" É diferente, mas tem muita coisa igual": diálogos com a clínica da atividade a partir de uma pesquisa com profissionais de recursos humanos

• Autor(a) principal: Ana Paula de Castro Almeida
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/30122
• topic: Clínica da atividade; Instrução ao sósia; Recursos humanos

Ao longo dos anos, as mudanças ocorridas no Brasil impulsionaram as empresas a alterarem, significativamente, a forma de gerir seus empregados, sendo necessário focar ainda mais no desenvolvimento de políticas e práticas de gestão de pessoas. Por conseguinte, a atuação dos profissionais de Recursos Humanos sofreu profundas transformações, sendo preciso adaptar seu perfil e suas atividades, frente às novas demandas. Essa nova forma de atuação, como parte integrante da gestão estratégica do negócio, traz consigo uma série de impasses e dificuldades para esses profissionais. Sem encontrar espaço em suas empresas para partilhá-los, procuram por grupos autônomos formados por colegas de profissão, que possibilitam o compartilhamento dessas experiências. Todavia, estes encontros, especialmente no caso do grupo que foi objeto de estudo nesta dissertação - Grupo de Profissionais de Recursos Humanos (GPRH) - ocorrem em formato de reunião, com uma programação definida e uma carga horária limitada, dificultando que essas trocas ocorram de maneira mais aprofundada. A proposta deste estudo consistiu, portanto, em oferecer, a partir dos recursos teóricos e metodológicos propostos pela clínica da atividade, um espaço a alguns integrantes do GPRH, que se dispuseram a participar da nossa pesquisa, para que esse compartilhamento aprofundado se tornasse possível e, com isso, provocar efeitos transformadores e benéficos em suas atividades. As confrontações com os colegas de profissão, oriundas do instrumento metodológico utilizado, a instrução ao sósia, colocaram em circulação as dificuldades e os impedimentos presentes em seu cotidiano laboral, além de fazer emergir a forma como cada um lida com essas situações. Isso resultou no aperfeiçoamento de suas práticas a partir de seus questionamentos sobre as maneiras de falar, sentir e de executar suas atividades, que embora nem sempre explícitas, estão consolidadas em seu meio profissional. Essa possibilidade de desenvolvimento de parte das dimensões que compõem seu ofício fez com que esses profissionais estendessem seu raio de ação sobre suas próprias atividades e seu meio laboral. Conclui-se também que a oportunidade de se encontrarem em um espaço fora dos moldes das reuniões do GPRH e com liberdade de tratar qualquer tema em torno do seu contexto profissional foram essenciais para o estabelecimento de laços de confiança entre eles, tão fundamentais para fazer emergir o real da atividade e a contribuição estilística de cada um.