Densidade Mineral Óssea em Adolescentes Portugueses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rego, Cada
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Guerra, António, Pereira, Jorge, Silva, Diana, Lourenço, Susana, Ramos, Isabel, Santos, Norberto Teixeira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.1999.5524
Resumo: Introdução: A osteoporose é hoje considerada um grave problema de saúde pública nos países desenvolvidos, não só devido ao elevado índice de absentismo ao trabalho que condiciona, mas também aos elevados custos que acarreta. Embora as manifestações clínicas ocorram apenas na idade adulta, a osteoporose é uma doença com início na idade pediátrica, consistindo pois a prevenção na melhor arma terapêutica disponível. Para além de determinantes genéticos, outros factores, nomeadamente endócrinos e ambientais, são responsáveis pela modulação da expressão individual do pico de massa óssea. De entre estes últimos, o cálcio e o exercício físico são os mais apontados como condicionantes do acréscimo de massa óssea registado durante a infância e adolescência. Sendo conhecida no nosso país a situação referente à ocorrência da doença e suas consequências na idade adulta, ela é totalmente desconhecida no que respeita à população adolescente. É assim objectivo do presente trabalho caracterizar transversalmente o estado de mineralização óssea de uma população de adolescentes portugueses. População e métodos: Foram avaliados 200 adolescentes. Protocolo de estudo: avaliação nutricional e da maturidade sexual (Tanner), caracterização dos hábitos alimentares (registo da dieta de 3 dias) e DEXA da coluna lombar (LI-L4). Resultados: Regista-se uma concordância para a idade cronológica média em ambos os sexos (14,6 anos; mínimo 12 — máximo 18), apresentando o sexo feminino indicadores de uma maior maturidade biológica (Tanner) (p<0,0001). Observa-se um adequado estado de nutrição para ambos os sexos, apresentando o sexo feminino valores significativamente superiores de gordura periférica (p<0,01) e massa gorda total (p<0,05). A dieta efectuada pela globalidade dos adolescentes é desequilibrada, caracterizada por um elevado suprimento em proteína e gordura. O suprimento alimentar em cálcio é adequado para ambos os sexos. Quando considerada a totalidade da amostra, registam-se valores significativamente superiores (p<0,01) de densidade mineral óssea (DMO) para o sexo feminino. No entanto, quando a massa óssea (MO), referenciada à % zscore, é estudada comparativamente em análise de variância em função dos factores idade cronológica, sexo e Tanner, verifica-se uma forte associação do estadio pubertário com o valor da MO (p<0,0001), não se registando diferenças significativas entre os dois sexos. De igual modo, quando a DMO é estudada, como variável dependente, em modelo de regressão linear múltipla, as únicas variáveis aceites no modelo matemático, com variâncias explicadas muito elevadas, foram o IMC, o estadio pubertário e a idade cronológica. Conclusões: Os adolescentes estudados apresentam uma adequada densidade mineral óssea. A velocidade do acréscimo de massa óssea durante a adolescência é directamente dependente da maturidade biológica, registando-se uma forte associação entre a densidade mineral óssea e o índice de massa corporal, a idade cronológica e o estadio pubertário.
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