Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Charles Morphy Dias dos
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Scientiae Studia (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11128
Resumo: A sistemática biológica é o ramo das ciências naturais que lida com a nomenclatura, descrição e organização da diversidade biológica em esquemas hierárquicos. Ela vem sendo desenvolvida desde os primeiros esforços humanos em direção à sumarização da informação biológica com vistas ao agrupamento dos organismos em classes, e à identificação, entre elas, de quais seriam entidades naturais. De Aristóteles a Hennig, muitas maneiras de sistematizar o conhecimento biológico foram propostas, com a intenção de delimitar e representar as afinidades naturais entre os organismos. Mesmo depois da teoria de Darwin-Wallace, a sistemática biológica apresentou poucas mudanças nos seus fundamentos, até os trabalhos do entomólogo alemão Willi Hennig. Ele introduziu um método que era tão objetivo e explícito quanto a fenética e profundamente conectado à perspectiva evolutiva darwiniana. A filogenética hennigiana visa à criação de um sistema classificatório de referências que reflita a evolução. Nesse sentido, Hennig propôs que apenas grupos monofiléticos são naturais, uma vez que eles seriam os únicos que realmente respeitam o conceito evolutivo da ancestralidade comum. Um grupo monofilético é definido como a reunião de todos os descendentes de um ancestral comum, este incluso. Baseado no reconhecimento dos grupos monofiléticos (naturais), a sistemática filogenética é uma poderosa ferramenta para reconstruir a evolução dos organismos a partir de critérios científicos e objetivos, auxiliando na solução do problema de sistematizar a informação biológica que tem preocupado o homem desde a aurora da linguagem.
id USP-16_06bf75e8693e493bf4b88ae513e957ca
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/11128
network_acronym_str USP-16
network_name_str Scientiae Studia (Online)
repository_id_str
spelling Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica CladisticsCladogramDarwinEvolutionHennigNatural groupPhylogenyMonophylySystematicsCladísticaCladogramaDarwinEvoluçãoFilogeniaGrupo naturalHennigMonofiletismoSistemática A sistemática biológica é o ramo das ciências naturais que lida com a nomenclatura, descrição e organização da diversidade biológica em esquemas hierárquicos. Ela vem sendo desenvolvida desde os primeiros esforços humanos em direção à sumarização da informação biológica com vistas ao agrupamento dos organismos em classes, e à identificação, entre elas, de quais seriam entidades naturais. De Aristóteles a Hennig, muitas maneiras de sistematizar o conhecimento biológico foram propostas, com a intenção de delimitar e representar as afinidades naturais entre os organismos. Mesmo depois da teoria de Darwin-Wallace, a sistemática biológica apresentou poucas mudanças nos seus fundamentos, até os trabalhos do entomólogo alemão Willi Hennig. Ele introduziu um método que era tão objetivo e explícito quanto a fenética e profundamente conectado à perspectiva evolutiva darwiniana. A filogenética hennigiana visa à criação de um sistema classificatório de referências que reflita a evolução. Nesse sentido, Hennig propôs que apenas grupos monofiléticos são naturais, uma vez que eles seriam os únicos que realmente respeitam o conceito evolutivo da ancestralidade comum. Um grupo monofilético é definido como a reunião de todos os descendentes de um ancestral comum, este incluso. Baseado no reconhecimento dos grupos monofiléticos (naturais), a sistemática filogenética é uma poderosa ferramenta para reconstruir a evolução dos organismos a partir de critérios científicos e objetivos, auxiliando na solução do problema de sistematizar a informação biológica que tem preocupado o homem desde a aurora da linguagem. Biological systematics is the branch of natural sciences that deals with nomenclature, description, and organization of biological diversity in hierarchical schemes. It has been developed since the human first efforts toward the summarization of biological information in order to group organisms in classes, and to identify, among them, which ones are natural entities. From Aristotle to Hennig, many forms of systematizing the biological knowledge have been proposed, with the intention of delimiting and representing the natural affinities among organisms. Even after Darwin-Wallace's theory, biological systematics presented few changes in its foundations until the works of the German entomologist Willi Hennig. He introduced a method that was as objective and explicit as phenetics, and deeply connected to the Darwinian evolutionary perspective. Hennigian phylogenetics aims to create a classificatory reference system which reflects evolution. In this sense, Hennig proposed that only monophyletic groups are natural ones, since they were the unique that really respects the evolutionary concept of common descent. A monophyletic group is defined as the reunion of all descendants of a common ancestor, including it. Based on the recognition of monophyletic (natural) groups, the phylogenetic systematics is a powerful tool to reconstruct the evolution of the organisms with objective and scientific criteria, helping to solve the problem of systematizing the biological information that has worried mankind since the dawn of language. