Atresia biliar: a experiência Brasileira

Bibliographic Details
Main Author: Carvalho,Elisa de
Publication Date: 2010
Other Authors: Santos,Jorge Luiz dos, Silveira,Themis Reverbel da, Kieling,Carlos Oscar, Silva,Luciana Rodrigues, Porta,Gilda, Miura,Irene Kazue, Tommaso,Adriana Maria Alves De, Brandão,Maria Ângela Bellomo, Ferreira,Alexandre Rodrigues, Macêdo,José Roberto de Deus, Almeida Neto,José Tenório de
Format: Article
Language: por
Source: Jornal de Pediatria (Online)
Download full: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000600005
Summary: OBJETIVO: Avaliar as características epidemiológicas, clínicas e prognósticas de crianças com atresia biliar. MÉTODOS: Dados sobre portoenterostomia, transplante hepático (TxH), idade no último seguimento e sobrevida foram coletados dos prontuários de pacientes acompanhados em seis centros no Brasil (1982-2008) e comparados em relação às décadas do procedimento cirúrgico. RESULTADOS: Dos 513 pacientes, 76,4% foram submetidos a portoenterostomia [idade: 60,0-94,7 (82,6±32,8) dias] e 46,6% foram submetidos a TxH. Em 69% dos casos, o TxH foi realizado após a portoenterostomia, enquanto em 31% dos casos o TxH foi realizado como cirurgia primária. Os pacientes da região Nordeste foram submetidos a portoenterostomia mais tardiamente do que as crianças das regiões Sul (p = 0,008) e Sudeste (p = 0,0012), embora, mesmo nas duas últimas regiões, a idade no momento da portoenterostomia tenha sido superior ao desejável. Ao longo das décadas, houve aumento progressivo do número de TxH realizados. A sobrevida global foi de 67,6%. A sobrevida aumentou nas últimas décadas (anos 1980 versus 1990, p = 0,002; anos 1980 versus 2000, p < 0,001; anos 1990 versus 2000, p < 0,001). A sobrevida de 4 anos pós-portoenterostomia, com ou sem TxH, foi de 73,4%, inversamente correlacionada à idade no momento da portoenterostomia (80, 77,7, 60,5% para < 60, 61-90, &gt; 90 dias, respectivamente). Os pacientes transplantados apresentaram taxas de sobrevida mais elevadas (88,3%). A sobrevida de 4 anos com fígado nativo foi de 36,8%, inversamente correlacionada à idade no momento da portoenterostomia (54, 33,3, 26,6% para < 60, 61-90, &gt; 90 dias, respectivamente). CONCLUSÕES: Este estudo multicêntrico demonstrou que o encaminhamento tardio das crianças portadoras de atresia biliar ainda é um problema no Brasil, influenciando a sobrevida destes pacientes. Estratégias que proporcionam o encaminhamento precoce estão sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir a necessidade de transplante hepático nos primeiros anos de vida.
id SBPE-1_db2ed48e665089bbe0939239c1dcfaa0
oai_identifier_str oai:scielo:S0021-75572010000600005
network_acronym_str SBPE-1
network_name_str Jornal de Pediatria (Online)
repository_id_str
spelling Atresia biliar: a experiência BrasileiraAtresia biliarportoenterostomia hepáticacirurgiadiagnóstico diferencialprognósticoOBJETIVO: Avaliar as características epidemiológicas, clínicas e prognósticas de crianças com atresia biliar. MÉTODOS: Dados sobre portoenterostomia, transplante hepático (TxH), idade no último seguimento e sobrevida foram coletados dos prontuários de pacientes acompanhados em seis centros no Brasil (1982-2008) e comparados em relação às décadas do procedimento cirúrgico. RESULTADOS: Dos 513 pacientes, 76,4% foram submetidos a portoenterostomia [idade: 60,0-94,7 (82,6±32,8) dias] e 46,6% foram submetidos a TxH. Em 69% dos casos, o TxH foi realizado após a portoenterostomia, enquanto em 31% dos casos o TxH foi realizado como cirurgia primária. Os pacientes da região Nordeste foram submetidos a portoenterostomia mais tardiamente do que as crianças das regiões Sul (p = 0,008) e Sudeste (p = 0,0012), embora, mesmo nas duas últimas regiões, a idade no momento da portoenterostomia tenha sido superior ao desejável. Ao longo das décadas, houve aumento progressivo do número de TxH realizados. A sobrevida global foi de 67,6%. A sobrevida aumentou nas últimas décadas (anos 1980 versus 1990, p = 0,002; anos 1980 versus 2000, p < 0,001; anos 1990 versus 2000, p < 0,001). A sobrevida de 4 anos pós-portoenterostomia, com ou sem TxH, foi de 73,4%, inversamente correlacionada à idade no momento da portoenterostomia (80, 77,7, 60,5% para < 60, 61-90, &gt; 90 dias, respectivamente). Os pacientes transplantados apresentaram taxas de sobrevida mais elevadas (88,3%). A sobrevida de 4 anos com fígado nativo foi de 36,8%, inversamente correlacionada à idade no momento da portoenterostomia (54, 33,3, 26,6% para < 60, 61-90, &gt; 90 dias, respectivamente). CONCLUSÕES: Este estudo multicêntrico demonstrou que o encaminhamento tardio das crianças portadoras de atresia biliar ainda é um problema no Brasil, influenciando a sobrevida destes pacientes. Estratégias que proporcionam o encaminhamento precoce estão sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir a necessidade de transplante hepático nos primeiros anos de vida.Sociedade Brasileira de Pediatria2010-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000600005Jornal de Pediatria v.86 n.6 2010reponame:Jornal de Pediatria (Online)instname:Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)instacron:SBPE10.1590/S0021-75572010000600005info:eu-repo/semantics/openAccessCarvalho,Elisa deSantos,Jorge Luiz dosSilveira,Themis Reverbel daKieling,Carlos OscarSilva,Luciana RodriguesPorta,GildaMiura,Irene KazueTommaso,Adriana Maria Alves DeBrandão,Maria Ângela BellomoFerreira,Alexandre RodriguesMacêdo,José Roberto de DeusAlmeida Neto,José Tenório depor2011-02-01T00:00:00Zoai:scielo:S0021-75572010000600005Revistahttp://www.jped.com.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||jped@jped.com.br1678-47820021-7557opendoar:2011-02-01T00:00Jornal de Pediatria (Online) - Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)false
