“Nenhum problema tem solução” : uma adaptação crítico-criativa do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, para o mundo virtual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BARROS, Camylla Herculano de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38150
Resumo: Esta dissertação pretende discutir o diálogo entre a literatura e as novas tecnologias,traçando um caminho histórico do Livro do Desassossego - assinado por Bernardo Soares e Vicente Guedes, semi-heterônimos de Fernando Pessoa, publicado pela primeira vez em 1982 por Jacinto do Prado Coelho, e aqui analisado na sua estrutura fragmentária protohipertextual, que entendemos como precursora do “hipertexto” até a sua versão como arquivo digital, lançada em 2018 pela equipa liderada pelo Professor Doutor Manuel Portela, da Universidade de Coimbra, denominada Arquivo LdoD — Nenhum problema tem solução. Procuramos analisar como a forma do livro impresso, tal como foi concebido pelo autor, em seu inacabamento e abertura, já apontava para uma forma diferenciada de leitura, que viria a se configurar com o advento da internet, prenunciando a sua futura existência – e permanência – não apenas num novo suporte, mas numa nova realidade: a realidade virtual. Este termo, que implica um paradoxo – proposição cara a Fernando Pessoa – tem na sua interpretação por Pierre Lévy um componente fundamental à poética pessoana: a ideia de que o virtual não se opõe ao real, mas ao atual. Ou seja, virtual é tudo o que pode vir a ser; é tudo o que já existe em potência, embora ainda não necessariamente em materialidade. O caráter virtual do Livro do Desassossego é notório em toda a sua trajetória, tendo sido elaborado como um projeto futuro ao longo da vida do poeta, redigido em variados suportes do seu cotidiano (folhas, papeis, guardanapos) à medida que as ideias lhe ocorriam, guardados esses fragmentos heterogêneos na famosa arca de seus escritos, muitos identificados e datados, outros não, e recolhidos por pesquisadores e filólogos décadas depois da sua morte em 1935, alcançando uma primeira materialidade “Livro” na sua primeira edição impressa em 1982. Desde então, várias edições do Livro do Desassossego foram surgindo, cada uma diferente da outra, todas dialogando e disputando entre si como o famoso quarteto heteronímico já encenava, bem humoradamente, em seus textos críticos e analíticos da poesia pessoana. A mais recente e ambiciosa versão do “Livro”, que inaugura sua existência como objeto digital, toma a forma de um imenso arquivo que compila, analisa, compara e disponibiliza o material já existente, não apenas os fac-símiles dos fragmentos pessoanos originais, que serviram aos pesquisadores para a montagem das diversas edições impressas, mas também os textos integrais dessas edições, arriscando ainda novas aberturas que projetam para o público leitor anônimo a possibilidade de conceber suas próprias versões desassossegadas da obra.
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Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38150Esta dissertação pretende discutir o diálogo entre a literatura e as novas tecnologias,traçando um caminho histórico do Livro do Desassossego - assinado por Bernardo Soares e Vicente Guedes, semi-heterônimos de Fernando Pessoa, publicado pela primeira vez em 1982 por Jacinto do Prado Coelho, e aqui analisado na sua estrutura fragmentária protohipertextual, que entendemos como precursora do “hipertexto” até a sua versão como arquivo digital, lançada em 2018 pela equipa liderada pelo Professor Doutor Manuel Portela, da Universidade de Coimbra, denominada Arquivo LdoD — Nenhum problema tem solução. Procuramos analisar como a forma do livro impresso, tal como foi concebido pelo autor, em seu inacabamento e abertura, já apontava para uma forma diferenciada de leitura, que viria a se configurar com o advento da internet, prenunciando a sua futura existência – e permanência – não apenas num novo suporte, mas numa nova realidade: a realidade virtual. Este termo, que implica um paradoxo – proposição cara a Fernando Pessoa – tem na sua interpretação por Pierre Lévy um componente fundamental à poética pessoana: a ideia de que o virtual não se opõe ao real, mas ao atual. Ou seja, virtual é tudo o que pode vir a ser; é tudo o que já existe em potência, embora ainda não necessariamente em materialidade. O caráter virtual do Livro do Desassossego é notório em toda a sua trajetória, tendo sido elaborado como um projeto futuro ao longo da vida do poeta, redigido em variados suportes do