O uso das células tronco no tratamento de sequelas neurológicas originadas pelo vírus da esgana em cães
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/9859 |
Resumo: | A esgana canina é uma doença infeciosa e multissistémica de ocorrência mundial com alta morbilidade e mortalidade, causada por um vírus da família Paramixoviridae e do género Morbillivirus.Quando há envolvimento do sistema nervoso os animais apresentam sinais clínicos severos que posteriormente se tornam sequelas decorrentes de um processo de apoptose e desmielinização, considerados irreversíveis.A inexistência de um tratamento antiviral específico e a alta taxa de mortalidade dos animais acometidos com este vírus, estimularam a procura de novos tratamentos para os animais que desenvolvem encefalomielite,tendo-se a terapia celular reveladou ma alternativa promissora no tratamento desta condição. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial terapêutico das células tronco alogénicas derivadas do tecido adiposo no tratamento de sequelas neurológicas da esgana, com vista ao incremento da qualidade de vida dos doentes, evitando assim a sua eutanásia.Trata-se de um estudo retrospetivo, realizado entre julho de 2018 e julho de 2019na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia -UNESP, Botucatu (São Paulo),onde foram incluídos seis animaiscom características heterogéneas e com evolução diferenciada das suas sequelas neurológicas. Todos foram submetidos a exame neurológico antes de cada aplicação de células tronco e foi proposto a os tutores que respondessem a um questionário em cada sessão.A terapia celular consistiu na administração das células troncoa cada trinta dias durante quatro meses,por via epidural (5/6) e endovenosa (1/6), perfazendo um total de quatro aplicações de células tronco,com um número de células a variar entre os 6x106e os 10x106de células por mililitro aplicado.Avaliou-se o resultado da terapia celular tendo em conta a evolução dos animais, desde o início do tratamento (D0) até ao final (D90). A comparação da evolução antes e após o tratamento com CTM-TA foi realizada através dos scores obtidos em cada avaliação, tendo ocorrido uma diminuição do score neurológico geral em 100% dos animais em estudo. Dos seis animais em estudo, dois tiveram recuperação total enquanto quatro tiveram apenas recuperação parcial, tendo-se observado que 100% dos animais evidenciaram melhorias quanto à locomoção, 83,33% quanto ao envolvimento dos pares cranianos, 33,33% quanto ao envolvimento do encéfalo, 83,33% quanto às mioclonias e 66,67% quanto à função urinária. Quanto à análise dos questionários observou-se uma melhoria de 83,33%, 100%, 16,67% e 83,33% para o Índice de Dor Crónica de Helsínquia (IDCH), escala de Avaliação da Qualidade de vida (AQV) e Escalas Analógicas Visuais (EAV) para dor e locomoção, respetivamente.De acordo com os resultados obtidos neste estudo, concluiu-se que a terapia com células tronco derivadas do tecido adiposo é uma opção promissora e eficaz no tratamento ou diminuição do grau das sequelas neurológicas ena melhoria da qualidade de vida destes animais, evitando desta forma a eutanásia dos mesmos. Contudo,é necessário continuar a realização de mais estudos nesta área de forma a recolher mais informações sobre a eficácia deste tratamento. |
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