Impacto do tabagismo nos resultados da intervenção coronária percutânea

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida,Leonardo Cao Cambra de
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Cantarelli,Marcelo José de Carvalho, Castello Jr.,Hélio José, Gioppato,Silvio, Gonçalves,Rosaly, Guimarães,João Batista de Freitas, Ribeiro,Evandro Karlo Pracchia, Silva,Patricia Teixeira da, Thomas Jr.,Nelson Ricardo, Vardi,Júlio César Francisco
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972010000400012
Resumo: INTRODUÇÃO: O tabagismo é um importante fator de risco aterotrombótico, presente em um terço dos pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP) em nosso serviço. O objetivo do presente trabalho foi analisar o perfil clínico-angiográfico e os resultados do procedimento nessa população. MÉTODO: No período de janeiro de 2002 a outubro de 2009, 5.466 ICPs foram realizadas, sendo 1.745 em pacientes tabagistas e 3.721 em não-tabagistas. Todos os dados foram obtidos prospectivamente e os pacientes foram acompanhados durante a fase hospitalar. RESULTADOS: No grupo de tabagistas, houve predomínio de sexo masculino (75,2% vs. 62,1%; P < 0,001), pacientes mais jovens (56,4 anos vs. 64,5 anos; P < 0,001), infarto agudo do miocárdio (IAM) com supradesnivelamento de ST (37,5% vs. 19,5%; P < 0,001), uniarteriais (56,5% vs. 47%; P < 0,001), lesões longas (14,7% vs. 12%; P < 0,001), bifurcações (5,6% vs. 3,9%; P = 0,002), lesões trombóticas (15,4% vs. 9%; P < 0,001) e oclusões totais (18,2% vs. 11,2%; P < 0,001) e maior uso de inibidores IIb/IIIa (2,5% vs. 1,6%; P = 0,04). O sucesso clínico do procedimento (96,5% vs. 96,1%; P = 0,5) bem como a necessidade de revascularização cirúrgica de emergência (0,06% vs. 0,05%; P = 0,22), IAM (0,74% vs. 1,02%; P = 0,32) ou óbito (0,63% vs. 0,73%; P = 0,69) foram semelhantes em ambos os grupos. Os tabagistas, no entanto, demonstraram tendência a evoluir com maior número de acidentes vasculares cerebrais na fase hospitalar (0,11% vs. 0,05%; P = 0,07). CONCLUSÃO: Pacientes tabagistas submetidos a angioplastia coronária são oito anos mais jovens que os não-tabagistas, apresentam-se mais frequentemente com IAM com supradesnivelamento de ST e demonstram maior complexidade angiográfica. A utilização dos modernos recursos tecnológicos iguala os resultados clínicos hospitalares, à exceção do acidente vascular cerebral, que tende a ocorrer em dobro nos tabagistas.
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