Abordagem diagnóstica e terapêutica da urticária crónica espontânea: Recomendações em Portugal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/108404 https://doi.org/10.20344/amp.8294 |
Resumo: | A urticária crónica espontânea é uma doença complexa, de etiologia mal-esclarecida, de diagnóstico fácil mas de abordagem terapêutica por vezes difícil. Tem um impacto significativo na qualidade de vida do doente e resulta em elevados custos diretos e indiretos. O diagnóstico da urticária crónica espontânea é essencialmente clínico, sendo recomendado um número limitado de exames complementares para diagnóstico diferencial e/ou para a investigação/exclusão de possível causa para a urticária crónica espontânea. Além do hemograma e da proteína C reativa, e/ou velocidade de sedimentação, os exames adicionais devem ser selecionados de acordo com critérios clínicos. O objetivo da terapêutica é o controlo clínico total da urticária crónica espontânea. A evolução deve ser documentada através do registo semanal do score de sintomas – Weekly Urticaria Activity Score (UAS7) –, assim como da avaliação de qualidade de vida. A abordagem terapêutica é baseada nos anti-histamínicos H1 (anti-H1) de segunda geração administrados de forma contínua nas doses aprovadas (primeira linha) e, na ausência de resposta clínica, até quatro vezes a dose diária aprovada (segunda linha). Os anti-H1 de primeira geração não são recomendados. Cerca de 30% dos doentes não ficam controlados com a terapêutica de segunda linha, pelo que é recomendado adicionar uma terapêutica de terceira linha. Das duas opções, omalizumab e ciclosporina, o omalizumab é a única opção com autorização de introdução no mercado para a urticária crónica espontânea, e possui melhor perfil de segurança, sendo assim recomendado preferencialmente. Em Portugal não existem recomendações nacionais aplicáveis à prática clínica. A elaboração destas recomendações é justificada pela necessidade de uniformização tanto da abordagem diagnóstica como da abordagem terapêutica dos doentes com urticária crónica espontânea em Portugal, e para a referenciação a centros especializados, nos casos mais graves. |
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Abordagem diagnóstica e terapêutica da urticária crónica espontânea: Recomendações em PortugalDiagnostic and therapeutic approach of chronic spontaneous urticaria: Recommendations in PortugalAnti-histamínicos H1CiclosporinaDoença CrónicaOmalizumabUrticária/diagnósticoUrticária/tratamentoChronic DiseaseHistamine H1 AntagonistsOmalizumabPractice GuidelinesUrticaria/diagnosisUrticaria/therapyAnti-Allergic AgentsChronic DiseaseCyclosporineHumansOmalizumabPortugalQuality of LifeUrticariaA urticária crónica espontânea é uma doença complexa, de etiologia mal-esclarecida, de diagnóstico fácil mas de abordagem terapêutica por vezes difícil. Tem um impacto significativo na qualidade de vida do doente e resulta em elevados custos diretos e indiretos. O diagnóstico da urticária crónica espontânea é essencialmente clínico, sendo recomendado um número limitado de exames complementares para diagnóstico diferencial e/ou para a investigação/exclusão de possível causa para a urticária crónica espontânea. Além do hemograma e da proteína C reativa, e/ou velocidade de sedimentação, os exames adicionais devem ser selecionados de acordo com critérios clínicos. O objetivo da terapêutica é o controlo clínico total da urticária crónica espontânea. A evolução deve ser documentada através do registo semanal do score de sintomas – Weekly Urticaria Activity Score (UAS7) –, assim como da avaliação de qualidade de vida. A abordagem terapêutica é baseada nos anti-histamínicos H1 (anti-H1) de segunda geração administrados de forma contínua nas doses aprovadas (primeira linha) e, na ausência de resposta clínica, até quatro vezes a dose diária aprovada (segunda linha). Os anti-H1 de primeira geração não são recomendados. Cerca de 30% dos doentes não ficam controlados com a terapêutica de segunda linha, pelo que é recomendado adicionar uma terapêutica de terceira linha. Das duas opções, omalizumab e ciclosporina, o omalizumab é a única opção com autorização de introdução no mercado para a urticária crónica espontânea, e possui melhor perfil de segurança, sendo assim recomendado preferencialmente. Em Portugal não existem recomendações nacionais aplicáveis à prática clínica. A elaboração destas recomendações é justificada pela necessidade de