Relações entre comprometimento cognitivo, sintomas depressivos e prejuízo funcional no envelhecimento normal e patológico

• Autor(a) principal: Jonas Jardim de Paula
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/40425; https://orcid.org/0000-0001-5530-2346
• topic: Depressão; Doença de Alzheimer; Disfunção Cognitiva; Envelhecimento Cognitivo; Atividades Cotidianas; Depressão; Doença de Alzheimer; Disfunção Cognitiva; Envelhecimento Cognitivo; Atividades Cotidianas

A presença de comprometimento cognitivo e sintomas depressivos em idosos é comumente associada a piores desfechos funcionais, como a realização de atividades de vida diária (AVDs). A perda de autonomia em sua realização leva às limitações funcionais ou incapacidade funcional. Transtornos cognitivos no idoso como o comprometimento cognitivo leve (CCL) e a demência por doença de Alzheimer (DA) cursam com o comprometimento progressivo dos recursos cognitivos, reduzindo as competências disponíveis ao sujeito para lidar com diferentes pressões ambientais. Nesse contexto o presente trabalho visa investigar a contribuição de diferentes aspectos da cognição e da presença de sintomas depressivos para os desfechos funcionais em idosos. Ao longo de cinco estudos foram avaliados 274 idosos e desenvolvemos medidas mais específicas para diferentes aspectos das AVDs (Autocuidado, Complexas e Domésticas) e para cognição (funções executivas, memória episódica, linguagem/memória semântica e habilidades visioespaciais), validando as medidas e propondo pontos de corte para uso clínico. Por meio de análises de variância e regressão concluímos nos estudos que os fatores cognitivos contribuem para os desfechos funcionais em AVDs Domésticas e Complexas, explicando 19% e 28% de variância explicada nesses modelos. Enquanto as Funções Executivas e a Memória Episódica contribuem para esses dois grupos de atividades a Linguagem/Memória Semântica se associa apenas às AVDs Complexas. Os sintomas depressivos exercem efeito moderador sobre o desempenho funcional apenas nas AVDs Complexas. Uma análise pormenorizada dessas atividades sugere que cada uma envolve um conjunto específico de preditores cognitivos e comportamentais diferentes, que explicam entre 22 e 28% de variância das AVDs Domésticas e entre 30 a 38% das AVDs Complexas. Maior intensidade dos sintomas de humor se relacionaram a maior prejuízo funcional em atividades que dependam de contato social. Resultados complementares indicam ainda uma associação da destreza motora fina com a autonomia em AVDs de Autocuidado nos pacientes com DA. Em um acompanhamento longitudinal de aproximadamente um ano, a Linguagem/Memória Semântica foi preditora de mudanças funcionais em AVDs Complexas, as Funções Executivas de mudanças em AVDs Domésticas e as Habilidades Visioespaciais nas AVDs de Autocuidado. Os resultados contribuem para o desenvolvimento de modelos preditivos: sabendo quais fatores contribuem para a realização de cada AVD pode-se estimar quais serão os déficits funcionais apresentados pelo sujeito em uma perspectiva longitudinal, permitindo a adoção precoce de rotinas de reabilitação específicas para o perfil funcional dos pacientes.