Apresentação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Villela, Adauto Lúcio Caetano
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Rónai
Texto Completo: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/23234
Resumo: Neste número, recebemos contribuições de diferentes gêneros. Além de cinco artigos, apresentamos aqui quatro traduções de textos antigos, uma tradução do português continental para o italiano e, ainda, uma resenha.Os artigos da área de Estudos Clássicos que compõem este volume tratam da recepção dos textos clássicos em autores brasileiros. No primeiro deles, “Raízes Clássicas da Construção da Tópica da Terra Pátria em Cláudio Manuel da Costa”, Carlos Versiani dos Anjos discute o paradoxo do peregrino em sua própria terra, observando, por meio de menções à capitania de Minas Gerais nos poemas do referido poeta do século XVIII, elementos como a contradição entre civilidade e rusticidade, entre a razão arcádica e o amor pela terra natal. Além disso, são apontadas influências, que dizem respeito a tal tema, de autores como Ovídio e Virgílio, na obra de Cláudio Manuel da Costa.Avançando um pouco na linha do tempo, o artigo “Félix ou o anti-Aquiles: diálogos entre Homero e Machado de Assis”, de autoria de Fernando Teixeira e do Prof. Dr. Edson Martins, trata da presença de aspectos da cultura clássica no romance Ressurreição, de Machado de Assis, renomado autor do fim do século XIX. Tendo como pressuposto a discussão de Bakhtin sobre elementos dialógicos, os estudiosos discutem o modo como referências clássicas são apropriadas e ressignificadas na caracterização psicológica de Félix, protagonista desse romance machadiano.Na área de Estudos Tradutórios, Olavo Cordeiro Soares parte das pesquisas e reflexões desenvolvidas em sua monografia de conclusão de curso para classificar os principais tipos de legendas encontrados em videogames e indicar diretrizes para suas traduções no artigo “Os tipos de legendas de jogos: uma proposta de classificação para fins de tradução”. O autor se baseia, para tanto, na Teoria do Escopo e no conceito de Gameplay Experience, oferecendo uma categorização inédita para legendas de games e indicando um ponto de partida para a criação de regras específicas, a serem aproveitadas pela indústria de localização de games e por tradutores profissionais, que levem em conta o objetivo dessas legendas na sua integração com o jogo e com a experiência do usuário final.Em “A tradução dos termos gastronômicos de Tocaia Grande a Showdown”, Renato Gonçalves Peruzzo e Laura de Almeida abordam a questão da tradução, do português para o inglês, de termos da gastronomia baiana no romance de Jorge Amado. Pautando-se na análise dos métodos de tradução aplicados à versão de Tocaia Grande, intitulada Showdown em inglês, os autores investigam possíveis perdas e ganhos para o leitor de língua inglesa quanto a determinados sentidos específicos e à cultura retratada na obra.Encerrando a seção de artigos deste número, trazemos o trabalho de Letícia Campos Resende, “Tradução de variedades linguísticas: uma análise das obras Manual Prático do Ódio e Manuel Pratique de la Haine”. Tendo em vista a questão das variedades linguísticas, um dos grandes desafios linguístico-culturais de muitas traduções literárias, o artigo aponta que a impossibilidade do estabelecimento de correspondências nesses casos leva os tradutores a optarem por tendências ou de estrangeirização ou de domesticação. A fim de identificar a predominância de uma dessas posturas, a autora apresenta uma análise dos procedimentos tradutórios empregados em diálogos do romance Manual Prático do Ódio, de Ferréz, comparativamente às suas traduções para o francês.Na seção de traduções, apresentamos contribuições que, além de versarem sobre assuntos bastante variados, distinguem-se seja quanto à língua do texto traduzido, seja quanto ao seu gênero ou, ainda, quanto à data de sua produção.Em “Plínio o Jovem no debate entre ‘aticismo’ e ‘asianismo’”, o Prof. Dr. João Angelo Oliva Neto apresenta sua tradução da vigésima epístola do primeiro dos doze livros de cartas de Plínio o Jovem (c. 61–c. 114 d.C.). A correspondência trata de uma importante questão retórica para os romanos: a oposição entre a prática oratória dos chamados oradores “aticistas” e “asianistas”. Acompanhada de notas, a tradução é precedida por uma apresentação, que destaca aspectos da obra e vida de Plínio, e um comentário sobre o mencionado debate oratório, que fora tratado não só por autores anteriores a Plínio, como Cícero, mas também contemporâneos a ele, como Quintiliano e Tácito.Já em “O Canto dos Ladrões: tradução e notas d’As Metamorfoses 4.8-22 de Apuleio”, Emerson Cerdas oferece-nos a tradução de um excerto desse romance de Apuleio (c. 125 d.C.