Republicanismo a Sul do Tejo na imprensa local, 1907-1913

• Autor(a) principal: Martins, Luís Miguel Monteiro
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/138222
• topic: Republicanismo; I República; Almada; Seixal; Barreiro; Montijo; Aldeia Galega; Moita; Alcochete; Sesimbra; Margem Sul; Partido Evolucionista; Partido Democrático; Imprensa; História Local; Republicanism; 1st Republic; Evolutionist Party; Democratic Party; Press; Local History; Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia

O presente trabalho recorre à imprensa local publicada na margem Sul do Tejo nos anos que antecederam a implantação da República em Portugal e nos imediatamente subsequentes (1907-1913), fazendo um levantamento dos indícios que nas páginas da mesma evidenciavam a eventual força do movimento republicano, quer no país, quer a nível local, permitindo-nos ler as reacções que ali reflectiam o que no plano nacional se sucedia neste período conturbado da vida do país. Tendo a imprensa local como um espelho da realidade dos locais onde era publicada, podemos através da sua leitura perceber os conflitos, preocupações, atitudes e tomadas de posição dos nossos conterrâneos, nomeadamente o antagonismo entre indivíduos com visões políticas opostas que actuavam em localidades de reduzida dimensão, inseridas numa região delimitada. Os conteúdos relevados reconduzem-se essencialmente a três “questões” que então agitavam o país, sendo, à época, problematizadas da seguinte forma: a “questão religiosa”, a “questão social” e a “questão política”. Sob a primeira, caberão os indícios de anticlericalismo e animosidade ao clero que encontrámos ao longo das páginas dos jornais locais; na segunda, inserimos assuntos que se reconduziam à temática da luta por melhores condições de vida dos cidadãos e, em especial, da classe operária (o que nos levará a analisar a problemática da greve, abundantemente referenciada nas páginas da imprensa local), cabendo ainda aqui a análise de temas que iam desde o papel da mulher na sociedade à educação, passando até, por uma determinada visão republicana sobre a tauromaquia; no âmbito da “questão política”, assumindo como fio condutor da nossa exposição, os conteúdos relacionados com os diversos actos eleitorais que no período analisado tiveram lugar, caberá uma leitura da forma como transparecia alguma desilusão com a República, relacionada com a política repressiva do governo, finalisticamente orientado para um reconhecimento internacional do regime, sendo relacionável com este aspecto, uma leitura da relação conflitual entre os grupos resultantes da cisão do Partido Republicano. Assim, através da imprensa local – muita da qual, assumia uma clara posição política – podemos perceber como os assuntos que agitavam aquele período da I República eram debatidos, sendo muitos deles usados como “arma de arremesso” entre as facções republicanas (ou entre republicanos e os grupos que estiveram ao seu lado no derrube da monarquia) que se digladiavam nos planos nacionais e locais, dando-nos a conhecer o aspecto plurifacetado daquele movimento.