Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zanon, Pamela
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/249849
Resumo: Introdução. A endometriose é caracterizada pela presença de tecido estromal endometrial fora da cavidade uterina. As células do estroma endometrial humano (hESCs) têm um papel essencial na endometriose, uma vez que essas células podem adquirir um perfil pró-invasivo e pró-inflamatório migrando para regiões extrauterinas. Objetivo. Neste trabalho investigamos a capacidade da angiotensina II (Ang II) de modular o sistema plasminogênio-plasmina em hESCs e contribuir para a proliferação celular, degradação da matriz extracelular e inflamação. Métodos. Os mecanismos reguladores do sistema plasminogênio-plasmina e suas consequências na proliferação celular, sinalização inflamatória e oxidativa foram investigados utilizando hESCs primárias obtidas de pacientes e estimuladas com Ang II in vitro. Resultados. Endopeptidases e aminopeptidases envolvidas no metabolismo da Ang II, bem como a expressão de angiotensinogênio, quimase e do receptor AT1 (AT1R) de Ang II aumentaram significativamente em hESCs após o tratamento com Ang II. De forma similar, as enzimas metabolizadoras de Ang II também foram reguladas positivamente em extratos de útero de ratas espontaneamente hipertensas. Em hESCs, ativadores de plasminogênio tipo tecidual (tPA) e uroquinase (uPA) e o receptor para uPA (uPAR) foram induzidos na presença de Ang II. Esses eventos foram associados a um aumento na geração de plasmina tanto na superfície de hESC quanto no meio acondicionado. Consequentemente, a geração de plasmina induzida por Ang II potencializou a degradação da fibrina e das proteínas de matriz extracelular. Foi também observado um aumento na viabilidade e proliferação das células estimuladas com Ang II, o que se relacionou com um aumento na expressão proteica de fatores de crescimento (EGF e FGF/FGFR) e angiogênese (VEGF). A Ang II modulou a sinalização oxidativa e inflamatória em hESCs, principalmente através da NADPH oxidase e aumento de citocinas como TNFα, IL1β, IL6 e moléculas de adesão envolvidas no rolamento e migração de leucócitos. De forma interessante, o bloqueio do AT1R com losartana diminuiu a geração de plasmina induzida por Ang II e o potencial pró-invasivo das hESCs. Conclusão. Ativadores de plasminogênio aumentaram em hESCs após tratamento com Ang II gerando plasmina ativa e desencadeando vias proliferativas, inflamatórias e pró-oxidativas. O mecanismo foi AT1R dependente e relacionado à degradação da matriz extracelular contribuindo para o perfil invasivo de hESC comumente descrito na endometriose.
id URGS_5dc833ad65e14a6ac878bf98ad028247
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/249849
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Zanon, PamelaOliveira, Markus Berger2022-10-08T05:00:27Z2022http://hdl.handle.net/10183/249849001151646Introdução. A endometriose é caracterizada pela presença de tecido estromal endometrial fora da cavidade uterina. As células do estroma endometrial humano (hESCs) têm um papel essencial na endometriose, uma vez que essas células podem adquirir um perfil pró-invasivo e pró-inflamatório migrando para regiões extrauterinas. Objetivo. Neste trabalho investigamos a capacidade da angiotensina II (Ang II) de modular o sistema plasminogênio-plasmina em hESCs e contribuir para a proliferação celular, degradação da matriz extracelular e inflamação. Métodos. Os mecanismos reguladores do sistema plasminogênio-plasmina e suas consequências na proliferação celular, sinalização inflamatória e oxidativa foram investigados utilizando hESCs primárias obtidas de pacientes e estimuladas com Ang II in vitro. Resultados. Endopeptidases e aminopeptidases envolvidas no metabolismo da Ang II, bem como a expressão de angiotensinogênio, quimase e do receptor AT1 (AT1R) de Ang II aumentaram significativamente em hESCs após o tratamento com Ang II. De forma similar, as enzimas metabolizadoras de Ang II também foram reguladas positivamente em extratos de útero de ratas espontaneamente hipertensas. Em hESCs, ativadores de plasminogênio tipo tecidual (tPA) e uroquinase (uPA) e o receptor para uPA (uPAR) foram induzidos na presença de Ang II. Esses eventos foram associados a um aumento na geração de plasmina