Autopoiesis do corpoema: a vida como obra de arte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mello, Ivan Maia de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18424
Resumo: A tese aborda a questão da auto-educação a partir da perspectiva de Friedrich Nietzsche e outros pensadores, que o tomaram como referência para pensar filosoficamente possibilidades de uma aprendizagem voltada para fazer da vida uma obra de arte. A questão problematizada é como esta aprendizagem pode ocorrer de modo cada vez mais autônomo configurando uma arte de viver direcionada para a poetização da existência. A auto-educação é pensada como parte de uma autopoiesis, um processo de subjetivação mais abrangente quanto aos aspectos da existência em que a aprendizagem é experimentada no sentido proposto por Nietzsche para fazer da vida uma obra de arte, tornando-se poeta da própria existência e tomando o corpo como fio condutor desse processo. A perspectiva de Nietzsche é considerada juntamente com algumas outras que se apropriaram dela para formularem suas próprias concepções, tais como, principalmente: Oswald de Andrade, pela Antropofagia como visão de mundo voltada para a apropriação seletiva da alteridade subjetiva; Martin Heidegger, pela hermenêutica do acontecimento apropriativo na criação poética; Michel Foucault, pela genealogia dos processos de subjetivação, abrangendo desde a antiguidade greco-romana até a contemporaneidade, que o permitiu formular a questão da estética da existência; Gilles Deleuze e Felix Guattari, pela cartografia da autopoiesis como processo de subjetivação singularizante, modulado por paradigmas estéticos apropriados; e Dante Galeffi, pela proposta poemático-pedagógica de uma educação transdisciplinar para o fazer inventivo do ser-sendo, que configura a vita poemática. Essas e outras perspectivas foram usadas para elaborar a proposta de uma educação autopoiética do corpo criador que Nietzsche indicou como o ser próprio, e foi denominado nesta tese de corpoema. A educação autopoiética do corpoema é pensada ao longo da experimentação da autopoiesis em alguns campos da existência, nos quais se constitui a estética da existência corpoética: os campos de experimentação da habitação do espaço de vida, da dinâmica corporal dos impulsos, das relações de poder, das valorações afetivas, das linguagens de expressão e da compreensão dos sentidos do viver. Em cada um desses campos, são consideradas tendências vitais a serem apropriadas e dificuldades a serem superadas para a composição de um estilo singular na arte de viver corpoética, voltada para a poetização do corpo e incorporação da poesia. Assim, quanto à experiência da habitação, as tendências voltadas para o local e o global; quanto à corporeidade, as tendências dos impulsos eróticos e fraternos; quanto às relações de poder, as tendências para a emancipação e para a solidariedade; quanto à afetividade, as tendências para a dignidade ética e para a intensidade passional; quanto à expressividade, as tendências para a linguagem figurada e para o discurso conceitual; quanto à experiência da compreensão, as tendências para o aprofundamento e para a abrangência. A autopoiesis do corpoema é, portanto, apresentada transversalmente numa cartografia genealógica do processo de subjetivação constituído por essas experimentações, guiadas pelas perspectivas consideradas, no sentido de configurar um estilo corpoéticopara essa estética da existência autopoiética.
