver doenças metabólicas no período pós-parto.The transition period is considered to be an extremely critical period in which the dairy cow undergoes a negative energy balance caused by late pregnancy and the beginning of the lactation. At this stage, there is an imbalance regarding glucose metabolism, as well as mineral and vitamin metabolism. As a consequence of this imbalance, the dairy cow is more likely to develop metabolic diseases, which in turn lead to great economic losses for producers. Among the most common metabolic diseases found at this stage are hypocalcaemia, often accompanied by hypophosphatemia or hypomagnesemia and ketosis, but also other problems such as placental retention and displacement of the abomasum. All these diseases involve not only enormous expenses with veterinary services but also affect milk production and may lead to increased intervals between parturition, infertility and contribute to mortality on farms. The aim of this study was to contribute to the evaluation of the incidence of metabolic diseases in the first month postpartum in dairy cattle from the island of São Miguel-Azores, linking the occurrence of this type of disease with postpartum time, parity and nutritional management of the cows during the transition period. Data was collected during curricular stage at AASM, between October and January, and shows that the incidence of this type of disease on the island is quite common, suggesting that this theme should be addressed and improved in the future. It was found that multiparous cows were more likely to develop hypocalcemia than primiparous cows; that the probability of finding hypocalcemia was quite high up to the third postpartum day; the probability of ketosis was higher in the first two weeks postpartum and that cows affected by more than one metabolic disease were always recurrent in them. It was also possible to verify that, despite the benefits of having natural pasture all year, the island's producers tend to maintain very low energy diets during the dry period, consisting essentially of grass and without ration. This aggravates the metabolism of the dairy cow in the transition period and makes it more susceptible to develop metabolic diseases in the postpartum period2018-10-18T14:45:39Z2018-07-23T00:00:00Z2018-07-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/8784porMatos, Mariana Soledadeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-02-23T17:05:34ZPortal AgregadorONG
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