tanto na superfície de hESC quanto no meio acondicionado. Consequentemente, a geração de plasmina induzida por Ang II potencializou a degradação da fibrina e das proteínas de matriz extracelular. Foi também observado um aumento na viabilidade e proliferação das células estimuladas com Ang II, o que se relacionou com um aumento na expressão proteica de fatores de crescimento (EGF e FGF/FGFR) e angiogênese (VEGF). A Ang II modulou a sinalização oxidativa e inflamatória em hESCs, principalmente através da NADPH oxidase e aumento de citocinas como TNFα, IL1β, IL6 e moléculas de adesão envolvidas no rolamento e migração de leucócitos. De forma interessante, o bloqueio do AT1R com losartana diminuiu a geração de plasmina induzida por Ang II e o potencial pró-invasivo das hESCs. Conclusão. Ativadores de plasminogênio aumentaram em hESCs após tratamento com Ang II gerando plasmina ativa e desencadeando vias proliferativas, inflamatórias e pró-oxidativas. O mecanismo foi AT1R dependente e relacionado à degradação da matriz extracelular contribuindo para o perfil invasivo de hESC comumente descrito na endometriose.Introduction. Endometriosis is characterized by the presence of endometrial stromal tissue outside the uterine cavity. Human endometrial stromal cells (hESCs) have an essential role in endometriosis since these cells can acquire a pro-invasive and proinflammatory profile by migrating to extrauterine regions. Aim. Here we investigated the ability of angiotensin II (Ang II) to modulate the plasminogen-plasmin system in hESCs and contribute to cell proliferation, matrix degradation and inflammation. Methods. Plasminogen-plasmin regulatory mechanisms and its consequence to cell proliferation, inflammatory and oxidative signaling were studied using primary hESCs obtained from donor patients and stimulated with Ang II in vitro. Results. Endopeptidase and aminopeptidases involved in angiotensin metabolism as well as the expression of angiotensinogen, chymase and AT1 receptor (AT1R) increased significantly in hESCs after Ang II treatment. Accordingly, angiotensin metabolizing enzymes were also up- regulated in uterine extracts from spontaneously hypertensive rats. In hESCs, tissue (tPA)- and urokinase (uPA)- type plasminogen activators and the receptor for uPA (uPAR) were induced in the presence of Ang II. These events were associated with an increased plasmin generation both in hESC surface and conditioned media. Consequently, Ang II-induced plasmin generation enhanced fibrin and matrix protein degradation and also increased hESC viability and proliferation by up-regulating growth factor expression (EGF and FGF/FGFR) andangiogenesis regulation (VEGF). Ang II modulates oxidative and inflammatory signaling in hESCs, mainly through NADPH oxidase and by increasing cytokines such as TNFα, IL1β, IL6and adhesion molecules involved in leukocyte rolling and migration. Interestingly, blocking AT1R with losartan, decreased Ang II-induced plasmin generation and the hESC pro-invasivepotential. Conclusion. Plasminogen activators increased in hESCs upon Ang II treatment generating active plasmin and triggering proliferative, inflammatory and pro-oxidative pathways. The mechanism was AT1R dependent and related to extracellular matrix degradation contributing to hESC invasive profile commonly described in endometriosis.application/pdfporAngiotensina IIEndometriosePlasminogênioInflamaçãoEndometrial cellAngiotensinEndometriosisPlasminPlasminogenInflammationEfeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometrioseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e ObstetríciaPorto Alegre, BR-RS2022mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001151646.pdf.txt001151646.pdf.txtExtracted Texttext/plain98300http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249849/2/001151646.pdf.txtb15d3b17a211b3e19e2a2e64fb949eabMD52ORIGINAL001151646.pdfTexto parcialapplication/pdf1570043http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249849/1/001151646.pdf532c761af32e57901c9660117495bddfMD5110183/2498492023-09-21 03:38:34.32354oai:www.lume.ufrgs.br:10183/249849Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-21T06:38:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
title Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
