A importância do cirurgião-dentista na detecção precoce e notificação de maus-tratos infantis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Jucilene Pereira da
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Lima, Leticia Braga dos Santos
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
Texto Completo: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/30750
Resumo: Os estudos vêm relatando consistentemente que cerca de 60 a 75% das crianças vítimas de maus tratos físicos apresentam lesões na cabeça, face e boca. Em vista disso, objetivou-se analisar os estudos que abordam as lesões na região de cabeça e pescoço observadas em crianças vítimas de violência doméstica e as intervenções propostas para a identificação destas no âmbito da Odontologia. Para tanto, realizou-se busca informatizada de estudos indexados nas bases de dados LILACS, IBECS e MEDLINE, no período de 2017 a 2022. Os achados na literatura evidenciaram que as lesões físicas do complexo craniofacial nos maus-tratos contra crianças incluem lesões faciais, cranianas e intraorais. Especificamente as lesões faciais incluem, em ordem decrescente de frequência, contusões e equimoses/hematomas, lacerações, abrasões e queimaduras. As lesões intraorais incluem hematomas, escoriações ou lacerações do freio, gengiva, língua, lábios mucosa oral, palato duro e mole, mucosa alveolar. Os elementos dentários podem apresentar fraturas, luxações, avulsões ou mobilidade não fisiológica. Dentes escurecidos, indicando necrose pulpar, podem resultar de trauma prévio. A mandíbula e a maxila muitas vezes podem apresentar sinais de fratura precoces ou anteriores. Nos casos de abuso sexual são observadas eritemas, úlceras, vesículas com secreção purulenta ou pseudomembranosa nos lábios, língua, palato ou faringe que são sintomas de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Diante de qualquer lesão em uma criança o cirurgiã-dentista deve obter a história e caso seja suspeita de abuso, a vítima deve ser acolhida, para que assim o profissional tenha condições de analisar todas as lesões de acordo com a região. Studies have consistently reported that about 60 to 75% of child victims of physical abuse have injuries to the head, face and mouth. In view of this, we aimed to analyze the studies that address injuries in the head and neck region observed in children victims of domestic violence and the interventions proposed for their identification within the scope of dentistry. To this end, a computerized search of studies indexed in the LILACS, IBECS, and MEDLINE databases was conducted from 2017 to 2022. The findings in the literature highlighted that physical injuries to the craniofacial complex in child maltreatment include facial, cranial, and intraoral injuries. Specifically, facial injuries include, in descending order of frequency, contusions and bruises/hematomas, lacerations, abrasions, and burns. Intraoral injuries include bruises, abrasions or lacerations of the bridle, gums, tongue, lips oral mucosa, hard and soft palate, and alveolar mucosa. Dental elements may exhibit fractures, dislocations, avulsions, or unphysiological mobility. Blackened teeth, indicating pulp necrosis, may result from previous trauma. The mandible and maxilla can often show early or earlier signs of fracture. In cases of sexual abuse, erythema, ulcers, vesicles with purulent or pseudomembranous discharge on the lips, tongue, palate, or pharynx are symptoms of Sexually Transmitted Infections. Faced with any injury in a child, the dental surgeon must obtain the history and if abuse is suspected, the victim must be taken in, so that the professional is able to analyze all the injuries according to the region.
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