–c. 170 d.C.). Intitulado pelo estudioso como “O canto dos ladrões”, o episódio narra o momento em que o personagem principal da obra, Lúcio, a essa altura já metamorfoseado em asno, ouve a narrativa de um grupo de ladinos sobre o assalto outrora realizado. Com intuito de colocar em destaque o caráter paródico com o canto épico presente no texto de Apuleio, o estudioso busca tornar presentes em sua tradução elementos típicos de tal gênero, como vocabulário e tom elevados, e ainda adjetivos hiperbólicos e vocábulos cuja etimologia possa remeter à poesia épica.Em seguida, apresentamos a tradução “Os Hinos de Proclo”, de Pedro Barbieri. Trata-se de tradução poética de uma coletânea feita por Proclo (séc. V d.C.), composta por sete hinos em língua grega, dedicados a deuses com um papel estratégico no imaginário do filósofo neoplatônico. A versão em dodecassílabos, atenta à sonoridade e aos efeitos poéticos do texto grego, é antecedida por uma breve introdução em que se discutem opções tradutórias e ainda aspectos relacionados à função dos hinos e sua performance.A tradução intitulada “Discurso pela gramática: não se deve aprender latim com os gramáticos”, de autoria de Felipe Augusto Neves Silva, traz a público, em português, o primeiro discurso ad Grammaticam de Jacopo Facciolati (1682-1769). Esse é um dos discursos inaugurais feitos pelo, assim chamado, “paduano”, dedicados a cada uma das disciplinas comumente ensinadas no Seminário de Pádua a sua época. Neste caso, como adianta o título da tradução, Facciolati dedica-se a discutir o ensino da gramática, argumentando acerca do tratamento que os gramáticos haviam dado a tal matéria e da necessidade de os discípulos se familiarizarem com os oradores e poetas latinos.Completando as traduções apresentadas neste volume, temos “Inventare una pelle per tutto: traduzione italiana di un estratto de Cujo, di Nuno Ramos”. Como o próprio título já indica, trata-se de uma tradução do português para o italiano, realizada por Irma Caputo, de um trecho do livro Cujo, do lisboeta Nuno Ramos (1993). Este trabalho leva em consideração uma análise dos elementos formais percebidos pela tradutora na prosa poética do autor, bem como um estilo de escrita que reflete a interseção do autor com artes plásticas.Por fim, concluindo as contribuições para este volume, apresentamos a resenha, em língua inglesa, do Prof. Dr. Rodrigo Pinto de Brito ao livro de Jean-Baptiste Gourinat L’étique du stoïcien Hiéroclès, publicado em 2016.Mais uma vez, desejamos a todos uma boa leitura. Os EditoresCarol Martins da RochaAdauto Lúcio Caetano Villela
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Além disso, são apontadas influências, que dizem respeito a tal tema, de autores como Ovídio e Virgílio, na obra de Cláudio Manuel da Costa.Avançando um pouco na linha do tempo, o artigo “Félix ou o anti-Aquiles: diálogos entre Homero e Machado de Assis”, de autoria de Fernando Teixeira e do Prof. Dr. Edson Martins, trata da presença de aspectos da cultura clássica no romance Ressurreição, de Machado de Assis, renomado autor do fim do século XIX. Tendo como pressuposto a discussão de Bakhtin sobre elementos dialógicos, os estudiosos discutem o modo como referências clássicas são apropriadas e ressignificadas na caracterização psicológica de Félix, protagonista desse romance machadiano.Na área de Estudos Tradutórios, Olavo Cordeiro Soares parte das pesquisas e reflexões desenvolvidas em sua monografia de conclusão de curso para classificar os principais tipos de legendas encontrados em videogames e indicar diretrizes para suas traduções no artigo “Os tipos de legendas de jogos: uma proposta de classificação para fins de tradução”. O autor se