spellingShingle Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
Zanon, Pamela
Angiotensina II
Endometriose
Plasminogênio
Inflamação
Endometrial cell
Angiotensin
Endometriosis
Plasmin
Plasminogen
Inflammation
title_short Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
title_full Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
title_fullStr Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
title_full_unstemmed Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
title_sort Efeitos da angiotensina II na regulação do sistema plasminogênio-plasmina em células endometriais estromais humanas : possível papel na patogenia da endometriose
author Zanon, Pamela
author_facet Zanon, Pamela
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Zanon, Pamela
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Oliveira, Markus Berger
contributor_str_mv Oliveira, Markus Berger
dc.subject.por.fl_str_mv Angiotensina II
Endometriose
Plasminogênio
Inflamação
topic Angiotensina II
Endometriose
Plasminogênio
Inflamação
Endometrial cell
Angiotensin
Endometriosis
Plasmin
Plasminogen
Inflammation
dc.subject.eng.fl_str_mv Endometrial cell
Angiotensin
Endometriosis
Plasmin
Plasminogen
Inflammation
description Introdução. A endometriose é caracterizada pela presença de tecido estromal endometrial fora da cavidade uterina. As células do estroma endometrial humano (hESCs) têm um papel essencial na endometriose, uma vez que essas células podem adquirir um perfil pró-invasivo e pró-inflamatório migrando para regiões extrauterinas. Objetivo. Neste trabalho investigamos a capacidade da angiotensina II (Ang II) de modular o sistema plasminogênio-plasmina em hESCs e contribuir para a proliferação celular, degradação da matriz extracelular e inflamação. Métodos. Os mecanismos reguladores do sistema plasminogênio-plasmina e suas consequências na proliferação celular, sinalização inflamatória e oxidativa foram investigados utilizando hESCs primárias obtidas de pacientes e estimuladas com Ang II in vitro. Resultados. Endopeptidases e aminopeptidases envolvidas no metabolismo da Ang II, bem como a expressão de angiotensinogênio, quimase e do receptor AT1 (AT1R) de Ang II aumentaram significativamente em hESCs após o tratamento com Ang II. De forma similar, as enzimas metabolizadoras de Ang II também foram reguladas positivamente em extratos de útero de ratas espontaneamente hipertensas. Em hESCs, ativadores de plasminogênio tipo tecidual (tPA) e uroquinase (uPA) e o receptor para uPA (uPAR) foram induzidos na presença de Ang II. Esses eventos foram associados a um aumento na geração de plasmina tanto na superfície de hESC quanto no meio acondicionado. Consequentemente, a geração de plasmina induzida por Ang II potencializou a degradação da fibrina e das proteínas de matriz extracelular. Foi também observado um aumento na viabilidade e proliferação das células estimuladas com Ang II, o que se relacionou com um aumento na expressão proteica de fatores de crescimento (EGF e FGF/FGFR) e angiogênese (VEGF). A Ang II modulou a sinalização oxidativa e inflamatória em hESCs, principalmente através da NADPH oxidase e aumento de citocinas como TNFα, IL1β, IL6 e moléculas de adesão envolvidas no rolamento e migração de leucócitos. De forma interessante, o bloqueio do AT1R com losartana diminuiu a geração de plasmina induzida por Ang II e o potencial pró-invasivo das hESCs. Conclusão. Ativadores de plasminogênio aumentaram em hESCs após tratamento com Ang II gerando plasmina ativa e desencadeando vias proliferativas, inflamatórias e pró-oxidativas. O mecanismo foi AT1R dependente e relacionado à degradação da matriz extracelular contribuindo para o perfil invasivo de hESC comumente descrito na endometriose.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-10-08T05:00:27Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/249849
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001151646
url http://hdl.handle.net/10183/249849
identifier_str_mv 001151646
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249849/2/001151646.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249849/1/001151646.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv b15d3b17a211b3e19e2a2e64fb949eab
532c761af32e57901c9660117495bddf
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1797064761875103744