Diferenças de género nos comportamentos de bullying: contributos da neurobiologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Seixas, Sónia Raquel Pereira Malta Marruaz
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.15/368
Resumo: No presente artigo é realizada uma revisão de literatura ao nível dos comportamentos de bullying em estreita relação com o género dos alunos directamente envolvidos. Procurou-se estabelecer, numa segunda análise, uma articulação com os resultados obtidos em estudos no âmbito da neurobiologia, também eles focalizados nas diferenças entre os géneros. Sendo consensual entre a esmagadora maioria das investigações empíricas sobre o fenómeno bullying, a existência de uma diferença significativa entre os comportamentos de bullying manifestados pelos rapazes (fundamentalmente directos e físicos), comparativamente aos comportamentos de bullying manifestados pelas raparigas (fundamentalmente indirectos e relacionais), surgiu o desafio de procurar uma explicação de cariz biológica para essa diferença. Como qualquer outro comportamento humano, qualquer tentativa explicativa deve necessariamente ser de natureza multifactorial, sendo que, quando nos focalizamos exclusivamente numa área do saber (no presente artigo na área da neurobiologia, designadamente a influência do funcionamento cerebral na diferenciação qualitativa dos comportamentos de bullying consoante o género), temos de estar cientes de que essa explicação será sempre parcial, sectária. Nesse sentido, de modo a contribuir para a clarificação dos processos de formação dessas diferenças, é igualmente realçado o papel do ambiente, especificamente das interacções e práticas parentais, na produção e/ou exacerbação de algumas dessas diferenças, procurando com isso inviabilizar qualquer tentativa de leitura do comportamento do ser humano como biologicamente determinado. - A review of literature on bullying behaviour is made in this article in close relation to student's gender directly involved in the process. In a second analysis we tried to establish a link to the results obtained in neurobiology studies, which also focused on gender differences. The existence of significant differences between boys' bullying behaviour (mainly direct and physical) compared to girls' bullying behaviour (mainly indirect and relational) is generally agreed among the overwhelming majority of empirical research on the bullying phenomenon. Thus resulting a challenge of seeking an explanation for biological nature of this difference. Like any other human behaviour, any explanation attempt should necessarily be multifactor, meaning that when we focus exclusively on an area of knowledge (in this article in the field of neurobiology, in particular the influence of brain function in differentiating the type of bullying behaviours depending on gender), we must be aware that this explanation is always partial. In order to contribute to the clarification of these differences' formation the role of environment, specifically the interactions and parental practices in the production and / or exacerbation of some of these differences, is also highlighted, making impossible any attempt to "see" human behaviour as biologically determined.
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