Avaliação do procedimento de intubação traqueal em unidades de referência de terapia intensiva pediátricas e neonatais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bonow, Fernanda Paiva
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Piva, Jefferson Pedro, Garcia, Pedro Celiny Ramos, Eckert, Guilherme Unchalo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/56224
Resumo: Objetivo: Descrever a taxa de sucesso e os fenômenos associados ao procedimento de intubação traqueal em duas unidades de terapia intensiva neonatais e duas pediátricas de Porto Alegre. Métodos: Estudo transversal, com etapas retrospectiva e prospectiva, em que foram avaliadas todas as intubações ocorridas durante 6 meses em quatro unidades selecionadas. Realizou-se revisão padronizada de prontuários e entrevista com os médicos responsáveis, para caracterizar o procedimento de intubação. Utilizou-se o teste t para variáveis contínuas com distribuição normal, Mann-Whitney para distribui ção assimétrica e o qui-quadrado para variáveis categóricas, com p < 0,05 para comparações entre as unidades. Resultados: Dos 134 procedimentos pediátricos, foram utilizados, respectivamente, sedativos e relaxantes musculares em 89,5 e 3% dos casos contra 24 e 0,9% dos 116 procedimentos neonatais (p < 0,001). Apenas 53,7% das crianças e 31,9% dos recém-nascidos apresentavam relaxamento muscular adequado no momento da intubação. As crian- ças inadequadamente relaxadas necessitaram mais tentativas de intuba ção (2,4±1,3 contra 1,7±1,2; p = 0,001), apresentaram mais hipoxemia (20,9% contra 5,5%; p = 0,015) e mais dificuldade para intubação (54,8% versus 25%; p < 0,001). Entre os recém-nascidos inadequadamente relaxados, havia mais casos de urgência e foram necessárias mais tentativas de intubação (2±1,2 versus 1,5±0,9; p = 0,036). Observaram-se dificuldades e complicações em, respectivamente, 38,8 e 28,3% das intubações pediátricas contra 29 e 12% das neonatais. Conclusões: Observa-se uma grande variabilidade no procedimento de intubação traqueal nas unidades estudadas, sendo marcante o uso infreqüente de relaxantes musculares. O inadequado relaxamento muscular neste procedimento se associa a maior dificuldade, maior número de tentativas de intubação e maior incidência de hipoxemia.
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Resultados: Dos 134 procedimentos pediátricos, foram utilizados, respectivamente, sedativos e relaxantes musculares em 89,5 e 3% dos casos contra 24 e 0,9% dos 116 procedimentos neonatais (p < 0,001). Apenas 53,7% das crianças e 31,9% dos recém-nascidos apresentavam relaxamento muscular adequado no momento da intubação. As crian- ças inadequadamente relaxadas necessitaram mais tentativas de intuba ção (2,4±1,3 contra 1,7±1,2; p = 0,001), apresentaram mais hipoxemia (20,9% contra 5,5%; p = 0,015) e mais dificuldade para intubação (54,8% versus 25%; p < 0,001). Entre os recém-nascidos inadequadamente relaxados, havia mais casos de urgência e foram necessárias mais tentativas de intubação (2±1,2 versus 1,5±0,9; p = 0,036). Observaram-se dificuldades e complicações em, respectivamente, 38,8 e 28,3% das intubações pediátricas contra 29 e 12% das neonatais. Conclusões: Observa-se uma grande variabilidade no procedimento de intubação traqueal nas unidades estudadas, sendo marcante o uso infreqüente de relaxantes musculares. O inadequado relaxamento muscular neste procedimento se associa a maior dificuldade, maior número de tentativas de intubação e maior incidência de hipoxemia.Objective: To describe intubation procedures in two pediatric and two neonatal intensive care units in the city of Porto Alegre. Methods: Cross-sectional study divided into a retrospective and a prospective phase. All intubations performed in these units during a 6- month period were considered. Data were collected by interviewing the physician responsible for the procedure and reviewing the patients. charts, including drugs administered, sedation status, number of attempts, difficulties and complications during the procedure. Data were analyzed using the t test and the Mann-Whitney test for continuous variables and the chi-square test for categorical variables, considering a p < 0.05. Results: Sedatives were administered in 89.5% of the 134 pediatric procedures and 24% of the 116 neonatal procedures (p < 0.001). Muscle relaxants were prescribed for 3% of the children and 0.9% of the neonates. Only 53.7% of the children and 31.9% of the neonates were considered as adequately relaxed. The children who were inadequately relaxed had more intubations attempts (2.4±1.3 vs 1.7±1.2 p = 0.001), became more hypoxemic (20.9 vs 5.5% p = 0.015) and were more difficult to intubate (54.8 vs 25% p < 0.001). There were more urgent cases and more intubations attempts (2±1.2 vs 1.5±0.9 p = 0.036) among the inadequately relaxed neonates. Difficulties and complications occurred in 38.8 and 28.3% of the pediatric cases and 29 and 12% of the neonatal cases, respectively. Conclusions: There was no established routine for intubation procedures in the units studied, and the use of muscle relaxants was not usual. The absence of adequate muscle relaxation is associated with more intubation attempts, difficulties and hypoxemia during the intubation procedure.application/pdfporJornal de pediatria. Rio de Janeiro. Vol. 80, n. 5 (2004), p. 355-362Intubacao traquealUnidades de terapia intensiva neonatalTracheal intubationPediatricsSedativesMuscle relaxantNeonateRespiratory failureAvaliação do procedimento de intubação traqueal em unidades de referência de terapia intensiva pediátricas e neonataisAssessment of intubation procedures at reference pediatric and neonatal intensive care units info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000509178.pdf000509178.pdfTexto completoapplication/pdf149616http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56224/1/000509178.pdf311bb3ca133d32d6ad42a0a08d482a0cMD51000509178-02.pdf000509178-02.pdfTexto completo (inglês)application/pdf147267http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56224/2/000509178-02.pdf27a47c96a7444ce56cc455f4f922be14MD52TEXT000509178-02.pdf.txt000509178-02.pdf.txtExtracted Texttext/plain37147http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56224/3/000509178-02.pdf.txt0940ac45d5380d7db8d0da8029033beaMD53000509178.pdf.txt000509178.pdf.txtExtracted Texttext/plain41018http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56224/4/000509178.pdf.txtda8d739b9f5d8a7b36502e1aa16ffeeaMD54THUMBNAIL000509178.pdf.jpg000509178.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1815http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56224/5/000509178.pdf.jpg14f58a8299344bd56f800aa0311af4fbMD55000509178-02.pdf.jpg000509178-02.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1588http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56224/6/000509178-02.pdf.jpgd9dd85ea477bb27fff7715b6cd3df7f7MD5610183/562242023-10-08 03:33:12.580714oai:www.lume.ufrgs.br:10183/56224Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-10-08T06:33:12Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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