Business judgment rule: enquadramento da figura no ordenamento jurídico português
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/48067 |
Resumo: | Começou no século XVIII a ser introduzida, organicamente, no sistema judicial, um mecanismo de proteção dos gestores societários. Este instrumento encontra-se aliado à responsabilidade que provém da posição ocupada pelos gestores, trazendo cobro a situações de responsabilização indevida. A business judgment rule evita que os gestores sejam tornados responsáveis quando a sua atuação assenta nos parâmetros legalmente estabelecidos, cumprindo a sua obrigação de gestão; quando, não obstante este ato correto aos olhos do Direito, da sua conduta advieram consequências nefastas para o esquema societário. Este projeto procurará traçar as fronteiras da ampla obrigação de gestão, incluindo descobrir o leque de deveres e condutas vinculativas ética e legalmente adstritas à posição do gestor. Tudo isto é justificado pela separação dos valores controlo e propriedade, que origina uma relação vertical com problemas na conciliação de interesses. Esta relação de agência cria problemas e custos a serem suportados pelos intervenientes. Para a mitigação destes dilemas causados ao fluxo societário, entre os gestores e os sócios, entra o tema da corporate governance. Esta problemática estabelece mecanismos de controlo ou monitorização para impedir acatamento de interesse próprio em detrimento do interesse social, evitando conflitos de interesse e possibilidade de oportunismo por parte dos administradores. Um dos instrumentos relevantes para o assunto é o leque de deveres dos administradores (e consequente represália pelo incumprimento), num sistema de checks and balances. Com a responsabilidade dos administradores, – especificamente quanto à responsabilidade civil perante a sociedade - verifica-se um crescente escrutínio judicial das decisões empresariais, gerando o problema da administração defensiva e receosa, prejudicial à sociedade e economia. A business judgment rule apresenta-se como a ferramenta para o patrocínio de tranquilidade nestas tensões geradas. Ademais, por si, gerará uma forte arma para o combate dos custos de agência, os custos dos investimentos necessários para assegurar que os agentes ajustam a sua conduta à do principal. |
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Este projeto procurará traçar as fronteiras da ampla obrigação de gestão, incluindo descobrir o leque de deveres e condutas vinculativas ética e legalmente adstritas à posição do gestor. Tudo isto é justificado pela separação dos valores controlo e propriedade, que origina uma relação vertical com problemas na conciliação de interesses. Esta relação de agência cria problemas e custos a serem suportados pelos intervenientes. Para a mitigação destes dilemas causados ao fluxo societário, entre os gestores e os sócios, entra o tema da corporate governance. Esta problemática estabelece mecanismos de controlo ou monitorização para impedir acatamento de interesse próprio em detrimento do interesse social, evitando conflitos de interesse e possibilidade de oportunismo por parte dos administradores. Um dos instrumentos relevantes para o assunto é o leque de deveres dos administradores (e consequente represália pelo incumprimento), num sistema de checks and balances. Com a responsabilidade dos administradores, – especificamente quanto à responsabilidade civil perante a sociedade - verifica-se um crescente escrutínio judicial das decisões empresariais, gerando o problema da administração defensiva e receosa, prejudicial à sociedade e economia. A business judgment rule apresenta-se como a ferramenta para o patrocínio de tranquilidade nestas tensões geradas. Ademais, por si, gerará uma forte arma para o combate dos custos de agência, os custos dos investimentos necessários para assegurar que os agentes ajustam a sua conduta à do principal.In the eighteenth century, a mechanism to protect corporate managers was introduced organically in the judicial system. This instrument finds its justification in the liability that is connected with the position occupied by the managers, and takes the burden of responsibility from them when it is not due. The business judgment rule prevents managers from being held responsible when their performance is based on the legal parameters established, fulfilling their management (or governance) obligation; when, regardless of their correct deed from the Law perspetive, their conduct had adverse consequences for the corporate scheme. This Project will seek to draw the boundaries of the broad management obligation, including discovering the range of duties and binding conducts legally and ethically attached to the manager’s position. All this is justified by the separation between control and ownership that creates a vertical relationship with problems in reconciling the interests. This agency relationship creates problems and costs for stakeholders to bear. For the mitigation of these issues caused to the corporate flow, between the managers and the partners, comes the corporate governance theme. This issue establishes control and monitoring mechanisms to prevent self-interest in negotiations in detriment of the social interest, avoiding conflicts of interest and the possibility of opportunism by the managers. One of the instruments relevant to the matter is the range of managers’ duties (and consequent reprisal for non compliance) in a checks and balances system. With the managers’ liability – specifically with regard to the civil liability towards society -, there is a growing judicial scrutiny of business decisions, generating the defensive and fearful management problem, detrimental to the society and the overall economy. The business judgment rule presents itself as an instrument that brings tranquility in these generated tensions. Moreover, by itself, it will generate a strong weapon to combat agency costs, the investment costs necessary to ensure that agents adjust their conduct to the principal’s.Oliveira, Ana Perestrelo deRepositório da Universidade de LisboaPaulino, Madalena Silvério2021-05-20T18:48:13Z2021-02-122021-02-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/48067porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:51:16Zoai:repositorio.ul.pt:10451/48067Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:59:59.765540Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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