Terapia com células estaminais derivadas do tecido adiposo em cães com sequelas neurológicas da esgana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Ana Raquel Pereira Abreu
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/7149
Resumo: A esgana canina é uma doença cosmopolita e enzoótica causada por um vírus da família Paramixoviridae e do género Morbillivirus. Não existem, atualmente, medicamentos antivirais específicos no combate ao vírus da esgana, pelo que o seu tratamento é apenas sintomático. Esta doença provoca, frequentemente, sequelas neurológicas decorrentes de um processo de apoptose e desmielinização dos oligodendrócitos, astrócitos e neurónios. As células estaminais são células com capacidade de diferenciação, autorrenovação e proliferação. De entre estas, distinguem-se as de origem mesenquimatosa que podem diferenciar-se em células de linhagem mesodérmica e precursoras de tecido conjuntivo. As células estaminais mesenquimatosas podem ser obtidas a partir do tecido adiposo, permitem a regeneração de tecidos lesados, têm capacidade imunomoduladora e, por este motivo, têm interesse terapêutico. O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial das células estaminais derivadas do tecido adiposo no tratamento de sequelas neurológicas da esgana. Este trabalho foi realizado durante o período entre janeiro e junho de 2015, numa população constituída por 7 cães com sequelas neurológicas da esgana e submetidos a terapia celular em Campinas (Brasil). As células estaminais mesenquimatosas foram obtidas no laboratório da Regenera Stem Cells a partir do tecido adiposo de cães dadores jovens e saudáveis. A terapia celular consistiu na administração destas células a cada 30 dias, por via intravenosa, perfazendo na maioria dos casos clínicos estudados, um total de 3 aplicações. Os 7 cães estudados eram de idades e raças distintas, sendo que 4 eram machos e 3 eram fêmeas. As sequelas observadas com maior frequência foram alteração da locomoção, mioclonias, convulsões e ataxia vestibular. No final da terapia celular, 3 animais apresentavam ausência total das sequelas previamente observadas, tendo recuperado completamente. Nos restantes 4 animais verificou-se uma recuperação parcial. As mioclonias, a ataxia cerebelar e a ataxia vestibular foram consideradas as sequelas neurológicas com menor possibilidade de recuperação, ou seja, com pior prognóstico. Os resultados obtidos apontam a terapia celular como uma opção promissora no tratamento ou na melhoria da qualidade de vida de animais com sequelas da esgana.
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De entre estas, distinguem-se as de origem mesenquimatosa que podem diferenciar-se em células de linhagem mesodérmica e precursoras de tecido conjuntivo. As células estaminais mesenquimatosas podem ser obtidas a partir do tecido adiposo, permitem a regeneração de tecidos lesados, têm capacidade imunomoduladora e, por este motivo, têm interesse terapêutico. O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial das células estaminais derivadas do tecido adiposo no tratamento de sequelas neurológicas da esgana. Este trabalho foi realizado durante o período entre janeiro e junho de 2015, numa população constituída por 7 cães com sequelas neurológicas da esgana e submetidos a terapia celular em Campinas (Brasil). As células estaminais mesenquimatosas foram obtidas no laboratório da Regenera Stem Cells a partir do tecido adiposo de cães dadores jovens e saudáveis. A terapia celular consistiu na administração destas células a cada 30 dias, por via intravenosa, perfazendo na maioria dos casos clínicos estudados, um total de 3 aplicações. Os 7 cães estudados eram de idades e raças distintas, sendo que 4 eram machos e 3 eram fêmeas. As sequelas observadas com maior frequência foram alteração da locomoção, mioclonias, convulsões e ataxia vestibular. No final da terapia celular, 3 animais apresentavam ausência total das sequelas previamente observadas, tendo recuperado completamente. Nos restantes 4 animais verificou-se uma recuperação parcial. As mioclonias, a ataxia cerebelar e a ataxia vestibular foram consideradas as sequelas neurológicas com menor possibilidade de recuperação, ou seja, com pior prognóstico. Os resultados obtidos apontam a terapia celular como uma opção promissora no tratamento ou na melhoria da qualidade de vida de animais com sequelas da esgana.Canine distemper is a cosmopolitan and enzootic disease caused by a virus of the family Paramyxoviridae and genre Morbillivirus. Currently, there are not specific antiviral drugs to combat the distemper virus, and therefore its treatment is only symptomatic. Frequently, this disease causes neurological sequelae resulting from a process of apoptosis and demyelination of oligodendrocytes, astrocytes and neurons. Stem cells have capacity for differentiation, self-renewal and proliferation. Among these, those with mesenchymal origin are distinguished and can be distinguished into mesodermal lineage cells and connective tissue precursor. The mesenchymal stem cells can be obtained from adipose tissue, allow the regeneration of damaged tissues, have immunomodulatory capacity and, for this reason, they have therapeutic interest. This study aimed to evaluate the potential of stem cells derived from adipose tissue in the treatment of distemper neurological sequelae. This work was carried out between January and June 2015, in a population composed by seven dogs with distemper neurological sequelae and submitted to cell therapy in Campinas (Brazil). The mesenchymal stem cells were obtained in the laboratory of Regenera Stem Cells from adipose tissue of young and healthy donours dogs. The cell therapy consisted in the intravenous administration of these cells, every thirty days, meaning a total of three applications in most of the studied clinical cases. From the seven studied dogs with different ages and races, four were males and three were females. The most frequently observed sequels were locomotion changes, myoclonus, seizures and vestibular ataxia. At the end of cell therapy, three animals didn’t show any of the sequelae previously observed, having completely recovered. The remaining four animals partially recovered. The myoclonus, cerebellar ataxia and vestibular ataxia were considered the neurological sequelae with lower chance of recovery, that is, with worse prognosis. The obtained results show cell therapy as a promising option for the treatment or improvement of the quality of animals’ life with distemper sequelae.2016-07-19T15:29:27Z2016-01-01T00:00:00Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/7149porMarques, Ana Raquel Pereira Abreuinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:11:00Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/7149Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:17:37.565857Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Marques, Ana Raquel Pereira Abreu
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DISTEMPER
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