As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Henriques, Marina Pessoa
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Lima, Teresa Maneca, Dias, João Paulo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/94090
Resumo: Discutir as condições de trabalho no contexto da crise económico-financeira assume uma relevância premente, considerando os desafios colocados pela flexibilização laboral e precarização dos direitos fundamentais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem contribuído para a melhoria das condições de trabalho através de convenções e recomendações nos países membros. O tempo de trabalho e, em particular, as implicações do trabalho extraordinário na conciliação entre a vida profissional e a pessoal e familiar constitui uma preocupação da OIT desde 1919. Desde então, tem chamado a atenção para as desigualdades sociolaborais relacionadas com o tempo de trabalho, encarando-o como uma dimensão fundamental do trabalho digno e encorajando os governos a formular políticas eficazes para a promoção de um tempo de trabalho digno. Este artigo procura observar, relativamente ao tempo de trabalho, a dissonância entre os direitos no trabalho dos atores judiciais em Portugal e o que efetivamente ocorre na prática. Para tal, analisam-se as entrevistas realizadas no projeto QUALIS, colocando-as em diálogo com os estudos que abordam as condições de trabalho na justiça portuguesa, focalizando a análise no volume de trabalho, e com a queixa apresentada à OIT pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça contra o Governo português, por trabalho desempenhado fora do horário de trabalho sem direito a remuneração/compensação. Os resultados preliminares parecem confirmar a hipótese de o sistema de queixas da OIT desempenhar uma função simbólica associada ao efeito de constrangimento sobre o Estado alvo de queixa, consistindo num importante meio de reivindicação de direitos.
id RCAP_56cffab653847c7ebc5b32d10712f6cf
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/94090
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str
spelling As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OITWorking conditions of judicial actors in Portugal: considerations from SOJ complaint to the ILOCondições de trabalhoTempo de trabalhoAtores JudiciaisQueixas à OITWorking conditionsWorking timeJudicial actorsComplaints to the ILODiscutir as condições de trabalho no contexto da crise económico-financeira assume uma relevância premente, considerando os desafios colocados pela flexibilização laboral e precarização dos direitos fundamentais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem contribuído para a melhoria das condições de trabalho através de convenções e recomendações nos países membros. O tempo de trabalho e, em particular, as implicações do trabalho extraordinário na conciliação entre a vida profissional e a pessoal e familiar constitui uma preocupação da OIT desde 1919. Desde então, tem chamado a atenção para as desigualdades sociolaborais relacionadas com o tempo de trabalho, encarando-o como uma dimensão fundamental do trabalho digno e encorajando os governos a formular políticas eficazes para a promoção de um tempo de trabalho digno. Este artigo procura observar, relativamente ao tempo de trabalho, a dissonância entre os direitos no trabalho dos atores judiciais em Portugal e o que efetivamente ocorre na prática. Para tal, analisam-se as entrevistas realizadas no projeto QUALIS, colocando-as em diálogo com os estudos que abordam as condições de trabalho na justiça portuguesa, focalizando a análise no volume de trabalho, e com a queixa apresentada à OIT pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça contra o Governo português, por trabalho desempenhado fora do horário de trabalho sem direito a remuneração/compensação. Os resultados preliminares parecem confirmar a hipótese de o sistema de queixas da OIT desempenhar uma função simbólica associada ao efeito de constrangimento sobre o Estado alvo de queixa, consistindo num importante meio de reivindicação de direitos.Discussing working conditions in the context of the recent economic and financial crisis is increasingly important given the challenges of labour flexibilization and the precariousness of fundamental rights at work. In this regard, the contribution of the International Labour Organisation (ILO) to the improvement of working conditions through conventions and recommendations in its member countries is highlighted. Working time, and in particular the implications of overtime work on work-life balance, has been a concern of the ILO since 1919. Since then, the ILO has drawn attention to worktime-related socio-employment inequalities, seeing it as a fundamental dimension of decent work and encouraging governments to formulate effective public policies to