"Yu, u nobuntu": Ubuntu, hospitalidade e hospitabilidade no volunturismo

• Autor(a) principal: Santos, Diego Ribeiro
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
• Texto Completo: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/26376
• topic: Hospitalidade; Hospitality; Ubuntu; Ubuntu; Hospitabilidade; Hospitableness; Hospitalidade africana; African hospitality; Volunturismo; Voluntourism

Volunturismo corresponde a uma das áreas emergentes do turismo na contemporaneidade e se destina a turistas engajados em viagens, promovidas por empresas com e sem fins lucrativos, para realizar trabalho voluntário em diversas modalidades em âmbito nacional e internacional em programas de cunho social, de conservação de comunidades, ecológicos, de saúde e educacionais. O continente africano está entre os mais procurados e visitados para a prática do volunturismo. Nos países do continente localizados na região subsaariana, compartilha-se de uma filosofia e ética relacional denominada ubuntu que diz respeito à interconexão entre os seres e a responsabilidade mútua, que formam a base da hospitalidade africana. Crê-se que o exercício do volunturismo serve de palco para experiências hospitaleiras onde os voluntários podem agir com hospitabilidade, assim como seus anfitriões, portanto, determinou-se como objetivo principal averiguar a ocorrência da alteridade e da solidariedade como princípios fundantes da hospitalidade e ubuntu a partir experiência de volunturismo de brasileiros em países da África subsaariana. Encaminhou-se uma pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva com coleta de dados em duas etapas por meio de entrevistas semiestruturadas com cinco líderes de organizações especializadas em volunturismo e sete volunturistas brasileiros que estiveram em países como África do Sul, Gana e Quênia. Encontraram-se características e atitudes hospitaleiras, como abertura, receptividade e amabilidade, nas descrições realizadas pelos volunturistas sobre o modo como agiram com os membros das comunidades locais tanto nas interações relativas à execução do trabalho voluntário quanto a outras vivências durante a viagem. Evidenciou-se a priorização das necessidades dos comunitários por parte dos voluntários e o senso de responsabilidade pelo acolhimento, bem-estar e felicidade, bem como no respeito à individualidade dos membros das comunidades. Em relação à hospitalidade africana, os volunturistas se disseram impactados por expressões de alegria, felicidade, gratidão e simplicidade dos moradores das comunidades visitadas. Observou-se uma gama de aprendizados, mudanças de atitudes e transformações nos volunturistas tanto em âmbito individual quanto coletivo por meio da compreensão de que viver em comunidade significa apoiá-la por meio de atos de cooperação e respeito mútuo, valores presentes no espírito de ubuntu.