Identificação molecular de espécies comercializadas como “peixe branco” em restaurantes de sushi de Porto Alegre, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Fernanda Almerón de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/212893
Resumo: Com a globalização, a culinária japonesa se popularizou ao redor do mundo, sendo o sushi o seu prato mais emblemático. O Brasil seguiu essa tendência, havendo um aumento na procura por estabelecimentos que tenham sushi em seu cardápio. Estudos ao redor do mundo têm evidenciado que os nomes comerciais de pescado costumam ser genéricos e ambíguos, criando barreiras para que os consumidores possam tomar decisões informadas no momento da compra. A identificação inapropriada tem trazido muitos problemas em relação à venda de pescado, já que diversas vezes as carnes de peixes são comercializadas filetadas, dificultando a identificação taxonômica da espécie comercializada. A nomenclatura “peixe branco” é recorrente em restaurantes de culinária japonesa no Brasil, abrindo espaço para confusões uma vez que informa ao consumidor, apenas, que se trata de um peixe de carne branca. Desta forma, o presente estudo buscou identificar as espécies que estão vendidas como “peixe branco” nos restaurantes de sushi da cidade de Porto Alegre, comparando o nome popular da espécie de peixe informado no ato da compra com a identificação molecular da espécie por meio da técnica de DNA Barcoding. Do total de 124 restaurantes consultados na cidade, 63 locais informaram possuir sushi de “peixe branco” em seu cardápio. Destes, 53 amostras de “peixe branco” dos tipos nigiri, sashimi e hosomaki foram obtidas de 50 restaurantes diferentes por compra direta. As 53 amostras de sushi de “peixe branco” coletadas foram informadas como 8 tipos de peixes diferentes: Prego, Linguado, Tilápia, Meca, Olhete, Namorado, Dourado e Pargo, sendo a grande maioria informada como Prego. Foi possível amplificar e sequenciar 41 amostras com sucesso e todas as sequências obtidas exibiram entre 99% e 100% de identidade e similaridade com seu respectivo melhor resultado em ambos bancos de dados consultados: GenBank–blast e BOLD–Identification System. Do total, 32 amostras foram identificadas de maneira não-ambígua em nove espécies diferentes de peixes ósseos, e sete amostras foram identificadas em nível de gênero. Duas amostras amplificaram o gene homólogo em uma bactéria, sugerindo algum grau de contaminação nas amostras. Os resultados da identificação molecular foram então utilizados para verificar a informação declarada pelos restaurantes. Para oito amostras a espécie identificada não coincidiu com a informação de compra. A taxa de identificação incorreta encontrada neste estudo foi de 20,5%. Ou seja, na cidade de Porto Alegre, um de cada cinco restaurantes de sushi informou incorretamente qual o peixe que está sendo vendido como “peixe branco”.
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A nomenclatura “peixe branco” é recorrente em restaurantes de culinária japonesa no Brasil, abrindo espaço para confusões uma vez que informa ao consumidor, apenas, que se trata de um peixe de carne branca. Desta forma, o presente estudo buscou identificar as espécies que estão vendidas como “peixe branco” nos restaurantes de sushi da cidade de Porto Alegre, comparando o nome popular da espécie de peixe informado no ato da compra com a identificação molecular da espécie por meio da técnica de DNA Barcoding. Do total de 124 restaurantes consultados na cidade, 63 locais informaram possuir sushi de “peixe branco” em seu cardápio. Destes, 53 amostras de “peixe branco” dos tipos nigiri, sashimi e hosomaki foram obtidas de 50 restaurantes diferentes por compra direta. As 53 amostras de sushi de “peixe branco” coletadas foram informadas como 8 tipos de peixes diferentes: Prego, Linguado, Tilápia, Meca, Olhete, Namorado, Dourado e Pargo, sendo a grande maioria informada como Prego. Foi possível amplificar e sequenciar 41 amostras com sucesso e todas as sequências obtidas exibiram entre 99% e 100% de identidade e similaridade com seu respectivo melhor resultado em ambos bancos de dados consultados: GenBank–blast e BOLD–Identification System. Do total, 32 amostras foram identificadas de maneira não-ambígua em nove espécies diferentes de peixes ósseos, e sete amostras foram identificadas em nível de gênero. Duas amostras amplificaram o gene homólogo em uma bactéria, sugerindo algum grau de contaminação nas amostras. Os resultados da identificação molecular foram então utilizados para verificar a informação declarada pelos restaurantes. Para oito amostras a espécie identificada não coincidiu com a informação de compra. A taxa de identificação incorreta encontrada neste estudo foi de 20,5%. Ou seja, na cidade de Porto Alegre, um de cada cinco restaurantes de sushi informou incorretamente qual o peixe que está sendo vendido como “peixe branco”.Following globalization, Japanese cuisine has become popular throughout the world, with sushi being its most emblematic plate. Brazil accompanied this trend, with an increasing interest for places serving sushi in their menus. Studies around the world have shown that the commercial names for fishery products are usually generic and ambiguous, making it difficult for consumers to take informed decisions during purchase. Inappropriate identification has brought many problems to fish trade, since, usually, fish meat is sold in fillets, which complicates proper taxonomic identification of the species being sold. “White fish” is a common nomenclature used by Japanese cuisine restaurants in Brazil, opening the door for confusion, since it only informs that the fish has white flesh. In this study we aimed at identifying the species being sold under the name of “white fish” in sushi restaurants in the city of Porto Alegre, by comparing the species’ common name informed on the act of purchase with the molecular identification of the species based on the DNA Barcoding technique. From a total of 124 establishments consulted in the city, 63 informed to have “white fish” sushi. From those, 53 samples of “white fish” nigiri, sashimi and hosomaki were obtained from 50 different restaurants by direct purchase. The 53 sushi samples collected were informed to belong to eight different fishes: Prego, Linguado, Tilápia, Meca, Olhete, Namorado, Dourado and Pargo, being Prego the most common. 41 samples were successfully amplified and sequenced, showing between 99% and 100% of identity and similarity with its respective best results on both databases used for species identification: GenBank–blast and BOLD–Identification System. In total, 32 samples were unambiguously identified in nine different species of bony fishes, and seven samples were identified at the genus level. For two samples, the homologous bacterial gene was amplified, suggesting some contamination in the samples. For eight samples, the species identified using molecular techniques did not match with the information provided by the establishment. Incorrect identification rate found on this study was of 20,5%. This means that, in the city of Porto Alegre, one in every five sushi places informed incorrectly about the fish being sold as “white fish”.application/pdfporSushiDNAIdentificação molecularRestaurantesPeixe brancoBrasilSushiDNA BarcodeMolecular identificationRestaurantsWhite fishIdentificação molecular de espécies comercializadas como “peixe branco” em restaurantes de sushi de Porto Alegre, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Biologia AnimalPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001110928.pdf.txt001110928.pdf.txtExtracted Texttext/plain91138http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212893/2/001110928.pdf.txtc186e55784c5d3f91f2eb366e5942ca7MD52ORIGINAL001110928.pdfTexto completoapplication/pdf1667435http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212893/1/001110928.pdfa64df33374a51c7551debff1831df60bMD5110183/2128932020-08-15 03:48:21.01744oai:www.lume.ufrgs.br:10183/212893Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-08-15T06:48:21Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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