dc.title.none.fl_str_mv Atresia biliar: a experiência Brasileira
title Atresia biliar: a experiência Brasileira
spellingShingle Atresia biliar: a experiência Brasileira
Carvalho,Elisa de
Atresia biliar
portoenterostomia hepática
cirurgia
diagnóstico diferencial
prognóstico
title_short Atresia biliar: a experiência Brasileira
title_full Atresia biliar: a experiência Brasileira
title_fullStr Atresia biliar: a experiência Brasileira
title_full_unstemmed Atresia biliar: a experiência Brasileira
title_sort Atresia biliar: a experiência Brasileira
author Carvalho,Elisa de
author_facet Carvalho,Elisa de
Santos,Jorge Luiz dos
Silveira,Themis Reverbel da
Kieling,Carlos Oscar
Silva,Luciana Rodrigues
Porta,Gilda
Miura,Irene Kazue
Tommaso,Adriana Maria Alves De
Brandão,Maria Ângela Bellomo
Ferreira,Alexandre Rodrigues
Macêdo,José Roberto de Deus
Almeida Neto,José Tenório de
author_role author
author2 Santos,Jorge Luiz dos
Silveira,Themis Reverbel da
Kieling,Carlos Oscar
Silva,Luciana Rodrigues
Porta,Gilda
Miura,Irene Kazue
Tommaso,Adriana Maria Alves De
Brandão,Maria Ângela Bellomo
Ferreira,Alexandre Rodrigues
Macêdo,José Roberto de Deus
Almeida Neto,José Tenório de
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Carvalho,Elisa de
Santos,Jorge Luiz dos
Silveira,Themis Reverbel da
Kieling,Carlos Oscar
Silva,Luciana Rodrigues
Porta,Gilda
Miura,Irene Kazue
Tommaso,Adriana Maria Alves De
Brandão,Maria Ângela Bellomo
Ferreira,Alexandre Rodrigues
Macêdo,José Roberto de Deus
Almeida Neto,José Tenório de
dc.subject.por.fl_str_mv Atresia biliar
portoenterostomia hepática
cirurgia
diagnóstico diferencial
prognóstico
topic Atresia biliar
portoenterostomia hepática
cirurgia
diagnóstico diferencial
prognóstico
description OBJETIVO: Avaliar as características epidemiológicas, clínicas e prognósticas de crianças com atresia biliar. MÉTODOS: Dados sobre portoenterostomia, transplante hepático (TxH), idade no último seguimento e sobrevida foram coletados dos prontuários de pacientes acompanhados em seis centros no Brasil (1982-2008) e comparados em relação às décadas do procedimento cirúrgico. RESULTADOS: Dos 513 pacientes, 76,4% foram submetidos a portoenterostomia [idade: 60,0-94,7 (82,6±32,8) dias] e 46,6% foram submetidos a TxH. Em 69% dos casos, o TxH foi realizado após a portoenterostomia, enquanto em 31% dos casos o TxH foi realizado como cirurgia primária. Os pacientes da região Nordeste foram submetidos a portoenterostomia mais tardiamente do que as crianças das regiões Sul (p = 0,008) e Sudeste (p = 0,0012), embora, mesmo nas duas últimas regiões, a idade no momento da portoenterostomia tenha sido superior ao desejável. Ao longo das décadas, houve aumento progressivo do número de TxH realizados. A sobrevida global foi de 67,6%. A sobrevida aumentou nas últimas décadas (anos 1980 versus 1990, p = 0,002; anos 1980 versus 2000, p < 0,001; anos 1990 versus 2000, p < 0,001). A sobrevida de 4 anos pós-portoenterostomia, com ou sem TxH, foi de 73,4%, inversamente correlacionada à idade no momento da portoenterostomia (80, 77,7, 60,5% para < 60, 61-90, &gt; 90 dias, respectivamente). Os pacientes transplantados apresentaram taxas de sobrevida mais elevadas (88,3%). A sobrevida de 4 anos com fígado nativo foi de 36,8%, inversamente correlacionada à idade no momento da portoenterostomia (54, 33,3, 26,6% para < 60, 61-90, &gt; 90 dias, respectivamente). CONCLUSÕES: Este estudo multicêntrico demonstrou que o encaminhamento tardio das crianças portadoras de atresia biliar ainda é um problema no Brasil, influenciando a sobrevida destes pacientes. Estratégias que proporcionam o encaminhamento precoce estão sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir a necessidade de transplante hepático nos primeiros anos de vida.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000600005
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000600005
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0021-75572010000600005
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv Jornal de Pediatria v.86 n.6 2010
reponame:Jornal de Pediatria (Online)
instname:Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
instacron:SBPE
instname_str Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
instacron_str SBPE
institution SBPE
reponame_str Jornal de Pediatria (Online)
collection Jornal de Pediatria (Online)
repository.name.fl_str_mv Jornal de Pediatria (Online) - Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
repository.mail.fl_str_mv ||jped@jped.com.br
_version_ 1752122318186872832