Relações Interpessoais no Contexto do Projeto Sérgio Arouca: Contribuições para Formação Médica
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022019000400072 |
Resumo: | RESUMO O Sistema Único de Saúde é um patrimônio nacional conquistado na VIII Conferência Nacional de Saúde e reconhecido pela Constituição Federal de 1988. A mesma Constituição que o aprovou exigiu um horizonte democrático para a formação em saúde no Brasil, a ser explorado por ensino, pesquisa e extensão. O horizonte requerido fez-se possível (e está constitucionalmente vivo) graças ao art. 207 da Constituição Federal, que determina às universidades o cumprimento do princípio da indissociabilidade entre as três modalidades formativas. Este artigo analisa características éticas, políticas e epistemológicas das relações interpessoais experimentadas na vivência do Projeto Sérgio Arouca, na perspectiva de acadêmicos do curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí (SC), Brasil. O Projeto Sérgio Arouca, criado em 2009 e inspirado no Projeto Rondon, tem características extensionistas, que possibilitam aos estudantes de Medicina imersão no contexto social da atenção básica de territórios catarinenses socialmente desfavorecidos. Esta pesquisa configura-se como um estudo social de natureza qualitativa, de nível exploratório e caráter analítico. Unindo ensino, extensão e pesquisa, foi desenvolvida com sete acadêmicos por meio da técnica de grupo focal e diário de campo. Os resultados evidenciaram que as relações interpessoais desenvolvidas no contexto do projeto foram atravessadas por uma ética aplicada, por uma epistemologia dialética e por uma ação política responsiva consigo e com o outro. Desta forma, o projeto foi teorizado como uma trégua ao revelar a potencialidade de desacelerar tempos e valorizar a formação fora da estrutura epistêmica curricular do dia a dia, possibilitando encontros reflexivos aos envolvidos sobre valores fundamentais para a construção das relações interpessoais na atenção médica, sendo o amor revelado como o valor-matriz fundante de uma ética com potência para fundamentar a ação política da boa clínica. Concluiu-se que a relação interpessoal que a medicina para o Brasil requer é uma relação interpersonas em diálogo com o contexto da pessoa cuidada; uma relação entre, com, especialmente no contexto da atenção básica, contexto macro das reflexões que aqui serão apresentadas. |
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Relações Interpessoais no Contexto do Projeto Sérgio Arouca: Contribuições para Formação MédicaRelações InterpessoaisRelações Comunidade-InstituiçãoEducação MédicaAtenção Primária à SaúdeSistema Único de SaúdeRESUMO O Sistema Único de Saúde é um patrimônio nacional conquistado na VIII Conferência Nacional de Saúde e reconhecido pela Constituição Federal de 1988. A mesma Constituição que o aprovou exigiu um horizonte democrático para a formação em saúde no Brasil, a ser explorado por ensino, pesquisa e extensão. O horizonte requerido fez-se possível (e está constitucionalmente vivo) graças ao art. 207 da Constituição Federal, que determina às universidades o cumprimento do princípio da indissociabilidade entre as três modalidades formativas. Este artigo analisa características éticas, políticas e epistemológicas das relações interpessoais experimentadas na vivência do Projeto Sérgio Arouca, na perspectiva de acadêmicos do curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí (SC), Brasil. O Projeto Sérgio Arouca, criado em 2009 e inspirado no Projeto Rondon, tem características extensionistas, que possibilitam aos estudantes de Medicina imersão no contexto social da atenção básica de territórios catarinenses socialmente desfavorecidos. Esta pesquisa configura-se como um estudo social de natureza qualitativa, de nível exploratório e caráter analítico. Unindo ensino, extensão e pesquisa, foi desenvolvida com sete acadêmicos por meio da técnica de grupo focal e diário de campo. Os resultados evidenciaram que as relações interpessoais desenvolvidas no contexto do projeto foram atravessadas por uma ética aplicada, por uma epistemologia dialética e por uma ação política responsiva consigo e com o outro. Desta forma, o projeto foi teorizado como uma trégua ao revelar a potencialidade de desacelerar tempos e valorizar a formação fora da estrutura epistêmica curricular do dia a dia, possibilitando encontros reflexivos aos envolvidos sobre valores fundamentais para a construção das relações interpessoais na atenção médica, sendo o amor revelado como o valor-matriz fundante de uma ética com potência para fundamentar a ação política da boa clínica. Concluiu-se que a relação interpessoal que a medicina para o Brasil requer é uma relação interpersonas em diálogo com o contexto da pessoa cuidada; uma relação entre, com, especialmente no contexto da atenção básica, contexto macro das reflexões que aqui serão apresentadas.Associação Brasileira de Educação Médica2019-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022019000400072Revista Brasileira de Educação Médica v.43 n.4 2019reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online)instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)instacron:ABEM10.1590/1981-52712015v43n4rb20190057info:eu-repo/semantics/openAccessListon,Júlia de SáHenicka,Mariana Andréa de MouraLima,Rita de Cássia Gabrielli Souzapor2019-10-09T00:00:00Zoai:scielo:S0100-55022019000400072Revistahttp://www.educacaomedica.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br1981-52710100-5502opendoar:2019-10-09T00:00Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)false |
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RESUMO O Sistema Único de Saúde é um patrimônio nacional conquistado na VIII Conferência Nacional de Saúde e reconhecido pela Constituição Federal de 1988. A mesma Constituição que o aprovou exigiu um horizonte democrático para a formação em saúde no Brasil, a ser explorado por ensino, pesquisa e extensão. O horizonte requerido fez-se possível (e está constitucionalmente vivo) graças ao art. 207 da Constituição Federal, que determina às universidades o cumprimento do princípio da indissociabilidade entre as três modalidades formativas. Este artigo analisa características éticas, políticas e epistemológicas das relações interpessoais experimentadas na vivência do Projeto Sérgio Arouca, na perspectiva de acadêmicos do curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí (SC), Brasil. O Projeto Sérgio Arouca, criado em 2009 e inspirado no Projeto Rondon, tem características extensionistas, que possibilitam aos estudantes de Medicina imersão no contexto social da atenção básica de territórios catarinenses socialmente desfavorecidos. Esta pesquisa configura-se como um estudo social de natureza qualitativa, de nível exploratório e caráter analítico. Unindo ensino, extensão e pesquisa, foi desenvolvida com sete acadêmicos por meio da técnica de grupo focal e diário de campo. Os resultados evidenciaram que as relações interpessoais desenvolvidas no contexto do projeto foram atravessadas por uma ética aplicada, por uma epistemologia dialética e por uma ação política responsiva consigo e com o outro. Desta forma, o projeto foi teorizado como uma trégua ao revelar a potencialidade de desacelerar tempos e valorizar a formação fora da estrutura epistêmica curricular do dia a dia, possibilitando encontros reflexivos aos envolvidos sobre valores fundamentais para a construção das relações interpessoais na atenção médica, sendo o amor revelado como o valor-matriz fundante de uma ética com potência para fundamentar a ação política da boa clínica. Concluiu-se que a relação interpessoal que a medicina para o Brasil requer é uma relação interpersonas em diálogo com o contexto da pessoa cuidada; uma relação entre, com, especialmente no contexto da atenção básica, contexto macro das reflexões que aqui serão apresentadas. |
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