Os Urologistas no Brasil: uma Análise do Perfil Socioprofissional, da Distribuição Populacional e da Necessidade de Formação de Novos Especialistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Faria,Elson Roberto Ribeiro
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Machado,Maria Helena, Trindade,José Carlos Souza, Pinto,Luiz Felipe
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022002000300184
Resumo: Resumo: Apresenta-se um mapeamento municipal, regional e populacional da distribuição de urologia no Brasil, baseado em dados quantitativos coletados, enforcando-se a necessidade de criar critérios sociais para a formação de novos urologistas no país. O estudo envolveu duas pesquisas realizadas em momentos diferentes, com objetivos distintos embora congruentes, e conduzidas por equipes diferentes e instituições de natureza diversa. A primeira resultou do “Perfil dos médicos no Brasil”, realizado pela fundação Osvaldo Cruz em parceria com o Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos em 1995, e envolveu 2.406 urologistas. A segunda, “Quantos somos e o que necessitamos”, desenvolvida pela Comissão de Ensino e Treinamento (CET-SBU), realizada em 1997, contou com um universo de 2.996 especialistas cadastradas no banco de dados da Sociedade Brasileira de Urologia. Os resultados mostraram que o urologista brasileiro é jovem (média de 43 anos), tem em média 17 anos de formado, possui pós-graduação lato sensu (91,3%) e está concentrado nas grandes capitais brasileiras (oito delas detêm 43,5% de todos os especialistas). A maior densidade de especialistas ocorreu nas regiões com maior número de programas de residência médica (70,4% dos programas estão localizadas na Região Sudeste). Cerca de 80% de todos os urologistas estão localizadas nas regiões Sudeste (61,6%) e Sul (17,8%). No Brasil, existe um urologista para cada 52.960 habitantes, distribuídos heterogeneamente pelo país e com a discrepância de até cinco vezes a densidade de especialistas em comparação com as regiões Sudeste e Nordeste (1:33.943 e 1:161.037, respectivamente). Cerca de 30% dos especialistas não são associados à SBU. A capacidade formadora é de 130 novos especialistas por ano (média de dois por programa de residência), o que corresponde a pelo menos duas vezes mais que o número necessário para saturar o sistema. Em conclusão, o número de especialistas está crescendo pelo menos duas vezes mais que o crescimento populacional, produzindo supersaturação das capitais brasileiras do Centro-Sul do Brasil, sem corrigir a falta de urologistas em outras regiões do país.
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