Frequência de malignidade nas diferentes categorias diagnósticas do Sistema Bethesda para laudos citopatológicos de tireoide: experiência de um centro terciário

• Autor(a) principal: Mathias, Mariana de Jesus Caetano
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26968
• topic: Nódulo de tireoide; Câncer de tireoide; Punção aspirativa; Sistema Bethesda; Citopatológico; Tireoidectomia; Anatomopatológico; Malignidade; Glândula tireóide; Neoplasia da glândula tireoide; Biópsia por agulha; Tireoidectomia; Thyroid nodule; Thyroid cancer; Aspiration puncture; Bethesda system; Cytopathological; Thyroidectomy; Anatomopathological; Malignancy

Os nódulos tireoidianos são frequentes na população geral e, de acordo com estudos de populações residentes em áreas suficientes em iodo, são palpáveis em aproximadamente 4 a 7% das mulheres e em torno de 1% dos homens. A importância clínica da investigação dos nódulos da tireoide recai sobre a necessidade de excluir a possibilidade de câncer da tireoide, que ocorre em 7-15% dos casos dependendo da idade, sexo, história de exposição à radiação, história familiar, dentre outros fatores de risco. Na avaliação diagnóstica dos nódulos tireoidianos, são utilizados a ultrassonografia e a avaliação citopatológica através de material obtido pela punção aspirativa por agulha fina (PAAF). A punção aspirativa por agulha fina é utilizada para diferenciação pré-operatória entre lesões benignas e malignas da tireoide. Nesse sentido, é uma ferramenta útil para distinguir entre pacientes que requerem conduta conservadora ou cirúrgica. Em 2009, foi implantado o Sistema Bethesda para Laudos Citopatológicos de Tireoide (SBLCT) com o objetivo de padronizar a classificação citopatológica, uniformizando diagnóstico e direcionando a conduta nos nódulos de tireoide. Desde sua implementação, surgiram questionamentos sobre o desempenho do SBLCT na definição do risco de malignidade de um nódulo tireoidiano. Portanto, torna-se necessário avaliar a frequência de malignidade do sistema Bethesda na classificação de nódulos tireoidianos em nosso hospital, com objetivo de nortear tomada de decisões frente aos pacientes com nódulos tireoidianos atendidos nesta instituição. O objetivo principal deste estudo é avaliar a frequência de malignidade de cada categoria do Sistema Bethesda em um centro terciário. Trata-se de um estudo retrospectivo, com coleta de dados realizada através da revisão de prontuários. Foram incluídos pacientes que foram submetidos à PAAF de nódulo tireoidiano e tireoidectomia total ou parcial no Hospital Universitário Antônio Pedro no período de 2009 a 2018. Foram coletados dados gerais referentes à população do estudo (idade, sexo, história familiar de câncer de tireoide), tipo de cirurgia (tireoidectomia parcial ou total) e resultados dos exames de ultrassonografia de tireoide (tamanho dos nódulos), exames citopatológicos de nódulos tireoidianos e histopatológico da respectiva tireoidectomia. Foram incluídos 158 pacientes e o resultado do exame citopatológico foi comparado com o diagnóstico histopatológico para o cálculo da frequência de malignidade de cada categoria do SBLCT. A frequência de malignidade para as categorias não diagnóstica, benigna, atipia de significado indeterminado, neoplasia/lesão folicular, suspeito de malignidade e maligno foi de 19,1%, 3,6%, 23,1%, 14,8%, 100% e 100%, respectivamente, o que está de acordo com outros estudos publicados. No caso das categorias indeterminadas devemos também lançar mão de estratégias para otimizar a estratificação do risco de malignidade.