Alta contra parecer médico no serviço de urgência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bernardete, Paula
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Cunha, Madalena, Vicente, Ana Rita, Mota, Mauro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/45236
Resumo: Introdução: A prevalência de abandono do serviço de urgência constitui um indicador clínico de gestão da qualidade, pelo que o seu estudo se assume como pertinente. O objetivo da presente investigação foi avaliar o perfil dos clientes que abandonam o serviço de urgência. Métodos: Estudo de análise quantitativa e de coorte retrospetivo. Foram incluídos todos os clientes que que abandonaram o serviço de urgência de um hospital central no centro de Portugal em 2018. Os dados foram recolhidos com base na informação administrativa, com registo numa grelha clínica ad hoc para recolha de dados. Resultados: No ano de 2018 acorreram ao serviço de urgência objeto do presente estudo, 85596 clientes, tendo-se verificado uma taxa de abandono de 3,04% (n=2599). Do total da amostra, observou-se que 1315 clientes (50,6%) são do género masculino e 1284 (49,4%) são do género feminino. A idade média dos clientes é 48,21 anos e 46,4% encontra-se na faixa etária dos 36-65 anos. Os meses em que houve mais registos de abandono do serviço de urgência foram agosto (n=11,6%) e fevereiro (n=10,4%), e foi durante o período da manhã que se registaram mais episódios de abandono (51,3%). Os clientes com a prioridade clínica classificada de urgente foram os que apresentam uma maior prevalência de abandono (39,6%). A prioridade clínica de pouco urgente apresenta 37,9% de abandonos. A maioria dos clientes que abandonou o serviço de urgência após ser avaliado pela triagem médica (78,7%). Conclusão: O perfil do cliente que abandona o Serviço de urgência é predominantemente do sexo feminino, na faixa etária dos 35-65 anos (com uma média de idades de 48,21 anos), na sua maioria já com prioridade clínica definida e classificada como urgente (amarela). A resolução desta problemática deve ser assumida como uma prioridade pelas entidades reguladoras, para otimizar a qualidade dos cuidados e diminuir o impacto direto e indireto nos clientes que abandonam os serviços.
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Do total da amostra, observou-se que 1315 clientes (50,6%) são do género masculino e 1284 (49,4%) são do género feminino. A idade média dos clientes é 48,21 anos e 46,4% encontra-se na faixa etária dos 36-65 anos. Os meses em que houve mais registos de abandono do serviço de urgência foram agosto (n=11,6%) e fevereiro (n=10,4%), e foi durante o período da manhã que se registaram mais episódios de abandono (51,3%). Os clientes com a prioridade clínica classificada de urgente foram os que apresentam uma maior prevalência de abandono (39,6%). A prioridade clínica de pouco urgente apresenta 37,9% de abandonos. A maioria dos clientes que abandonou o serviço de urgência após ser avaliado pela triagem médica (78,7%). Conclusão: O perfil do cliente que abandona o Serviço de urgência é predominantemente do sexo feminino, na faixa etária dos 35-65 anos (com uma média de idades de 48,21 anos), na sua maioria já com prioridade clínica definida e classificada como urgente (amarela). A resolução desta problemática deve ser assumida como uma prioridade pelas entidades reguladoras, para otimizar a qualidade dos cuidados e diminuir o impacto direto e indireto nos clientes que abandonam os serviços.Introduction: The prevalence of discharge against medical advice from the emergency department is a clinical indicator of quality management and its study is therefore relevant. The aim of this research was to assess the profile of clients leaving the emergency department.Methods: Quantitative Analysis and retrospective cohort study. All clients who left the emergency department of a central hospital in central Portugal in 2018 were included. The data was collected on the basis of administrative information, with registration on a specific clinical data collection table.Discharge against medical advice from emergency department 66Pensar Enfermagem | Vol. 25 | N.