seu cotidiano (folhas, papeis, guardanapos) à medida que as ideias lhe ocorriam, guardados esses fragmentos heterogêneos na famosa arca de seus escritos, muitos identificados e datados, outros não, e recolhidos por pesquisadores e filólogos décadas depois da sua morte em 1935, alcançando uma primeira materialidade “Livro” na sua primeira edição impressa em 1982. Desde então, várias edições do Livro do Desassossego foram surgindo, cada uma diferente da outra, todas dialogando e disputando entre si como o famoso quarteto heteronímico já encenava, bem humoradamente, em seus textos críticos e analíticos da poesia pessoana. A mais recente e ambiciosa versão do “Livro”, que inaugura sua existência como objeto digital, toma a forma de um imenso arquivo que compila, analisa, compara e disponibiliza o material já existente, não apenas os fac-símiles dos fragmentos pessoanos originais, que serviram aos pesquisadores para a montagem das diversas edições impressas, mas também os textos integrais dessas edições, arriscando ainda novas aberturas que projetam para o público leitor anônimo a possibilidade de conceber suas próprias versões desassossegadas da obra.FACEPEThis dissertation intends to discuss the dialogue between literature and new technologies, tracing a historical path of the Book of Disquiet - signed by Bernardo Soares and Vicente Guedes, Fernando Pessoa's semi-heteronyms, first published in 1982 by Jacinto do Prado Coelho, and analyzed here in its fragmentary protohipertextual structure, which we understand as the precursor of “hypertext” - until its version as a digital file, launched in 2018 by the team led by Professor Doctor Manuel Portela, from the University of Coimbra, called LdoD ¬ file - No problem has a solution. We tried to analyze how the shape of the printed book, as it was conceived by the author, in its unfinished and openness, already pointed to a different way of reading, which would be configured with the advent of the internet, foreshadowing its future existence - and permanence - not just in a new medium, but in a new reality: virtual reality. This term, which implies a paradox - a proposition dear to Fernando Pessoa - has, in its interpretation by Pierre Lévy, a fundamental component to the Pessoa's poetics: the idea that the virtual is not opposed to the real, but to the current. In other words, virtual is everything it can become; it is everything that already exists in potential, although not necessarily in materiality. The virtual character of the Book of Disquiet is notorious throughout its trajectory, having been elaborated as a future project throughout the life of the poet, written in various supports of his daily life (sheets, papers, napkins) as ideas occurred to him , these heterogeneous fragments kept in the famous ark of his writings, many identified and dated, others not, and collected by researchers and philologists decades after his death in 1935, reaching a first materiality "Book" in its first printed edition in 1982. Since then, several editions of the Book of Disquiet emerged, each one different from the other, all dialoguing and disputing with each other as the famous heteronymic quartet already staged, humorously, in his critical and analytical texts of Pessoa‘s poetry. The most recent and ambitious version of the “Book”, which inaugurates its existence as a digital object, takes the form of an immense archive that compiles, analyzes, compares and makes available the existing material, not just the facsimiles of the original Pessoa‘s fragments, which served the researchers to assemble the various printed editions, but also the full texts of these editions, risking new openings that project for the anonymous reading public the possibility of conceiving their own disquiet versions of the poet‘s Book.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessFernando PessoaLivro do DesassossegoLiteratura EletrônicaArquivo LdoDManuel Portela“Nenhum problema tem solução” : uma adaptação crítico-criativa do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, para o mundo virtualinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Camylla Herculano Cabral de Barros.pdfDISSERTAÇÃO Camylla Herculano Cabral de Barros.pdfapplication/pdf3763454https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38150/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Camylla%20Herculano%20Cabral%20de%20Barros.pdf5d5574b48ecad54dce15b393af2764bbMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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