baseia, para tanto, na Teoria do Escopo e no conceito de Gameplay Experience, oferecendo uma categorização inédita para legendas de games e indicando um ponto de partida para a criação de regras específicas, a serem aproveitadas pela indústria de localização de games e por tradutores profissionais, que levem em conta o objetivo dessas legendas na sua integração com o jogo e com a experiência do usuário final.Em “A tradução dos termos gastronômicos de Tocaia Grande a Showdown”, Renato Gonçalves Peruzzo e Laura de Almeida abordam a questão da tradução, do português para o inglês, de termos da gastronomia baiana no romance de Jorge Amado. Pautando-se na análise dos métodos de tradução aplicados à versão de Tocaia Grande, intitulada Showdown em inglês, os autores investigam possíveis perdas e ganhos para o leitor de língua inglesa quanto a determinados sentidos específicos e à cultura retratada na obra.Encerrando a seção de artigos deste número, trazemos o trabalho de Letícia Campos Resende, “Tradução de variedades linguísticas: uma análise das obras Manual Prático do Ódio e Manuel Pratique de la Haine”. Tendo em vista a questão das variedades linguísticas, um dos grandes desafios linguístico-culturais de muitas traduções literárias, o artigo aponta que a impossibilidade do estabelecimento de correspondências nesses casos leva os tradutores a optarem por tendências ou de estrangeirização ou de domesticação. A fim de identificar a predominância de uma dessas posturas, a autora apresenta uma análise dos procedimentos tradutórios empregados em diálogos do romance Manual Prático do Ódio, de Ferréz, comparativamente às suas traduções para o francês.Na seção de traduções, apresentamos contribuições que, além de versarem sobre assuntos bastante variados, distinguem-se seja quanto à língua do texto traduzido, seja quanto ao seu gênero ou, ainda, quanto à data de sua produção.Em “Plínio o Jovem no debate entre ‘aticismo’ e ‘asianismo’”, o Prof. Dr. João Angelo Oliva Neto apresenta sua tradução da vigésima epístola do primeiro dos doze livros de cartas de Plínio o Jovem (c. 61–c. 114 d.C.). A correspondência trata de uma importante questão retórica para os romanos: a oposição entre a prática oratória dos chamados oradores “aticistas” e “asianistas”. Acompanhada de notas, a tradução é precedida por uma apresentação, que destaca aspectos da obra e vida de Plínio, e um comentário sobre o mencionado debate oratório, que fora tratado não só por autores anteriores a Plínio, como Cícero, mas também contemporâneos a ele, como Quintiliano e Tácito.Já em “O Canto dos Ladrões: tradução e notas d’As Metamorfoses 4.8-22 de Apuleio”, Emerson Cerdas oferece-nos a tradução de um excerto desse romance de Apuleio (c. 125 d.C.–c. 170 d.C.). Intitulado pelo estudioso como “O canto dos ladrões”, o episódio narra o momento em que o personagem principal da obra, Lúcio, a essa altura já metamorfoseado em asno, ouve a narrativa de um grupo de ladinos sobre o assalto outrora realizado. Com intuito de colocar em destaque o caráter paródico com o canto épico presente no texto de Apuleio, o estudioso busca tornar presentes em sua tradução elementos típicos de tal gênero, como vocabulário e tom elevados, e ainda adjetivos hiperbólicos e vocábulos cuja etimologia possa remeter à poesia épica.Em seguida, apresentamos a tradução “Os Hinos de Proclo”, de Pedro Barbieri. Trata-se de tradução poética de uma coletânea feita por Proclo (séc. V d.C.), composta por sete hinos em língua grega, dedicados a deuses com um papel estratégico no imaginário do filósofo neoplatônico. A versão em dodecassílabos, atenta à sonoridade e aos efeitos poéticos do texto grego, é antecedida por uma breve introdução em que se discutem opções tradutórias e ainda aspectos relacionados à função dos hinos e sua performance.A tradução intitulada “Discurso pela gramática: não se deve aprender latim com os gramáticos”, de autoria de Felipe Augusto Neves Silva, traz a público, em português, o primeiro discurso ad Grammaticam de Jacopo Facciolati (1682-1769). Esse é um dos discursos inaugurais feitos pelo, assim chamado, “paduano”, dedicados a cada uma das disciplinas comumente ensinadas no Seminário de Pádua a sua época. Neste caso, como adianta o