uniformização tanto da abordagem diagnóstica como da abordagem terapêutica dos doentes com urticária crónica espontânea em Portugal, e para a referenciação a centros especializados, nos casos mais graves.Chronic spontaneous urticaria is a complex disorder, of unclear etiology, easily diagnosed although often difficult to treat. It has a significant impact on the patients’ quality of life and results in high direct and indirect costs. The diagnosis of chronic spontaneous urticaria is mainly clinical and a limited number of tests is recommended for differential diagnosis and/or for the investigation/exclusion of possible causes. In addition to the complete blood count and C-reactive protein, and/or erythrocyte sedimentation rate, additional tests must be selected according to clinical criteria. The aim of therapy is the complete clinical control of chronic spontaneous urticaria. Evolution should be documented by weekly symptom scoring – Weekly Urticaria Activity Score (UAS7) –, as well as the assessment of quality of life. The therapeutic approach is based on second-generation H1 antihistamines (anti-H1) administered continuously in the approved doses (first line), and, in the absence of a clinical response, up to four times the daily-approved dose (second line). First generation H1 antihistamines are not recommended. Approximately 30% of patients are not controlled with second line therapy, and it is recommended to add a third line therapy. Of the two options, omalizumab and cyclosporine, only omalizumab is approved for chronic spontaneous urticaria and has a better safety profile, thus being preferably recommended. In Portugal there are no national-based recommendations applicable to clinical practice. The elaboration of these recommendations is justified by the need to standardize both the diagnosis and the treatment approach of patients with chronic spontaneous urticaria in Portugal, and for the referral of patients to specialized centers, in the most severe cases.Ordem dos Medicos2016-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/108404http://hdl.handle.net/10316/108404https://doi.org/10.20344/amp.8294por1646-07580870-399XCosta, CéliaGonçalo, Margaridaet al.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-29T09:50:37Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/108404Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:24:42.242715Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A urticária crónica espontânea é uma doença complexa, de etiologia mal-esclarecida, de diagnóstico fácil mas de abordagem terapêutica por vezes difícil. Tem um impacto significativo na qualidade de vida do doente e resulta em elevados custos diretos e indiretos. O diagnóstico da urticária crónica espontânea é essencialmente clínico, sendo recomendado um número limitado de exames complementares para diagnóstico diferencial e/ou para a investigação/exclusão de possível causa para a urticária crónica espontânea. Além do hemograma e da proteína C reativa, e/ou velocidade de sedimentação, os exames adicionais devem ser selecionados de acordo com critérios clínicos. O objetivo da terapêutica é o controlo clínico total da urticária crónica espontânea. A evolução deve ser documentada através do registo semanal do score de sintomas – Weekly Urticaria Activity Score (UAS7) –, assim como da avaliação de qualidade de vida. A abordagem terapêutica é baseada nos anti-histamínicos H1 (anti-H1) de segunda geração administrados de forma contínua nas doses aprovadas (primeira linha) e, na ausência de resposta clínica, até quatro vezes a dose diária aprovada (segunda linha). Os anti-H1 de primeira geração não são recomendados. Cerca de 30% dos doentes não ficam controlados com a terapêutica de segunda linha, pelo que é recomendado adicionar uma terapêutica de terceira linha. Das duas opções, omalizumab e ciclosporina, o omalizumab é a única opção com autorização de introdução no mercado para a urticária crónica espontânea, e possui melhor perfil de segurança, sendo assim recomendado preferencialmente. Em Portugal não existem recomendações nacionais aplicáveis à prática clínica. A elaboração destas recomendações é justificada pela necessidade de uniformização tanto da abordagem diagnóstica como da abordagem terapêutica dos doentes com urticária crónica espontânea em Portugal, e para a referenciação a centros especializados, nos casos mais graves. |
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