promote a decent working time. This article seeks to observe the dissonance between the rights at work of judicial actors in Portugal and what happens in practice with respect to working time. To this end, we analyse the results of the interviews conducted under the QUALIS project, engaging them in dialogue with the rare studies that address working conditions in Portuguese justice, considering the focus on excess workload and also with the complaint lodged with the ILO by the Judicial Officials Union against the Portuguese Government in 2019 for work performed outside the working time without the right to remuneration or other compensation. These preliminary results seem to support the hypothesis that the ILO’s special control system has a symbolic role related with the embarrassing effect on the State, which is an important mean of claiming rights.Editorial Cuadernos de Sofía2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/94090http://hdl.handle.net/10316/94090por0719-4706http://revistainclusiones.org/index.php/inclu/article/view/2442Henriques, Marina PessoaLima, Teresa ManecaDias, João Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2021-05-25T07:35:40ZPortal AgregadorONG
dc.title.none.fl_str_mv As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
Working conditions of judicial actors in Portugal: considerations from SOJ complaint to the ILO
title As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
spellingShingle As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
Henriques, Marina Pessoa
Condições de trabalho
Tempo de trabalho
Atores Judiciais
Queixas à OIT
Working conditions
Working time
Judicial actors
Complaints to the ILO
title_short As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
title_full As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
title_fullStr As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
title_full_unstemmed As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
title_sort As condições de trabalho dos atores judiciais em Portugal: reflexões a partir da queixa do SOJ à OIT
author Henriques, Marina Pessoa
author_facet Henriques, Marina Pessoa
Lima, Teresa Maneca
Dias, João Paulo
author_role author
author2 Lima, Teresa Maneca
Dias, João Paulo
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Henriques, Marina Pessoa
Lima, Teresa Maneca
Dias, João Paulo
dc.subject.por.fl_str_mv Condições de trabalho
Tempo de trabalho
Atores Judiciais
Queixas à OIT
Working conditions
Working time
Judicial actors
Complaints to the ILO
topic Condições de trabalho
Tempo de trabalho
Atores Judiciais
Queixas à OIT
Working conditions
Working time
Judicial actors
Complaints to the ILO
description Discutir as condições de trabalho no contexto da crise económico-financeira assume uma relevância premente, considerando os desafios colocados pela flexibilização laboral e precarização dos direitos fundamentais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem contribuído para a melhoria das condições de trabalho através de convenções e recomendações nos países membros. O tempo de trabalho e, em particular, as implicações do trabalho extraordinário na conciliação entre a vida profissional e a pessoal e familiar constitui uma preocupação da OIT desde 1919. Desde então, tem chamado a atenção para as desigualdades sociolaborais relacionadas com o tempo de trabalho, encarando-o como uma dimensão fundamental do trabalho digno e encorajando os governos a formular políticas eficazes para a promoção de um tempo de trabalho digno. Este artigo procura observar, relativamente ao tempo de trabalho, a dissonância entre os direitos no trabalho dos atores judiciais em Portugal e o que efetivamente ocorre na prática. Para tal, analisam-se as entrevistas realizadas no projeto QUALIS, colocando-as em diálogo com os estudos que abordam as condições de trabalho na justiça portuguesa, focalizando a análise no volume de trabalho, e com a queixa apresentada à OIT pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça contra o Governo português, por trabalho desempenhado fora do horário de trabalho sem direito a remuneração/compensação. Os resultados preliminares parecem confirmar a hipótese de o sistema de queixas da OIT desempenhar uma função simbólica associada ao efeito de constrangimento sobre o Estado alvo de queixa, consistindo num importante meio de reivindicação de direitos.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/94090
http://hdl.handle.net/10316/94090
url http://hdl.handle.net/10316/94090
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 0719-4706
http://revistainclusiones.org/index.php/inclu/article/view/2442
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Editorial Cuadernos de Sofía
publisher.none.fl_str_mv Editorial Cuadernos de Sofía
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1777302760927002624