título da tradução, Facciolati dedica-se a discutir o ensino da gramática, argumentando acerca do tratamento que os gramáticos haviam dado a tal matéria e da necessidade de os discípulos se familiarizarem com os oradores e poetas latinos.Completando as traduções apresentadas neste volume, temos “Inventare una pelle per tutto: traduzione italiana di un estratto de Cujo, di Nuno Ramos”. Como o próprio título já indica, trata-se de uma tradução do português para o italiano, realizada por Irma Caputo, de um trecho do livro Cujo, do lisboeta Nuno Ramos (1993). Este trabalho leva em consideração uma análise dos elementos formais percebidos pela tradutora na prosa poética do autor, bem como um estilo de escrita que reflete a interseção do autor com artes plásticas.Por fim, concluindo as contribuições para este volume, apresentamos a resenha, em língua inglesa, do Prof. Dr. Rodrigo Pinto de Brito ao livro de Jean-Baptiste Gourinat L’étique du stoïcien Hiéroclès, publicado em 2016.Mais uma vez, desejamos a todos uma boa leitura. Os EditoresCarol Martins da RochaAdauto Lúcio Caetano VillelaUniversidade Federal de Juiz de Fora2017-12-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/23234Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios; Vol. 5 No. 2 (2017); 1-3Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios; v. 5 n. 2 (2017); 1-32318-3446reponame:Rónaiinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFporhttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/23234/12848Copyright (c) 2017 Adauto Lúcio Caetano Villelainfo:eu-repo/semantics/openAccessVillela, Adauto Lúcio Caetano2019-11-27T16:51:01Zoai:periodicos.ufjf.br:article/23234Revistahttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ronaiPUBhttps://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/oairevistaronai@gmail.comhttps://doi.org/10.34019/2318-34462318-34462318-3446opendoar:2024-05-03T12:01:00.601728Rónai - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)true
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Além disso, são apontadas influências, que dizem respeito a tal tema, de autores como Ovídio e Virgílio, na obra de Cláudio Manuel da Costa.Avançando um pouco na linha do tempo, o artigo “Félix ou o anti-Aquiles: diálogos entre Homero e Machado de Assis”, de autoria de Fernando Teixeira e do Prof. Dr. Edson Martins, trata da presença de aspectos da cultura clássica no romance Ressurreição, de Machado de Assis, renomado autor do fim do século XIX. Tendo como pressuposto a discussão de Bakhtin sobre elementos dialógicos, os estudiosos discutem o modo como referências clássicas são apropriadas e ressignificadas na caracterização psicológica de Félix, protagonista desse romance machadiano.Na área de Estudos Tradutórios, Olavo Cordeiro Soares parte das pesquisas e reflexões desenvolvidas em sua monografia de conclusão de curso para classificar os principais tipos de legendas encontrados em videogames e indicar diretrizes para suas traduções no artigo “Os tipos de legendas de jogos: uma proposta de classificação para fins de tradução”. O autor se baseia, para tanto, na Teoria do Escopo e no conceito de Gameplay Experience, oferecendo uma categorização inédita para legendas de games e indicando um ponto de partida para a criação de regras específicas, a serem aproveitadas pela indústria de localização de games e por tradutores profissionais, que levem em conta o objetivo dessas legendas na sua integração com o jogo e com a experiência do usuário final.Em “A tradução dos termos gastronômicos de Tocaia Grande a Showdown”, Renato Gonçalves Peruzzo e Laura de Almeida abordam a questão da tradução, do português para o inglês, de termos da gastronomia baiana no romance de Jorge Amado. Pautando-se na análise dos métodos de tradução aplicados à versão de Tocaia Grande, intitulada Showdown em inglês, os autores investigam possíveis perdas e ganhos para o leitor de língua inglesa quanto a determinados sentidos específicos e à cultura retratada na obra.Encerrando a seção de artigos deste número, trazemos o trabalho de Letícia Campos Resende, “Tradução de variedades linguísticas: uma análise das obras Manual Prático do Ódio e Manuel Pratique de la Haine”. Tendo em vista a questão das