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A auto-educação é pensada como parte de uma autopoiesis, um processo de subjetivação mais abrangente quanto aos aspectos da existência em que a aprendizagem é experimentada no sentido proposto por Nietzsche para fazer da vida uma obra de arte, tornando-se poeta da própria existência e tomando o corpo como fio condutor desse processo. A perspectiva de Nietzsche é considerada juntamente com algumas outras que se apropriaram dela para formularem suas próprias concepções, tais como, principalmente: Oswald de Andrade, pela Antropofagia como visão de mundo voltada para a apropriação seletiva da alteridade subjetiva; Martin Heidegger, pela hermenêutica do acontecimento apropriativo na criação poética; Michel Foucault, pela genealogia dos processos de subjetivação, abrangendo desde a antiguidade greco-romana até a contemporaneidade, que o permitiu formular a questão da estética da existência; Gilles Deleuze e Felix Guattari, pela cartografia da autopoiesis como processo de subjetivação singularizante, modulado por paradigmas estéticos apropriados; e Dante Galeffi, pela proposta poemático-pedagógica de uma educação transdisciplinar para o fazer inventivo do ser-sendo, que configura a vita poemática. Essas e outras perspectivas foram usadas para elaborar a proposta de uma educação autopoiética do corpo criador que Nietzsche indicou como o ser próprio, e foi denominado nesta tese de corpoema. A educação autopoiética do corpoema é pensada ao longo da experimentação da autopoiesis em alguns campos da existência, nos quais se constitui a estética da existência corpoética: os campos de experimentação da habitação do espaço de vida, da dinâmica corporal dos impulsos, das relações de poder, das valorações afetivas, das linguagens de expressão e da compreensão dos sentidos do viver. Em cada um desses campos, são consideradas tendências vitais a serem apropriadas e dificuldades a serem superadas para a composição de um estilo singular na arte de viver corpoética, voltada para a poetização do corpo e incorporação da poesia. Assim, quanto à experiência da habitação, as tendências voltadas para o local e o global; quanto à corporeidade, as tendências dos impulsos eróticos e fraternos; quanto às relações de poder, as tendências para a emancipação e para a solidariedade; quanto à afetividade, as tendências para a dignidade ética e para a intensidade passional; quanto à expressividade, as tendências para a linguagem figurada e para o discurso conceitual; quanto à experiência da compreensão, as tendências para o aprofundamento e para a abrangência. A autopoiesis do corpoema é, portanto, apresentada transversalmente numa cartografia genealógica do processo de subjetivação constituído por essas experimentações, guiadas pelas perspectivas consideradas, no sentido de configurar um estilo corpoéticopara essa estética da existência autopoiética.ABSTRACT The question of self-education is approached from the perspective of Friedrich Nietzsche and other authors, who took him as reference to think philosophically the possibilities of a learning whose objective is to make life a work of art. The problematized question is how this apprenticeship may occur in a more autonomous way configurating an art of living directed to the poeticization of existence. Self-education is thought as part of an autopoiesis, a widely process of subjectification that includes some aspects of existence in which the apprenticeship is experimented according to Nietzsche‟s proposal to make life a work of art, becoming the poet of one‟s own existence and considering the body as a conducting thread of this process. Nietzsche‟s perspective is considered together with some others which appropriated his ideas to formulate their own conceptions, like, mainly: Oswald de Andrade, for his Anthropophagic world vision turned to a selective appropriation of a subjective otherness; Martin Heidegger, for his hermeneutics of the appropriative happening in poetry creation; Michel Foucault, for his genealogy of subjectification processes, including since greco-roman antiquity until contemporaneity, which allowed him to formulate the question of the esthetics of existence; Gilles Deleuze and Felix Guattari, for their cartography of autopoiesis as a singularizing subjectification process, modulated by proper esthetical paradigms; and Dante Galeffi, for his poematic-pedagogical proposal of a transdisciplinary education for an inventive producing of being, which configurates the poematic vita. These and other perspectives were used to elaborate the proposal of an autopoietic education of the creator body that Nietzsche considered as the self, and is named in this thesis as corpoema. The autopoietic education of corpoemais thought along the experimentation of autopoiesisin some spheres of existence, in which the esthetics of existence of corpoemais constituted. They are the spheres of experimentation of: vital space occupation, body‟s dynamic of impulses, power relations, affective evaluations, languages of expression, and comprehension of living meanings. In each of these spheres, vital tendencies to be appropriated and difficulties to be overcomed are considered to compose a singular style of corpoema‟s art of living, turning to poeticization of the body and embodiment of poetry. Therefore, concerning the habitation experience, the tendencies for local and global; concerning the body experience, the tendencies for erotic and fraternal impulses; concerning the power relations, the tendencies for emancipation and solidarity; concerning affectivity, the tendencies for ethical dignity and for passional intensity; concerning expressivity, the tendencies for figurative languages and for conceptual discourse; concerning comprehension, the tendencies for deepening and for expanding. Corpoema‟s autopoiesis isthus presented transversally in a genealogical cartography of the subjectification process constituted by these experimentations, guided by the considered perspectives, in the way of seting the corpoema‟s style for this autopoietic esthetics of existence.Submitted by PPGE PPGE (pgedu@ufba.br) on 2015-11-26T15:49:05Z No. of bitstreams: 1 Tese Ivan Maia de Mello.pdf: 2137353 bytes, checksum: c56787d91376923b4874548822cfecf1 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Auxiliadora da Silva Lopes (silopes@ufba.br) on 2015-12-18T13:53:49Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese Ivan Maia de Mello.pdf: 2137353 bytes, checksum: c56787d91376923b4874548822cfecf1 (MD5)Made available in DSpace on 2015-12-18T13:53:49Z (GMT). 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