A Análise de Trajetórias Assistenciais como Metodologia de Integração Ensino-Serviço na Saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Argenton,Isabel Schuster
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Pilecco,Romualdo de Lima, Dolinski,Carolina, Medeiros,Cássia Regina Gotler
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022018000400184
Resumo: RESUMO A integração ensino-serviço é considerada pelo Ministério da Saúde (MS) uma importante estratégia para a formação de profissionais que atendam aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Este artigo descreve um relato de experiência acerca da promoção de integração entre estudantes de Medicina e uma equipe Estratégia Saúde da Família (ESF). A partir das Visitas Domiciliares (VD) às famílias acompanhadas pelos estudantes, elaborou-se o desenho de trajetórias assistenciais que posteriormente foram discutidas com os profissionais da ESF. As trajetórias evidenciaram o agravo de doenças crônicas, o mix público-privado na utilização dos serviços de saúde e a busca de atendimento apenas quando surgem os sintomas. A equipe de saúde confirmou as dificuldades relatadas pelos usuários em relação ao atendimento especializado, ao acesso a procedimentos cirúrgicos e à realização de alguns exames. Por outro lado, os profissionais também relataram cuidados que não apareceram nas trajetórias informadas pelo usuário, como a realização de consultas médicas na ESF e atendimento realizado pela equipe de enfermagem. Observou-se que muitos usuários percebem a atenção primária (AP) como uma extensão do atendimento emergencial, não compreendendo as atribuições desse nível de atenção. Esta situação, somada à dificuldade da equipe na realização da promoção em saúde e de VD, contribui para a frustração dos trabalhadores da ESF. Esta análise permitiu aos estudantes identificar tanto as dificuldades do usuário no acesso à saúde como as da equipe para promover a integralidade do cuidado. Além disso, verificou-se certo distanciamento entre o preconizado pelas políticas públicas e os processos de trabalho, apesar dos esforços dos trabalhadores para atender às necessidades dos usuários, evidenciando também as falhas na gestão e na rede de atenção à saúde. Constatou-se a importância desta metodologia para a formação interprofissional em saúde, visto que promove a análise de situações encontradas no cotidiano de uma equipe de saúde.
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