variedades linguísticas, um dos grandes desafios linguístico-culturais de muitas traduções literárias, o artigo aponta que a impossibilidade do estabelecimento de correspondências nesses casos leva os tradutores a optarem por tendências ou de estrangeirização ou de domesticação. A fim de identificar a predominância de uma dessas posturas, a autora apresenta uma análise dos procedimentos tradutórios empregados em diálogos do romance Manual Prático do Ódio, de Ferréz, comparativamente às suas traduções para o francês.Na seção de traduções, apresentamos contribuições que, além de versarem sobre assuntos bastante variados, distinguem-se seja quanto à língua do texto traduzido, seja quanto ao seu gênero ou, ainda, quanto à data de sua produção.Em “Plínio o Jovem no debate entre ‘aticismo’ e ‘asianismo’”, o Prof. Dr. João Angelo Oliva Neto apresenta sua tradução da vigésima epístola do primeiro dos doze livros de cartas de Plínio o Jovem (c. 61–c. 114 d.C.). A correspondência trata de uma importante questão retórica para os romanos: a oposição entre a prática oratória dos chamados oradores “aticistas” e “asianistas”. Acompanhada de notas, a tradução é precedida por uma apresentação, que destaca aspectos da obra e vida de Plínio, e um comentário sobre o mencionado debate oratório, que fora tratado não só por autores anteriores a Plínio, como Cícero, mas também contemporâneos a ele, como Quintiliano e Tácito.Já em “O Canto dos Ladrões: tradução e notas d’As Metamorfoses 4.8-22 de Apuleio”, Emerson Cerdas oferece-nos a tradução de um excerto desse romance de Apuleio (c. 125 d.C.–c. 170 d.C.). Intitulado pelo estudioso como “O canto dos ladrões”, o episódio narra o momento em que o personagem principal da obra, Lúcio, a essa altura já metamorfoseado em asno, ouve a narrativa de um grupo de ladinos sobre o assalto outrora realizado. Com intuito de colocar em destaque o caráter paródico com o canto épico presente no texto de Apuleio, o estudioso busca tornar presentes em sua tradução elementos típicos de tal gênero, como vocabulário e tom elevados, e ainda adjetivos hiperbólicos e vocábulos cuja etimologia possa remeter à poesia épica.Em seguida, apresentamos a tradução “Os Hinos de Proclo”, de Pedro Barbieri. Trata-se de tradução poética de uma coletânea feita por Proclo (séc. V d.C.), composta por sete hinos em língua grega, dedicados a deuses com um papel estratégico no imaginário do filósofo neoplatônico. A versão em dodecassílabos, atenta à sonoridade e aos efeitos poéticos do texto grego, é antecedida por uma breve introdução em que se discutem opções tradutórias e ainda aspectos relacionados à função dos hinos e sua performance.A tradução intitulada “Discurso pela gramática: não se deve aprender latim com os gramáticos”, de autoria de Felipe Augusto Neves Silva, traz a público, em português, o primeiro discurso ad Grammaticam de Jacopo Facciolati (1682-1769). Esse é um dos discursos inaugurais feitos pelo, assim chamado, “paduano”, dedicados a cada uma das disciplinas comumente ensinadas no Seminário de Pádua a sua época. Neste caso, como adianta o título da tradução, Facciolati dedica-se a discutir o ensino da gramática, argumentando acerca do tratamento que os gramáticos haviam dado a tal matéria e da necessidade de os discípulos se familiarizarem com os oradores e poetas latinos.Completando as traduções apresentadas neste volume, temos “Inventare una pelle per tutto: traduzione italiana di un estratto de Cujo, di Nuno Ramos”. Como o próprio título já indica, trata-se de uma tradução do português para o italiano, realizada por Irma Caputo, de um trecho do livro Cujo, do lisboeta Nuno Ramos (1993). Este trabalho leva em consideração uma análise dos elementos formais percebidos pela tradutora na prosa poética do autor, bem como um estilo de escrita que reflete a interseção do autor com artes plásticas.Por fim, concluindo as contribuições para este volume, apresentamos a resenha, em língua inglesa, do Prof. Dr. Rodrigo Pinto de Brito ao livro de Jean-Baptiste Gourinat L’étique du stoïcien Hiéroclès, publicado em 2016.Mais uma vez, desejamos a todos uma boa leitura. Os EditoresCarol Martins da RochaAdauto Lúcio Caetano Villela
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