Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Scientiae Studia (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48841 |
Resumo: | A sistemática filogenética, método de reconstrução de árvores evolutivas criado por Willi Hennig em 1955 e ampliado em 1966, é frequentemente considerada um novo paradigma que revolucionou as classificações biológicas quando comparado às escolas de sistemática anteriores, como a taxonomia evolutiva. Tal abordagem da história da sistemática é baseada principalmente na visão de Kuhn sobre o progresso do conhecimento científico. No entanto, podemos questionar a validade desse status revolucionário - na visão kuhniana - atribuído à filogenética hennigiana. Aqui, discutimos os atributos compartilhados pela sistemática filogenética e taxonomia evolutiva, ambas profundamente relacionadas à teoria evolutiva de Darwin-Wallace, e porque o método de Hennig é de fato um desenvolvimento da proposta para as classificações biológicas de Mayr e Simpson, explícita na teoria sintética da evolução dos anos 1930 e 1940. Nesse sentido, elas ajustam-se à visão popperiana de "seleção natural" das hipóteses científicas. Mais ainda, a sistemática filogenética é um método científico robusto e objetivo, características que lhe permitem "sobreviver" na luta pela existência com outras escolas de sistemática. |
id |
USP-16_0365598ed437a8c599be0e416ce5e410 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/48841 |
network_acronym_str |
USP-16 |
network_name_str |
Scientiae Studia (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma?KuhnHennigParadigmaTaxonomia evolutivaSistemática filogenéticaEvolutionary taxonomyKuhnHennigParadigmPhylogenetic systematicsA sistemática filogenética, método de reconstrução de árvores evolutivas criado por Willi Hennig em 1955 e ampliado em 1966, é frequentemente considerada um novo paradigma que revolucionou as classificações biológicas quando comparado às escolas de sistemática anteriores, como a taxonomia evolutiva. Tal abordagem da história da sistemática é baseada principalmente na visão de Kuhn sobre o progresso do conhecimento científico. No entanto, podemos questionar a validade desse status revolucionário - na visão kuhniana - atribuído à filogenética hennigiana. Aqui, discutimos os atributos compartilhados pela sistemática filogenética e taxonomia evolutiva, ambas profundamente relacionadas à teoria evolutiva de Darwin-Wallace, e porque o método de Hennig é de fato um desenvolvimento da proposta para as classificações biológicas de Mayr e Simpson, explícita na teoria sintética da evolução dos anos 1930 e 1940. Nesse sentido, elas ajustam-se à visão popperiana de "seleção natural" das hipóteses científicas. Mais ainda, a sistemática filogenética é um método científico robusto e objetivo, características que lhe permitem "sobreviver" na luta pela existência com outras escolas de sistemática.Phylogenetic Systematics, a method to reconstruct evolutionary trees created by Willi Hennig in 1955 and expanded in 1966, is often considered a new paradigm that revolutionized biological classifications when compared to former schools of systematics such as evolutionary taxonomy. Such an approach to the history of systematics is mainly based on Kuhn's view of the progress of scientific knowledge. However, we can question the validity of the revolutionary status - in the Kuhnian view - attributed to Hennigian phylogenetics. Herein, we discuss the shared attributes of phylogenetic systematics and evolutionary taxonomy, both deeply rooted in Darwin-Wallace's evolutionary theory, and why Hennig's method is a development of Mayr's and Simpson's proposals for biological classification, explicit in the synthetic evolutionary theory of the years 1930 and 1940. In this sense, they adjust to the popperian vision of a "natural selection" of scientific hypothesis. Yet, phylogenetic systematics is a robust and objective scientific method, thus having characteristics that allow it to "survive" in the struggle for existence with other schools of systematics.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2012-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/4884110.1590/S1678-31662012000300008Scientiae Studia; v. 10 n. 3 (2012); 593-612Scientiae Studia; Vol. 10 Núm. 3 (2012); 593-612Scientiae Studia; Vol. 10 No. 3 (2012); 593-6122316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48841/52916Santos, Charles Morphy DiasKlassa, Brunainfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-09-08T11:31:32Zoai:revistas.usp.br:article/48841Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2014-09-08T11:31:32Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? |
title |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? |
spellingShingle |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? Santos, Charles Morphy Dias Kuhn Hennig Paradigma Taxonomia evolutiva Sistemática filogenética Evolutionary taxonomy Kuhn Hennig Paradigm Phylogenetic systematics |
title_short |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? |
title_full |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? |
title_fullStr |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? |
title_full_unstemmed |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? |
title_sort |
Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? |
author |
Santos, Charles Morphy Dias |
author_facet |
Santos, Charles Morphy Dias Klassa, Bruna |
author_role |
author |
author2 |
Klassa, Bruna |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Santos, Charles Morphy Dias Klassa, Bruna |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Kuhn Hennig Paradigma Taxonomia evolutiva Sistemática filogenética Evolutionary taxonomy Kuhn Hennig Paradigm Phylogenetic systematics |
topic |
Kuhn Hennig Paradigma Taxonomia evolutiva Sistemática filogenética Evolutionary taxonomy Kuhn Hennig Paradigm Phylogenetic systematics |
description |
A sistemática filogenética, método de reconstrução de árvores evolutivas criado por Willi Hennig em 1955 e ampliado em 1966, é frequentemente considerada um novo paradigma que revolucionou as classificações biológicas quando comparado às escolas de sistemática anteriores, como a taxonomia evolutiva. Tal abordagem da história da sistemática é baseada principalmente na visão de Kuhn sobre o progresso do conhecimento científico. No entanto, podemos questionar a validade desse status revolucionário - na visão kuhniana - atribuído à filogenética hennigiana. Aqui, discutimos os atributos compartilhados pela sistemática filogenética e taxonomia evolutiva, ambas profundamente relacionadas à teoria evolutiva de Darwin-Wallace, e porque o método de Hennig é de fato um desenvolvimento da proposta para as classificações biológicas de Mayr e Simpson, explícita na teoria sintética da evolução dos anos 1930 e 1940. Nesse sentido, elas ajustam-se à visão popperiana de "seleção natural" das hipóteses científicas. Mais ainda, a sistemática filogenética é um método científico robusto e objetivo, características que lhe permitem "sobreviver" na luta pela existência com outras escolas de sistemática. |
publishDate |
2012 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2012-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48841 10.1590/S1678-31662012000300008 |
url |
https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48841 |
identifier_str_mv |
10.1590/S1678-31662012000300008 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48841/52916 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Scientiae Studia; v. 10 n. 3 (2012); 593-612 Scientiae Studia; Vol. 10 Núm. 3 (2012); 593-612 Scientiae Studia; Vol. 10 No. 3 (2012); 593-612 2316-8994 1678-3166 reponame:Scientiae Studia (Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Scientiae Studia (Online) |
collection |
Scientiae Studia (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
ariconda@usp.br |
_version_ |
1800222736642998272 |