º 2 | 2º Semestre de 2021ALTA CONTRA PARECER MÉDICO NO SERVIÇO DE URGÊNCIAKeywords: Patient Discharge; Emergency Service, Hospital; Quality Indicators, Health CareINTRODUÇÃOUrgência pode ser definida como qualquer situação clínica que se instale de forma súbita e implique risco de compromisso das funções vitais (Despacho Normativo nº18459/2006, 2006).Os serviços de urgência têm como objetivo a prestação de cuidados de saúde a todas as situações que se enquadram na definição acima descrita (Despacho Normativo no11/2002, 2002).Em Portugal determinou-se que a rede de serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde integra três níveis de resposta que se diferenciam pela capacidade técnica (Despacho Normativo nº18 459/2006, 2006): Serviço de Urgência Básica (SUB), o primeiro nível de acolhimento do cliente e será para a abordagem e solução de situações mais simples e comuns de saúde; Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC), segundo nível de situações de urgência, dispondo de várias valências médicas obrigatórias e com apoio de especialidades; Serviço de Urgência Polivalente (SUP), o serviço mais diferenciado de urgência e emergência, agrega as valências e recursos das SUB E SUMC tendo disponível mais valências especificas. Segundo os dados de 2018, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 82,4% dos atendimentos nos serviços de urgência foram motivados por doença e 10,4% por lesões provocadas por acidentes, perfazendo um total de 7,8 milhões de atendimentos nos serviços de urgência hospitalares, 74,3% em hospitais públicos (Instituto Nacional de Estatística, 2018). Assim, no sentido de otimizar o atendimento e minimizar os danos causados pela sobrelotação, através da identificação dos doentes que necessitam de cuidados imediatossurgiu a necessidade de se introduzirem mecanismos de triagem nos serviços de urgência, nomeadamente, oSistema de Triagem de Manchester (Azeredo et al., 2015).O Sistema de Triagem de Manchester foi criado em 1994 em Manchester, Reino Unido, sendo utilizado como um protocolo válido, seguro e confiável em unidades de emergência (Franco, et al., 2018). Este método permite ao profissional de saúde definir uma prioridade clínica de um cliente com base na queixa que este apresenta, ou seja, com base no principal sinal ou sintoma que o profissional de saúde ou o cliente identifica e que o levou ao serviço de urgência (Grupo Português de Triagem, 2009).Para a definição da prioridade clínica de cada cliente existe uma lista de 50 fluxogramas baseados nas queixas de apresentação mais comuns e que abrangem quase todas as situações apresentadas nos serviços de urgência. Assim, o profissional de saúde seleciona o fluxograma que seja o mais Results: In 2018, 85596 patients came to the emergency service, with a abandonment rate of 3.04% (n=2599). Of the total sample, 1315 patients (50.6%) were male and 1284 (49.4%) female. The average age of customers is 48.21 years old and 46.4% are in the 36-65 age group. The months in which there were the most abandonment records were August (n=11.6%) and February (n=10.4%), and it was during the morning that there were the most abandonment episodes (51.3%). The patients with the clinical priority classified as urgent were those with the highest prevalence of abandonment (39.6%). The clinical priority of non-urgent patients shows 37.9% of abandonments. The majority of patients who left the emergency service after being evaluated by medical screening (78.7%). Conclusion: The profile of the patients leaving the emergency service is predominantly female, aged 35-65 (with an average age of 48.21), most of whom already have a defined clinical priority and are classified as urgent (yellow). The resolution of this problem should be assumed as a priority by the regulatory authorities, in order to optimize the quality of care and reduce the direct and indirect impact on patients who leave the services.ESELRepositório ComumBernardete, PaulaCunha, MadalenaVicente, Ana RitaMota, Mauro2023-06-20T10:28:50Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/45236porBernardete, P., Cunha, M., Vicente, A. R., & Mota, M. (2021). Alta contra parecer médico no serviço de urgência. Pensar Enfermagem, 25(2), 65–76. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v25i2.186https://doi.org/10.56732/pensarenf.v25i2.186info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-06-22T07:15:35Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/45236Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:01:11.430357Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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