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2008-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/1112810.1590/S1678-31662008000200003Scientiae Studia; v. 6 n. 2 (2008); 179-200Scientiae Studia; Vol. 6 Núm. 2 (2008); 179-200Scientiae Studia; Vol. 6 No. 2 (2008); 179-2002316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11128/12896Santos, Charles Morphy Dias dosinfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-09-08T11:06:20Zoai:revistas.usp.br:article/11128Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2014-09-08T11:06:20Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
title Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
spellingShingle Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
Santos, Charles Morphy Dias dos
Cladistics
Cladogram
Darwin
Evolution
Hennig
Natural group
Phylogeny
Monophyly
Systematics
Cladística
Cladograma
Darwin
Evolução
Filogenia
Grupo natural
Hennig
Monofiletismo
Sistemática
title_short Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
title_full Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
title_fullStr Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
title_full_unstemmed Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
title_sort Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
author Santos, Charles Morphy Dias dos
author_facet Santos, Charles Morphy Dias dos
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos, Charles Morphy Dias dos
dc.subject.por.fl_str_mv Cladistics
Cladogram
Darwin
Evolution
Hennig
Natural group
Phylogeny
Monophyly
Systematics
Cladística
Cladograma
Darwin
Evolução
Filogenia
Grupo natural
Hennig
Monofiletismo
Sistemática
topic Cladistics
Cladogram
Darwin
Evolution
Hennig
Natural group
Phylogeny
Monophyly
Systematics
Cladística
Cladograma
Darwin
Evolução
Filogenia
Grupo natural
Hennig
Monofiletismo
Sistemática
description A sistemática biológica é o ramo das ciências naturais que lida com a nomenclatura, descrição e organização da diversidade biológica em esquemas hierárquicos. Ela vem sendo desenvolvida desde os primeiros esforços humanos em direção à sumarização da informação biológica com vistas ao agrupamento dos organismos em classes, e à identificação, entre elas, de quais seriam entidades naturais. De Aristóteles a Hennig, muitas maneiras de sistematizar o conhecimento biológico foram propostas, com a intenção de delimitar e representar as afinidades naturais entre os organismos. Mesmo depois da teoria de Darwin-Wallace, a sistemática biológica apresentou poucas mudanças nos seus fundamentos, até os trabalhos do entomólogo alemão Willi Hennig. Ele introduziu um método que era tão objetivo e explícito quanto a fenética e profundamente conectado à perspectiva evolutiva darwiniana. A filogenética hennigiana visa à criação de um sistema classificatório de referências que reflita a evolução. Nesse sentido, Hennig propôs que apenas grupos monofiléticos são naturais, uma vez que eles seriam os únicos que realmente respeitam o conceito evolutivo da ancestralidade comum. Um grupo monofilético é definido como a reunião de todos os descendentes de um ancestral comum, este incluso. Baseado no reconhecimento dos grupos monofiléticos (naturais), a sistemática filogenética é uma poderosa ferramenta para reconstruir a evolução dos organismos a partir de critérios científicos e objetivos, auxiliando na solução do problema de sistematizar a informação biológica que tem preocupado o homem desde a aurora da linguagem.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-06-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11128
10.1590/S1678-31662008000200003
url https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11128
identifier_str_mv 10.1590/S1678-31662008000200003
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11128/12896
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
dc.source.none.fl_str_mv Scientiae Studia; v. 6 n. 2 (2008); 179-200
Scientiae Studia; Vol. 6 Núm. 2 (2008); 179-200
Scientiae Studia; Vol. 6 No. 2 (2008); 179-200
2316-8994
1678-3166
reponame:Scientiae Studia (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Scientiae Studia (Online)
collection Scientiae Studia (Online)
repository.name.fl_str_mv Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ariconda@usp.br
_version_ 1800222735793651712