Colégio estadual Japão : etnografia sobre uma escola pública do ensino médio voltado às classes populares na EJA

• Autor(a) principal: Ifarraguirre Neto, Itamar
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/189104
• topic: Educação de jovens e adultos; Ensino médio; Etnografia; Classes populares; Etnografía; Clases populares; Educación de jóvenes y adultos; Colegio Estatal Japón

O tema da pesquisa sobre o qual procurei dedicar-me está situado na área de Educação de Jovens e Adultos e Relações de Classes Populares. Mais especificamente, trata sobre a escolarização destinada às classes populares que incorporam dentro de si realidades de grande vulnerabilidade social, que se reproduzem visivelmente em suas trajetórias escolares e, regularmente, tornam-se várias formas de exclusão. Por um lado, de um mutismo que se confronta “aprender a dizer a sua palavra”; por outro lado, também de uma construção de um sentimento de frustação que interfere diretamente na sociabilidade escolar. Este trabalho tem o objetivo de analisar os efeitos da exclusão social que vivem as/os estudantes que estão cursando o Ensino Médio noturno de uma escola pública de Porto Alegre. As reflexões sobre a prática pedagógica e relações aluno-professor são compreendidas e teorizadas a partir dos estudos de Paulo Freire e outros autores. Quanto à estrutura teórico-metodológica do estudo, abarcando para a coleta de dados, baseia-se nas referenciais da etnografia segundo Minayo. Os procedimentos da produção dos dados etnográficos foram a observação participante, os questionários e a utilização do diário de campo como instrumento de informação e reflexão. De modo geral, o desenvolvimento da investigação da EJA contou com base em três alicerces principais para problematização: a) analisar de que forma as classes populares se inserem nesse contexto escolar; b) captar quais as relações estabelecidas com o conhecimento no ambiente e se/como/quando as/os alunas/os participam da construção do mesmo; c) traçar um perfil socioantropológico das/dos alunas/os da turma T7. Os resultados dos questionários indicam que o público alvo da EJA, corresponde a quem mora em bairros periféricos com trajetórias escolares nas quais são visíveis os processos de exclusão de ensino formal para jovens e adultos populares. Isso porque carrega em si duas causas: as vulnerabilidades sociais de uma escola pública diante da diversidade na turma T7 e, por outro lado; o direito a aprender ao longo da vida, independentemente da faixa etária.