Possíveis interlocuções entre a arte plástica e a obra de Freud
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Universitário da Ânima (RUNA) |
Texto Completo: | https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/10179 |
Resumo: | Partindo de esparsos estudos encontrados na literatura publicada acerca da produção artísticapintura sustentada por algum pressuposto teórico da ciência psicológica, busca-se com esta pesquisa delinear a arte a partir da perspectiva da Psicanálise, abordagem corrente quando se trata do assunto. A presente pesquisa é um estudo bibliográfico que objetiva articular a noção de produção artística (pintura) conforme os pressupostos teóricos arguidos por Freud em sua obra, pai da Psicanálise e grande interessado em arte. O estudo parte dos objetivos específicos de verificar os principais textos nas obras de Freud que versam sobre a arte, a descrição dos pressupostos teóricos encontrados nesses textos que remetam à arte, bem como a identificação da forma de abordagem utilizada por Freud na sua apreciação e análise de uma obra de arte ou artista. Para isso, a pesquisa pautou-se em três principais textos de sua obra que se referem às artes plásticas, sendo eles Leonardo da Vinci e uma Lembrança de sua Infância (1910[1909]), O Moisés de Michelangelo (1924 [1914]) e Totem e Tabu (1913[1975]), textos em que Freud utilizou seu interesse pela arte e pelo artista para compor parte de sua teoria psicanalítica. Os dados obtidos com a leitura dos textos selecionados foram separados de acordo com os objetivos específicos e então analisados a partir de uma abordagem hermenêutica-dialética, resultando em uma conclusão não definitiva das verificações procedidas. Nesse estudo, destaca-se que o interesse de Freud ao analisar uma obra consistia na observação dos conteúdos inconscientes, latentes ou recalcados e expressos na composição artística. Buscou isso a partir da leitura biográfica, no caso de Leonardo da Vinci, ou da observação da própria obra e o contexto com o qual foi criada, como em Moisés. Partindo da matriz teórica do inconsciente, a função da arte reside no espaço de realização do desejo. Freud revela isso ao distinguir dois componentes do prazer estético: o propriamente libidinal, provindo do conteúdo da obra, que permite a realização do nosso desejo, e o prazer proporcionado pela forma da obra (função representativa), que nesse caso não se mostra como objeto real. Sendo assim o objeto é intermediário e permissível a qualquer tipo de pensamento e conduta do espectador. Eis o ponto central da característica das obras de arte: o desvio da realidade e da censura. O conceito de sublimação vem a reunir os apontamentos freudianos sobre as consequências subjetivas das mudanças de alvo da pulsão (originalmente sexual), onde a experiência artística subjaz como exemplo da pulsão convertida, sublimatória. O trabalho artístico surge então como a expressão sublimada de desejos proibidos. Atribui ao artista, o talento por transformar os impulsos primitivos (sexuais, agressivos) em formas simbólicas, ou seja, cultuais. Neste sentido a Psicanálise acaba servindo à crítica em arte, na medida em que oferece às obras um modo peculiar de pensar, que como a arte, busca transcender a similaridade das formas cultuais. |
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